Entre sexta e segunda chegarão dois rios atmosféricos: vão cair mais de 100 mm de chuva nestas zonas de Portugal

Ao longo dos próximos dias, duas depressões, uma delas Éowyn, irão cavar de forma explosiva no Atlântico, impulsionando rios atmosféricos que terão impacto em Portugal continental. A chuva será abundante em várias zonas. Saiba a previsão completa!

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Uma corrente de jato polar muito forte, com um contraste acentuado entre as massas de ar polares e subtropicais, contribuirá para produzir várias ciclogéneses explosivas nos próximos dias. Embora isto possa parecer impactante ou chocante, trata-se na realidade de um cavamento súbito (daí o termo explosivo) de uma depressão nas nossas latitudes.

A primeira das depressões será Éowyn, aquela que já é considerada uma das tempestades mais fortes dos últimos 100 anos, e que irá atingir as Ilhas Britânicas na madrugada desta sexta-feira, 24 de janeiro.

Mais tarde, entre domingo (26) e segunda-feira (27), uma nova depressão muito cavada deverá atingir novamente as Ilhas Britânicas. Será Floris, caso seja nomeada pelo Met Éireann ou Met Office. Tanto Éowyn, como a depressão que se lhe seguirá, irão percorrer rapidamente o oceano Atlântico graças ao facto de o jato polar estar muito forte, com ventos de mais de 300 km/h a cerca de 9 km de altitude.

Comboio de depressões muito cavadas no Atlântico. Como vão afetar o tempo em Portugal continental?

Após a depressão Garoe, as tréguas na chuva no nosso país serão curtas. Entre as altas pressões subtropicais e o já referido ‘comboio’ de depressões serão impulsionados dois rios atmosféricos que reforçarão a precipitação, tornando-a mais abundante e persistente em Portugal continental, sobretudo nas zonas mais expostas aos fluxos de Sudoeste. O primeiro rio atmosférico chegará ao nosso país entre as últimas horas de sexta-feira (24) e sábado (25), e o segundo entre domingo (26) e segunda-feira (27).

rio atmosférico portugal
Entre sexta-feira (24) e segunda-feira (27) prevê-se a chegada de dois rios atmosféricos a Portugal continental. Espera-se que o segundo, que chegará entre domingo (26) e segunda-feira (27), provoque chuva localmente forte e persistente, sendo provavelmente ainda mais impactante do que o primeiro.

Segundo os mapas de referência da Meteored, as frentes associadas a estas duas depressões (Éowyn e a seguinte), e “dopadas” pelo elevado vapor de água contido nos rios atmosféricos, irão deixar acumulações impressionantes, entre 100 e 150 mm em grande parte do Noroeste (distritos de Porto, Aveiro e Viseu), e em várias zonas situadas nas Serras de Açor, Lousã e Estrela (pertencentes aos distritos de Coimbra, Guarda e Castelo Branco).

Para o Minho (distritos de Viana do Castelo e Braga) e nas Terras de Barroso (parte do distrito de Vila Real) preveem-se quantidades ainda mais volumosas: possivelmente 200, ou até mesmo 250 mm nalguns locais. Nas restantes zonas do Centro e Sul da nossa geografia são expetáveis acumulações pluviométricas consideravelmente inferiores, mas, mesmo assim, significativas.

O vento de Sudoeste, procedente do Atlântico, será ameno e muito húmido, podendo soprar com força nalguns momentos dos próximos dias. Prevê-se que uma das suas fases mais críticas ocorra entre domingo (26) e segunda-feira (27), com rajadas a poder chegar aos 100 km/h em vários locais das Regiões Norte e Centro, incluindo o Minho, o Nordeste Transmontano e a Serra da Estrela.

Haverá ainda um temporal marítimo significativo nalguns momentos dos próximos dias, especialmente na segunda-feira (27), dia para o qual estão previstas ondas com altura máxima entre 8 e 12 metros na faixa costeira ocidental, sobretudo a norte do Cabo Carvoeiro. Por último, para este sábado (25), existe possibilidade de queda de neve acima dos 1200/1400 metros de altitude nas serras do Norte e Centro do Continente.