Em breve o jato polar trará uma nova depressão a Portugal: após Floriane, saiba as datas e as regiões mais afetadas

Após a passagem de Floriane, uma nova depressão irá aproximar-se de Portugal continental em breve, trazendo chuva, vento forte, agitação marítima e até mesmo trovoada a várias regiões. Nalgumas zonas preveem-se acumulações superiores a 100 mm. Saiba mais na previsão!

Na Noite (ontem, dia 5) e no Dia (hoje, dia 6) de Reis, caiu chuva de norte a sul de Portugal continental, especialmente nas regiões a norte do rio Mondego e, em particular, naquelas situadas a oeste da Barreira de Condensação graças a uma frente fria associada à depressão Floriane (assim designada ontem pela Météo-France). Foram registadas acumulações notáveis. Como é costume com estas circulações de oeste, as regiões a sul do Tejo recebem menos precipitação.

O panorama sinóptico da primeira metade desta semana de 6 a 12 de janeiro será condicionado por uma forte corrente de jato polar intensa no Atlântico, que impulsionará as depressões e frentes associadas para as imediações da geografia de Portugal continental. De quinta-feira (9) em diante, a crista anticiclónica irá assumir o controlo gradualmente, mas a precipitação ainda surgirá ocasionalmente.

agitação marítima
Entre quarta e quinta-feira, dias 8 e 9 de janeiro, o temporal também encontrará expressão na forte agitação marítima, com ondas de altura máxima de 9 metros em grande parte da faixa costeira ocidental.

Desde a meia-noite desta segunda-feira que choveu praticamente em todo o país

Esta segunda-feira (6) a precipitação associada a Floriane diminuiu substancialmente de intensidade. Porém, sob a forma de aguaceiros pós-frontais (por vezes de granizo), a instabilidade foi persistindo de norte a sul do Continente, embora com maior concentração nas regiões a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela e, em particular, no litoral Norte e Centro. Caiu neve de madrugada e ao início da tarde nos pontos mais elevados da Serra da Estrela (aviso amarelo emitido para os distritos da Guarda e de Castelo Branco).

A partir das 18:00 a precipitação cessou. O vento de Nor-Noroeste vai soprando fraco a moderado, com rajadas pontualmente fortes e as temperaturas registaram uma descida praticamente generalizada. Adicionalmente, realce-se a forte agitação marítima (aviso amarelo emitido para as faixas costeiras ocidental e meridional).

jato polar
Entre quarta e quinta-feira, dias 8 e 9 de janeiro, uma nova depressão (possivelmente Garoe) condicionará o estado do tempo em Portugal continental.

Amanhã - terça-feira, 7 de janeiro - uma frente quente trará mais chuva à Região Norte, que poderá estender-se a algumas zonas da Região Centro. Será forte e persistente no Minho (distritos de Viana do Castelo e Braga) e, nalguns períodos, também cairá com alguma intensidade nos distritos de Vila Real, Porto, Aveiro e Viseu. Adicionalmente, é expectável a possibilidade de nevoeiro matinal nalguns locais do interior do país, não se excluindo a hipótese de formação de gelo em alguns locais do interior Norte e Centro.

As temperaturas máximas vão subir de forma generalizada, mas as mínimas vão baixar nas regiões do interior. O vento soprará fraco a moderado do quadrante Sul, tornando-se por vezes forte no litoral a norte do Cabo Raso e nas terras altas. Nas últimas horas de terça-feira (7), no Minho e Douro Litoral, haverá rajadas até 65 km/h.

Nova depressão afetará o estado do tempo em Portugal continental entre quarta e quinta-feira: será Garoe?

