Escaparemos por um triz a um “domo” de calor: eis o tempo da próxima semana em Portugal!
Vem aí um “domo” de calor para a Península Ibérica. De momento, tudo indica que Portugal irá escapar ao calor extremo. Mas a temperatura máxima rondará os 40 ºC nalgumas regiões do nosso país. Consulte a previsão!
Após um sábado (8) que se prevê marcado por claros contrastes regionais em Portugal, com nuvens e chuva a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela e a oeste da Barreira de Condensação, e sol e calor a sul e a leste destes acidentes geográficos; o tempo voltará a estabilizar no domingo (9), voltando à típica “calma” meteorológica que caracteriza a época estival.
Apesar disto, estão previstas algumas mudanças atmosféricas que se traduzirão à superfície, na Península Ibérica, já a partir da próxima segunda, 10 de julho. O que se prevê?
“Domo de calor”, o que vem aí? Afetará Portugal?
De momento, tudo indica que não! O nosso país, por razões de latitude (parte mais ocidental da Península Ibérica) e pelo facto de possuir uma costa muito extensa (mais de 900 km à escala continental) e totalmente exposta ao Oceano Atlântico, está sujeito aos ventos de Noroeste - a chamada nortada - cuja incidência no nosso país ocorre durante 82% da estação do verão.
A brisa marítima, em conjunto com as águas do Atlântico, acaba por regular termicamente boa parte do país. E, fruto da reduzida largura do nosso território, apenas as regiões a sul da cordilheira Montejunto-Estrela e mais próximas em termos latitudinais ao continente Africano ficarão expostas aquilo que irá acontecer nos próximos dias - embora longe da intensidade com que boa parte de Espanha será atingida. Afinal, o que está em causa?
Este fenómeno não é novo e é conhecido por acolher uma massa de ar quente que não se renova e que é conhecida como “domo” ou “cúpula” de calor, uma designação que se popularizou após o evento meteorológico extremo vivido no Canadá no verão de 2021.
Em Portugal continental esta situação meteorológica não deverá ter efeitos práticos severos mas, numa significativa parte de Espanha (Sul e Sudeste sobretudo), a situação meteorológica que se perspectiva para a próxima segunda (10) e terça-feira (11), poderá arrastar-se por mais dias da semana, podendo originar uma prolongada e intensa onda de calor, apesar da incerteza no que concerne à sua duração, segundo a AEMET.
Então, o que se prevê em Portugal continental?
Aquilo que se prevê não é muito diferente do que traria uma dorsal africana convencional, dado que, efetivamente, se prevê uma subida generalizada da temperatura máxima já na próxima segunda-feira, 10 de julho. Isso é bem transparecido pelo mapa de temperatura a 850 hPa que mostra quão quente estará o tempo nos distritos da Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora, Beja, Faro e em partes de Santarém.
No entanto, é de realçar que o calor nestas regiões de Portugal pouco se irá assemelhar à situação extrema prevista para Espanha, pelo que, grosso modo, a nossa geografia “escapará” ao fenómeno do “domo” de calor. Ainda assim, caso o ar quente seja “empurrado” mais para Norte e para Oeste, o nosso país ficará à mercê desta bolha de ar quente que, ao que tudo indica, para já, ficará confinada em Espanha.
O Algarve, o Alentejo e a Beira Baixa serão as regiões mais quentes dos primeiros três dias da próxima semana (segunda, dia 10 a quarta dia 12), e, embora escapem ao “domo” de calor, poderão registar noites tropicais (mínima igual ou superior a 20 ºC) e máximas a variar entre os 35 ºC e os 41 ºC. Por outro lado, no Noroeste de Portugal as temperaturas estarão relativamente frescas ou amenas por causa da possível presença de um vale depressionário situado nas proximidades, no Atlântico.
Para o resto da semana, isto é, de quinta-feira (13) em diante, a incerteza aumenta consideravelmente na previsão meteorológica, mas as primeiras tendências apontam para uma subida lenta e gradual das temperaturas máximas em praticamente todo o país, possivelmente já a antecipar e a coincidir com a canícula (15 de julho - 15 de agosto), aquele que é conhecido estatisticamente como o período mais quente dos verões.