Entre quarta e quinta o anticiclone 'quebrará' em Portugal. Eis as regiões mais expostas à chuva, trovoada e vento forte

A terceira semana de dezembro arrancou com tempo anticiclónico em grande parte do território de Portugal. Porém, a chuva, o vento forte e até mesmo o risco de trovoada não irão tardar muito a regressar a algumas zonas do nosso país. Saiba mais na previsão!

Desde domingo (15) que o estado do tempo se agravou nos arquipélagos portugueses - especialmente no da Madeira - devido à depressão Dorothea. O seu centro está bastante afastado do referido arquipélago, mas, mesmo assim, o vento de Sul/Sueste tem soprado com muita força, atingindo rajadas até 90 km/h de um modo geral e até 120 km/h na metade ocidental da Ilha.

O aviso laranja de vento esteve ativo na Costa Sul da Madeira até às 16:00 desta segunda-feira, 16 de dezembro. Nas Regiões Montanhosas, as rajadas poderão alcançar 110 km/h.

Adicionalmente, o tempo na Madeira aqueceu ligeiramente e têm sido registados aguaceiros fortes acompanhados de trovoada, sobretudo na Costa Sul e nas Regiões Montanhosas. Além disto, há poeiras saarianas em suspensão e possibilidade de parte da precipitação ser sob a forma de lama.

Esta segunda-feira, 16 de dezembro, a parte ocidental da Ilha da Madeira registou rajadas de vento muito intensas.

Em Portugal continental o tempo registou uma ligeira subida das temperaturas mínimas e apresenta-se estável neste início da terceira semana de dezembro, com geada no interior Norte e Centro e nevoeiro matinal no Nordeste Transmontano (distrito de Bragança) e na Beira Alta (distrito da Guarda).

Porém, esta situação de tranquilidade meteorológica será “sol de pouca dura”, dado que durante os próximos dias se prevê a chegada de instabilidade atmosférica, bem como uma montanha-russa das temperaturas devido à influência de massas de ar de origens diferentes.

Refira-se ainda que, na Costa Sul do Continente (distrito de Faro), o aviso amarelo de agitação marítima persiste devido à previsão de ondas de sueste com 2 a 2,5 metros de altura significativa. O vento vai soprando maioritariamente de Leste/Sueste.

Fenómeno chuva de lama à vista a partir de terça? Uma influência indireta da depressão Dorothea

Para amanhã - terça-feira, 17 de dezembro - prevê-se uma nova subida das temperaturas, com recuperação dos valores diurnos e noturnos na maioria das regiões.

poeiras do Saara
Neste mapa observa-se uma grande 'língua' de poeiras do Saara, associada à movimentação da depressão Dorothea, a estender-se desde África e parte das ilhas da Macaronésia, até à Península Ibérica e Irlanda.

A novidade meteorológica virá de uma frente atlântica em fase de dissipação, associada à depressão Dorothea, que distribuirá, de manhã, alguma precipitação em pontos do interior Centro, Ribatejo, Baixo Alentejo e Algarve e, de tarde, no litoral a norte do Cabo Mondego - destacando-se as zonas a oeste da Barreira de Condensação.

Na Madeira o céu estará bastante turvo esta terça-feira (17) devido à concentração, por vezes muito elevada, de poeiras do Saara. As poeiras também irão alcançar Portugal continental, surgindo em suspensão sobre toda a nossa geografia, mas em muito menor quantidade do que no arquipélago madeirense.

Deste modo, não se exclui a possibilidade de chuva de lama - combinação das poeiras com a precipitação - e que surgiria por intermédio da Depressão Dorothea. O ar flui sempre das altas para as baixas pressões e, como se pode ver no mapa acima de névoa seca acima (Poeiras), é bastante evidente o papel de Dorothea (já posicionada a oeste das Ilhas Britânicas) na intrusão de poeiras em território nacional.

Outra das novidades será o vento que passará a soprar mais forte e maioritariamente de Sul. Este será um dos ‘sinais’ mais evidentes, entre os principais elementos climáticos, da iminente chegada de instabilidade atmosférica para os dias seguintes.

Prevê-se chuva, por vezes acompanhada de trovoada, em várias regiões entre quarta e quinta-feira

Entre quarta (18) e quinta-feira (19) a precipitação ganhará terreno devido à aproximação de uma baixa atlântica que se seguirá à depressão Dorothea.

Uma ou mais frentes associadas a uma nova baixa pressão atlântica irão produzir chuva em Portugal continental entre quarta (18) e quinta-feira (19). A precipitação ficará maioritariamente concentrada nas regiões a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela.

As frentes associadas do novo sistema de baixas pressões irão espalhar chuva por Portugal continental, de noroeste para sudeste, sendo mais forte, frequente e provável nas regiões a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela e entre estas, especialmente nas que se situam a oeste da Barreira de Condensação (distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro e setores ocidentais dos distritos de Vila Real e Viseu). Ademais, não se descarta a ocorrência de trovoada ocasional.

Nas regiões a sul do rio Tejo - com destaque para Alentejo e Algarve - também é esperada a ocorrência de precipitação, por vezes de lama, mas mais fraca e com uma distribuição bastante dispersa. De momento, tudo indica que a chuva nas regiões mais meridionais do país seja mais provável algures nas primeiras 12 horas de quinta-feira, 19 de dezembro.

Temperaturas máximas de 20 ºC em duas das principais cidades algarvias

Entre quarta (18) e quinta-feira (19) as temperaturas diurnas irão atingir o seu máximo desta semana em quase todas as regiões, deixando um ambiente ameno, que coincidirá justamente com a chegada das frentes atlânticas.

temperatura
Na quinta-feira, 19 de dezembro, espera-se que algumas das temperaturas máximas mais elevadas sejam registadas na região do Algarve, com destaque para as cidades de Portimão e Faro.

Com o vento dominante procedente de Sudoeste em grande parte da geografia do Continente, prevê-se que a capital do Algarve - Faro - e a cidade de Portimão registem na próxima quinta-feira, dia 19 a temperatura máxima mais elevada do país: 20 ºC.

Isto irá contrastar substancialmente com as máximas previstas para o interior Norte e Centro na quinta (19), que oscilarão entre os 10 ºC - na Guarda - e os 13 ºC em Vila Real, Viseu e Bragança.

Anticiclone volta a partir de sexta ao Continente. Atenção à possível nova depressão que afetaria o tempo na Madeira

Para sexta-feira (20) espera-se que o estado do tempo em Portugal continental estabilize gradualmente, prevendo-se uma descida generalizada das temperaturas na nossa geografia e a formação de gelo ou geada no interior das Regiões Norte e Centro. O vento voltará a mudar de quadrante, passando a soprar de Norte e estando associado ao arrefecimento térmico.

Mas atenção ao tempo na Madeira. A partir de sábado (21), as condições meteorológicas poderão novamente sofrer alterações nesta unidade territorial insular, devido à possível formação de uma depressão isolada em altitude que se deslocará pelas imediações do sul da Península Ibérica.

chuva
Até às 21:00 de quinta-feira, dia 19, algumas zonas do Noroeste de Portugal podem vir a ultrapassar os 70 mm de chuva acumulada.

Com o avanço do fim de semana poderão ocorrer aguaceiros e trovoada localmente forte na Madeira. Esta situação terá de ser verificada nos próximos dias, pois a incerteza em torno da sua ocorrência ainda é bastante elevada.

No Continente espera-se um tempo predominantemente anticiclónico no fim de semana, com céu pouco nublado ou limpo e frio, sobretudo no sábado (21). No domingo (22) as temperaturas máximas poderão subir ligeiramente.