Entre terça e quinta uma gota fria estará na origem da chuva em Portugal: eis as zonas mais afetadas, segundo a Meteored

Uma gota fria trará instabilidade meteorológica a Portugal a partir de 4 de março, com chuva, neve e variações térmicas destacadas até ao final da semana. Saiba mais sobre a quantidade de precipitação prevista para a sua região.
A instabilidade atmosférica, gerada por uma "gota fria", afetará Portugal continental nos próximos dias, trazendo chuva, neve e variações térmicas acentuadas.
A semana iniciou sob a influência de uma depressão isolada em altitude, conhecida como "gota fria", associada ao transporte de ar frio nos níveis baixos da atmosfera. Este fenómeno meteorológico favorecerá a formação de aguaceiros convectivos, cuja distribuição geográfica e intensidade podem ser irregulares. Além disso, prevê-se a queda de neve nos pontos mais altos da Serra da Estrela, em especial até ao dia 6 de março.
De acordo com as projeções dos modelos meteorológicos analisados pela Meteored, espera-se que os aguaceiros sejam mais intensos e frequentes em regiões do interior centro e sul, abrangendo a Beira Alta, Beira Baixa, Alto Alentejo e Baixo Alentejo. No litoral, bem como na Região de Leiria e no Sotavento Algarvio, a precipitação deverá ocorrer de forma intervalada.
Em contrapartida, no restante território nacional, embora se prevejam períodos de chuva, a sua frequência e intensidade serão mais reduzidas.

O vento predominante soprará do quadrante leste, contribuindo para uma sensação térmica mais fria, especialmente nas primeiras horas do dia. No entanto, espera-se uma tendência para um aumento gradual das temperaturas máximas até quinta-feira, dia 6 de março, altura em que a circulação atmosférica poderá sofrer alterações significativas.
Mudança de padrão meteorológico após 6 de março
A partir de quinta-feira, os modelos indicam um aumento considerável da incerteza na previsão, uma vez que o fluxo de vento poderá mudar para o quadrante sul, permitindo a aproximação de sistemas frontais vindos do Atlântico. Esta configuração atmosférica poderá estar associada à chegada de uma tempestade de inverno, caracterizada por precipitação persistente e distribuída de forma mais uniforme por todo o território nacional.
Os dias 7, 8 e possivelmente 9 de março, poderão ser marcados por um padrão meteorológico distinto do início da semana, com a ocorrência de precipitação mais extensa e contínua, típica de frentes frias associadas a depressões atlânticas. Este cenário meteorológico aumentará o risco de cheias em áreas urbanas e de aluviões em áreas de relevo mais acentuado, particularmente nas regiões Centro e Norte.
As previsões apontam ainda para um agravamento das condições de vento, especialmente no litoral e nas terras altas, onde as rajadas poderão atingir velocidades de 70 km/h em algumas áreas do Norte e Centro de Portugal Continental.

Com a persistência de ar frio em altitude, a Serra da Estrela deverá registar queda de neve nos próximos dias, com maior probabilidade de acumulação acima dos 1500 metros.
Evolução do padrão climático e incertezas nas próximas semanas
Os meteorologistas apontam para a possibilidade de um colapso do vórtice polar na segunda semana de março, o que poderia influenciar significativamente o tempo em Portugal. Se este evento se confirmar, poderá resultar numa amplificação da instabilidade atmosférica e num reforço das condições de frio e precipitação durante um período prolongado. A formação de um padrão negativo da Oscilação do Atlântico Norte (NAO-) poderá intensificar a chegada de frentes frias e aumentar a frequência de eventos meteorológicos extremos.
Apesar destas projeções, há ainda um nível considerável de incerteza quanto à duração e intensidade do período de instabilidade previsto após o dia 9 de março. A evolução dos modelos atmosféricos ao longo dos próximos dias será fundamental para determinar se Portugal enfrentará um prolongamento das condições invernais ou uma transição para um padrão mais estável.
A semana de 4 a 9 de março será marcada por forte variabilidade meteorológica, com uma primeira fase dominada por uma "gota fria" e aguaceiros convectivos, seguida de uma possível transição para um cenário de tempestade atlântica de inverno. A população deve manter-se atenta às atualizações meteorológicas e seguir as recomendações das autoridades para minimizar potenciais impactos do tempo adverso.