Quarta-feira (8) será o dia mais agreste desta semana. Uma frente fria bastante ativa associada à nova depressão (é possível que receba o nome Garoe por parte de algum dos países que pertence ao Grupo de Agências Meteorológicas do Sudoeste Europeu), circulará próxima do norte da Península Ibérica e distribuirá precipitação.

probabilidade de chuva
Meteorologicamente falando, prevê-se que quarta-feira, 8 de janeiro, seja o dia mais agreste desta semana. Haverá certos momentos desse dia em que a probabilidade de chuva será de 100% em mais de metade da geografia de Portugal continental.

Além disso, um rio atmosférico proveniente do Atlântico reforçará a chuva nalgumas zonas de Portugal continental, mais expostas aos fluxos de Sudoeste. No período entre as 04:00 da manhã e as 16:00 da tarde de quarta-feira (8), é expectável que o vento de Sul sopre com grande intensidade, e que as rajadas rondem os 85-95 km/h no Minho e atinjam até 75/85 km/h no Douro Litoral e locais montanhosos do Norte e do Centro.

Além disto, é possível que ocorra forte agitação marítima, com ondas com altura máxima de 6-9 metros, exceto na costa meridional - entre 2 e 4,5 metros de altura máxima.

O que é um rio atmosférico?
É uma faixa longa, estreita e transitória na qual se produz um transporte horizontal de vapor de água, e que normalmente está associada a uma corrente de jato a baixos níveis, à frente de uma frente fria de uma depressão. O vapor de água nos rios atmosféricos é fornecido por fontes de humidade tropicais e/ou extratropicais.

Prevê-se chuva de lés a lés de Portugal continental, sendo mais frequente no Norte e no Centro. Durará até ao início da tarde e, a partir daí, passará a regime de aguaceiros. Será forte e persistente no Minho e também se destacará durante alguns períodos no Douro Litoral, na Região de Aveiro, nos setores ocidentais dos distritos de Vila Real e Viseu e nalgumas zonas de Coimbra. Nas regiões a sul do Tejo poderão ocorrer aguaceiros localmente fortes. Não se descarta a possibilidade de ocorrência de trovoada.

Para quinta-feira (9) preveem-se aguaceiros, que serão mais frequentes no Norte e no Centro e mais prováveis nas regiões a norte do Mondego até meio da tarde. De forma muito dispersa, poderá precipitar ocasionalmente a sul do rio Tejo. O vento mudará de quadrante, passando a soprar de Oes-Sudoeste e diminuirá de intensidade, soprando geralmente fraco a moderado, por vezes forte nas terras altas até ao final da manhã.

Além disto, prevê-se nevoeiro matinal nalguns locais e uma ligeira subida das temperaturas máximas nas regiões do interior. O mar continuará muito agitado, tanto na costa ocidental (entre 6 e 9 metros de altura máxima), como na costa meridional (entre 3 e 6 metros de altura máxima).

O que se prevê para o próximo fim de semana?

Para a reta final da semana, o cenário mais provável indica que a crista anticiclónica prevalecerá em grande parte de Portugal continental, embora ainda seja esperada queda de precipitação nalguns locais da Região Norte.

chuva acumulada
Até à meia-noite de domingo, 12 de janeiro, os mapas de referência da Meteored calculam a possibilidade de acumulações entre 75 e mais de 100 mm nas regiões a oeste da Barreira de Condensação e acima dos 150 mm em vários locais do Minho.

Embora ao longo desta semana tenhamos altos e baixos de temperatura, estas depressões e massas de ar atlânticas impedem a chegada de massas de ar mais frias vindas das latitudes setentrionais (isto é, vindas de Norte), que estão a deixar um tempo gélido e grandes nevões noutras regiões da Europa.

É preciso esperar para ver como a situação meteorológica irá evoluir a partir de domingo (12), dado que alguns cenários revelam a possibilidade do ar frio posicionado a grande altitude sobre o Mediterrâneo avançar para a Península Ibérica de forma retrógrada, ou seja, de leste para oeste.

Deste modo, passaria primeiro por Espanha e só depois, já potencialmente mais enfraquecido, chegaria a Portugal continental.