Entre quarta e quinta o anticiclone 'quebrará' em Portugal. Eis as regiões mais expostas à chuva, trovoada e vento forte
A terceira semana de dezembro arrancou com tempo anticiclónico em grande parte do território de Portugal. Porém, a chuva, o vento forte e até mesmo o risco de trovoada não irão tardar muito a regressar a algumas zonas do nosso país. Saiba mais na previsão!
Desde domingo (15) que o estado do tempo se agravou nos arquipélagos portugueses - especialmente no da Madeira - devido à depressão Dorothea. O seu centro está bastante afastado do referido arquipélago, mas, mesmo assim, o vento de Sul/Sueste tem soprado com muita força, atingindo rajadas até 90 km/h de um modo geral e até 120 km/h na metade ocidental da Ilha.
Adicionalmente, o tempo na Madeira aqueceu ligeiramente e têm sido registados aguaceiros fortes acompanhados de trovoada, sobretudo na Costa Sul e nas Regiões Montanhosas. Além disto, há poeiras saarianas em suspensão e possibilidade de parte da precipitação ser sob a forma de lama.
Em Portugal continental o tempo registou uma ligeira subida das temperaturas mínimas e apresenta-se estável neste início da terceira semana de dezembro, com geada no interior Norte e Centro e nevoeiro matinal no Nordeste Transmontano (distrito de Bragança) e na Beira Alta (distrito da Guarda).
Porém, esta situação de tranquilidade meteorológica será “sol de pouca dura”, dado que durante os próximos dias se prevê a chegada de instabilidade atmosférica, bem como uma montanha-russa das temperaturas devido à influência de massas de ar de origens diferentes.
Refira-se ainda que, na Costa Sul do Continente (distrito de Faro), o aviso amarelo de agitação marítima persiste devido à previsão de ondas de sueste com 2 a 2,5 metros de altura significativa. O vento vai soprando maioritariamente de Leste/Sueste.
Fenómeno chuva de lama à vista a partir de terça? Uma influência indireta da depressão Dorothea
Para amanhã - terça-feira, 17 de dezembro - prevê-se uma nova subida das temperaturas, com recuperação dos valores diurnos e noturnos na maioria das regiões.
A novidade meteorológica virá de uma frente atlântica em fase de dissipação, associada à depressão Dorothea, que distribuirá, de manhã, alguma precipitação em pontos do interior Centro, Ribatejo, Baixo Alentejo e Algarve e, de tarde, no litoral a norte do Cabo Mondego - destacando-se as zonas a oeste da Barreira de Condensação.
Deste modo, não se exclui a possibilidade de chuva de lama - combinação das poeiras com a precipitação - e que surgiria por intermédio da Depressão Dorothea. O ar flui sempre das altas para as baixas pressões e, como se pode ver no mapa acima de névoa seca acima (Poeiras), é bastante evidente o papel de Dorothea (já posicionada a oeste das Ilhas Britânicas) na intrusão de poeiras em território nacional.
Outra das novidades será o vento que passará a soprar mais forte e maioritariamente de Sul. Este será um dos ‘sinais’ mais evidentes, entre os principais elementos climáticos, da iminente chegada de instabilidade atmosférica para os dias seguintes.
Prevê-se chuva, por vezes acompanhada de trovoada, em várias regiões entre quarta e quinta-feira
Entre quarta (18) e quinta-feira (19) a precipitação ganhará terreno devido à aproximação de uma baixa atlântica que se seguirá à depressão Dorothea.
As frentes associadas do novo sistema de baixas pressões irão espalhar chuva por Portugal continental, de noroeste para sudeste, sendo mais forte, frequente e provável nas regiões a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela e entre estas, especialmente nas que se situam a oeste da Barreira de Condensação (distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro e setores ocidentais dos distritos de Vila Real e Viseu). Ademais, não se descarta a ocorrência de trovoada ocasional.
Nas regiões a sul do rio Tejo - com destaque para Alentejo e Algarve - também é esperada a ocorrência de precipitação, por vezes de lama, mas mais fraca e com uma distribuição bastante dispersa. De momento, tudo indica que a chuva nas regiões mais meridionais do país seja mais provável algures nas primeiras 12 horas de quinta-feira, 19 de dezembro.
Temperaturas máximas de 20 ºC em duas das principais cidades algarvias
Entre quarta (18) e quinta-feira (19) as temperaturas diurnas irão atingir o seu máximo desta semana em quase todas as regiões, deixando um ambiente ameno, que coincidirá justamente com a chegada das frentes atlânticas.
Com o vento dominante procedente de Sudoeste em grande parte da geografia do Continente, prevê-se que a capital do Algarve - Faro - e a cidade de Portimão registem na próxima quinta-feira, dia 19 a temperatura máxima mais elevada do país: 20 ºC.
Isto irá contrastar substancialmente com as máximas previstas para o interior Norte e Centro na quinta (19), que oscilarão entre os 10 ºC - na Guarda - e os 13 ºC em Vila Real, Viseu e Bragança.
Anticiclone volta a partir de sexta ao Continente. Atenção à possível nova depressão que afetaria o tempo na Madeira
Para sexta-feira (20) espera-se que o estado do tempo em Portugal continental estabilize gradualmente, prevendo-se uma descida generalizada das temperaturas na nossa geografia e a formação de gelo ou geada no interior das Regiões Norte e Centro. O vento voltará a mudar de quadrante, passando a soprar de Norte e estando associado ao arrefecimento térmico.
Mas atenção ao tempo na Madeira. A partir de sábado (21), as condições meteorológicas poderão novamente sofrer alterações nesta unidade territorial insular, devido à possível formação de uma depressão isolada em altitude que se deslocará pelas imediações do sul da Península Ibérica.
Com o avanço do fim de semana poderão ocorrer aguaceiros e trovoada localmente forte na Madeira. Esta situação terá de ser verificada nos próximos dias, pois a incerteza em torno da sua ocorrência ainda é bastante elevada.
No Continente espera-se um tempo predominantemente anticiclónico no fim de semana, com céu pouco nublado ou limpo e frio, sobretudo no sábado (21). No domingo (22) as temperaturas máximas poderão subir ligeiramente.