Depressão Olivia deixa Açores em alerta. E no Continente, onde choverá nos próximos dias? Eis a previsão da Meteored
Depressão Olivia cobre os Açores com avisos amarelo e laranja. Esta semana a chuva dará tréguas em muitas regiões de Portugal, mas noutras vai continuar a chover devido à chegada de uma frente impulsionada por uma nova depressão.
A Semana da Páscoa 2024 já lá vai e ficará para a história climática de Portugal continental como uma das mais chuvosas desde que há registos. A chuva que caiu em grandes zonas da Região Sul, especialmente no Algarve (bacia do Barlavento subiu de 12,5% em fevereiro para 20,8% em março), contribuiu significativamente para o crescimento das reservas de água, o que - pelo menos temporariamente - afastou o “espectro” da seca e das restrições hídricas no verão nestas zonas.
Prevê-se mais chuva no decurso desta semana, embora já não seja generalizada. Irá concentrar-se principalmente no noroeste de Portugal continental - com particular incidência no Minho - graças à visita de várias frentes, apesar de abranger outras zonas do Norte e do Centro.
A primeira das frentes apareceu esta terça-feira (2) deixando o céu bastante nublado e com períodos de chuva intensa e abundante no Minho (Viana do Castelo e Braga) e Douro Litoral (Porto). Espalhou-se também para sul e leste, com um carácter mais fraco e disperso, distribuindo precipitação por outras zonas do Norte, Centro, Área Metropolitana de Lisboa e Alentejo, tais como: distritos de Vila Real, Bragança, Guarda, Viseu, Aveiro, Coimbra, Leiria, Santarém, Castelo Branco, Lisboa e Portalegre.
Esta terça-feira - 2 de abril - tem sido um dia bastante ventoso nas zonas varridas pela frente, algo que começou pelo final da manhã (11:00) e durará aproximadamente até às 20:00. No seu período mais agreste o vento do quadrante sul soprou forte com rajadas entre 70 e 90 km/h em todo o distrito de Viana do Castelo (>85km/h) e zonas montanhosas dos distritos de Braga e Vila Real (75-85 km/h). Nos distritos do Porto e Aveiro, zonas montanhosas de Viseu e Vila Real (70-75 km/h).
Mais a sul, desde o litoral (A.M. de Lisboa, Oeste e Região de Leiria) até às zonas montanhosas que percorrem o sistema montanhoso Montejunto-Cordilheira Central (Leiria, Coimbra, Açor, Lousã, Estrela) e à Beira Alta as rajadas variaram entre 55 e 75 km/h. Espera-se uma ligeira subida das temperaturas, em particular das mínimas.
Na quarta-feira (3) a chuva terá tendência a diminuir gradualmente. Persistirá apenas no Minho e Douro Litoral, surgindo sob a forma de aguaceiros fracos e dispersos noutras zonas das Regiões Norte e Centro, com a presença de algum nevoeiro matinal. O céu estará geralmente parcialmente nublado, mas com boas abertas - sobretudo durante a tarde - mais prováveis e frequentes a sul do Tejo. As temperaturas registarão outra pequena subida. O vento soprará fraco de Sudoeste, pontualmente moderado no Norte e Centro.
Calor intensifica a partir de quinta-feira
As altas pressões irão prevalecer na quinta-feira (4), com estabilidade atmosférica em todo o país. O dia será geralmente nublado, mas com tendência para bons períodos de sol em vastas zonas do Alentejo e no Algarve. Neste dia sentiremos uma grande amplitude térmica na geografia do Continente graças à intensificação do calor diurno (subida das temperaturas máximas) e ao acentuado arrefecimento noturno (descida das temperaturas mínimas).
Na sexta-feira (5) a precipitação continuará maioritariamente ausente do nosso território, exceto no Minho e Douro Litoral onde se poderá manifestar com aguaceiros localmente fortes e pontualmente acompanhados de trovoada e granizo. O resto do país registará tempo soalheiro ou pouco nublado, mas, graças a uma intrusão de poeiras do Saara, o céu apresentará um aspeto baço ou esbranquiçado, com tons mais carregados - acastanhados/alaranjados - nas zonas onde houver uma maior concentração de partículas.
Ainda na sexta-feira (5) prevê-se uma subida brusca e acentuada das temperaturas, sendo que a intensificação do calor se traduzirá em valores de máxima entre 20 e 25 ºC em quase todas as capitais de distrito do Continente, à exceção da Guarda (18 ºC). O vento soprará geralmente fraco a moderado do quadrante sul, mas por vezes forte em zonas do litoral e das terras altas.
Chuva, por vezes de lama, e descida das temperaturas no fim de semana
Para o fim de semana prevê-se chuva nalgumas regiões de Portugal continental. Será mais provável, frequente e pontualmente forte e abundante no Minho e Douro Litoral devido à aproximação gradual de uma frente atlântica. Também se preveem aguaceiros no interior Norte e Centro, e no distrito de Coimbra. Não se exclui a possibilidade de chuva de lama em certos momentos no dia de sábado (6) em qualquer uma das regiões referidas.
No domingo (7), a frente - que se encontra bastante estacionária - continuará o seu lento avanço para leste nas primeiras horas do dia, distribuindo mais chuva até cerca do início da tarde nas regiões do interior Norte, Centro e Sul, embora a situação ainda não esteja bem definida.
Sábado (6) continuará com tempo quente em grande parte do país, exceto no Minho onde já se sentirá o primeiro impacto da chegada de uma massa de ar frio.
É para domingo - 7 de abril - que se prevê uma descida generalizada e acentuada das temperaturas. Ocorrerá então um desses altos e baixos térmicos tão típicos da estação da primavera, mas, para já, nada sugere que se tornará excessivamente frio.
Depressão Olivia coloca os Açores em alerta
A mais recente depressão atlântica de grande impacto da temporada 2023/2024 foi nomeada Olivia pelo IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera), um dos organismos que pertence aos Serviços Meteorológicos do Sudoeste Europeu. A Depressão Olivia é a 15 ª depressão de grande impacto desta temporada e, o seu sistema frontal associado, começará a condicionar o estado do tempo no Arquipélago dos Açores a partir de amanhã - quarta-feira 3 de abril.
Situada a cerca de 190 km a noroeste (NW) da ilha do Corvo, com uma pressão mínima central de 984 hPa, espera-se que Olivia cause um aumento significativo da força do vento, com rajadas até 110 km/h no Grupo Ocidental e até 100 km/h no Grupo Central.
Este panorama meteorológico deverá resultar também em chuva pontualmente forte e mais provável e frequente nos Grupos Ocidental (Corvo, Flores) e Central (Faial, Pico, São Jorge, Graciosa e Terceira). O temporal marítimo será agreste, estimando-se ondulação com altura significativa de 7 metros no Grupo Ocidental e 6 metros no Grupo Central.
No que diz respeito ao Grupo Oriental (São Miguel e Santa Maria) ocorrerá um aumento da intensidade do vento, com rajadas até 80 km/h, alguns períodos de chuva e ondas de até 5 metros de altura significativa.