Entre Segunda e Terça-feira Santa um fenómeno chegará da Gronelândia para varrer os vestígios de Olivier: saiba qual é!

Nos próximos dias as altas pressões manter-se-ão distantes de Portugal, pelo que mais frentes e depressões irão cá chegar. A partir de Segunda-feira Santa, uma massa de ar frio, vinda de noroeste, da Gronelândia, provocará uma mudança radical de tempo.
Após os aguaceiros de hoje no arquipélago da Madeira, a tempestade Olivier prosseguirá nas próximas horas e dias no seu trajeto para norte, deixando efeitos em Portugal continental no sábado (12) e ocasionalmente no Domingo de Ramos, 13 de abril.
Uma massa de ar muito frio nas camadas médias-altas da atmosfera irá deslocar-se desde as imediações da Gronelândia, chegando a Portugal entre a Segunda (14) e Terça-feira Santa (15). Esta configuração sinóptica provocará uma mudança drástica no estado do tempo.
Nas últimas horas, uma massa de ar proveniente de Sul tornou o céu mais esbranquiçado devido ao transporte de poeiras diretamente provenientes do Deserto do Saara, gerando uma via para a chegada de uma massa de ar mais húmida e instável que entrará pelo Sudoeste.
Os remanescentes de Olivier irão traduzir-se em mais aguaceiros e trovoadas
Parte da precipitação prevista será do tipo convectivo, sendo mais intensa, provável e frequente durante as tardes dos próximos dias. Nesta estação do ano, o aquecimento diurno começa a assumir uma importância cada vez maior, agindo como um mecanismo que potencia o desenvolvimento de nuvens diurnas, sobretudo durante o período vespertino, isto é, durante a tarde.
Por outro lado, a tempestade Olivier é responsável pelo impulsionamento de ar quente, húmido e instável, carregado de energia, e o fluxo de vento associado a Olivier fornecerá um cisalhamento de vento suficiente para organizar ligeiramente algumas destas trovoadas.

Espera-se, para a fase final da tempestade Olivier - sábado, 12 de abril - que sejam geradas algumas trovoadas fortes em Portugal continental, sendo prováveis em qualquer região da nossa geografia, desde o Norte até ao Algarve. A precipitação poderá ocorrer ocasionalmente sob a forma de granizo.
Este estado do tempo irá alterar-se substancialmente a partir do Domingo de Ramos, 13 de abril, quando apenas alguns aguaceiros fracos surgirem de forma dispersa nalgumas zonas do país, à medida que Olivier for perdendo a sua circulação fechada e se reintegrar na corrente de jato polar.
Após Olivier, virá ar polar procedente da Gronelândia
Depois da passagem da tempestade Olivier, as altas pressões continuarão sem se impor nas proximidades de Portugal. Pelo contrário, o nosso país continuará exposto a uma atmosfera dinâmica e suscetível a mudanças consideráveis.
Na verdade Olivier não chegará mesmo a dissipar-se, contudo os seus vestígios serão rapidamente “varridos” por uma grande frente fria que atingirá Portugal continental e Espanha peninsular na próxima Segunda-feira Santa (14) e cujos efeitos continuarão a ser significativos na Terça-feira Santa (15).
Esta frente fria estará associada a uma outra tempestade que se localizará nas proximidades das Ilhas Britânicas, condicionando o tempo em praticamente toda a Europa Ocidental na Segunda (14) e Terça-feira (15) Santas.
O ar tropical marítimo anteriormente arrastado pela tempestade Olivier será substituído por uma massa de ar polar proveniente das imediações da Gronelândia, com o estado do tempo a mudar drasticamente e a demonstrar características mais típicas do inverno.
Em que regiões de prevê mais chuva? Eis como poderá terminar a Semana da Páscoa 2025
Com este cenário, é expectável que a chuva se torne novamente abundante, especialmente nas regiões situadas a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela. Desta vez, o vento soprará de Oeste e Noroeste, pelo que as regiões mais expostas à precipitação serão precisamente o Norte e o Centro de Portugal continental.
Nas regiões situadas a sul do referido acidente geográfico montanhoso - e sobretudo naquelas localizadas a sul do rio Tejo - a chuva será menos frequente, menos intensa e mais irregular em termos de distribuição.

Outro elemento climático a ter em conta será a temperatura do ar, que deverá descer de forma significativa. Deste modo, nas zonas montanhosas de maior altitude em que ocorra precipitação, a mesma será sob a forma de neve.
Para a Segunda-feira Santa, 14 de abril, espera-se queda de neve nas cotas mais altas da Serra da Estrela e, na Terça-feira Santa (15) poderá nevar acima dos 1200 metros de altitude, tanto nas serras e localidades montanhosas do Norte, como nas do Centro.
Como a circulação nas latitudes médias não irá sofrer grandes alterações, permanecendo muito irregular, variável e dinâmica, é provável que para o resto da Semana da Páscoa continuem a chegar a Portugal continental frentes e depressões cujos efeitos e intensidade ainda estão por determinar.
Deste modo, vai ser preciso continuar a monitorizar atenta e consistentemente a evolução da situação sinóptica e meteorológica ao longo dos próximos dias.