Depressão Justine está a caminho dos Açores!
Nova semana, nova tempestade. Foi oficialmente nomeada a décima tempestade desta temporada. A depressão Justine vai atingir violentamente os Açores, trazendo vento forte, chuva e ondas de até 9 metros de altura. Afetará Portugal continental?
O ano de 2021 não pára de surpreender quanto ao ritmo de tempestades nomeadas. O mês de janeiro ainda não terminou e já conta com cinco depressões no seu histórico climatológico. Nos últimos dias os mapas de previsão meteorológica vinham dando conta de um cenário cada vez mais provável: a formação de uma sistema depressionário que atravessaria o arquipélago dos Açores.
Entretanto, tendo por base as projeções previstas pelo modelo ECMWF quanto à velocidade e intensidade do vento, bem como à superfície potencialmente atingida, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) nomeou oficialmente esta depressão, tornando a Justine a décima tempestade da temporada 2020/2021.
A partir da tarde de quinta-feira, as ilhas açorianas vão começar a sofrer a influência deste poderoso sistema de baixas pressões, que no seu núcleo apresenta uns impressionantes 978 hPa de pressão. Prevê-se que pela meia-noite de sexta-feira, quando estiver a uns meros 250 km a noroeste da ilha do Corvo, seja o momento em que a depressão Justine vai estar mais perto de terra firme. Consigo arrastará muitas linhas de instabilidade que provocarão tempo muito adverso em todas as ilhas do arquipélago, em particular nos Grupos Ocidental e Central.
Um autêntico vendaval varrerá os Açores
A depressão Justine despoletará um aumento significativo da intensidade do vento que provavelmente dará origem à emissão de avisos Laranja e/ou Vermelho. O vento Sul soprará fortíssimo apresentando rajadas na ordem dos 140 km/h no Grupo Ocidental, 130 km/h no Grupo Central e até 110 km/h no Grupo Oriental. São exemplos deste assustador panorama as localidades de Vila do Corvo, Madalena e Povoação.
Além dos riscos associados ao vento cuja intensidade acarreta o potencial de provocar a queda de árvores, derrubar algumas estruturas mais frágeis e possivelmente arrancar telhados, prevê-se a ocorrência de precipitação que contribuirá mais um pouco para o superavit hídrico de solos que não páram de ser bombardeados por intempéries nas últimas semanas.
Não será de menosprezar também o potencial risco decorrente da forte agitação marítima prevista, especialmente para aqueles que realizam atividades profissionais piscatórias ou marítimas. Justine será uma tempestade cuja atividade também provocará um intenso e rápido incremento da altura das ondas. A ondulação poderá chegar até aos 9 metros de altura significativa tanto no Grupo Ocidental como no Grupo Central. No Grupo Oriental as ondas chegarão, em princípio, aos 5 metros de altura.
Afetará Portugal continental?
A resposta é sim, mas com as devidas reservas. A última atualização dos modelos meteorológicos mostra que o sistema frontal associado à depressão Justine vai provocar um agravamento do estado do tempo na sexta-feira (29) e no sábado (30) em Portugal continental, porém, em princípio, com menor intensidade do que anteriormente se esperava.
Após uma quinta e uma sexta-feira que se antecipam muito adversas nos Açores, o sistema frontal derivado da depressão Justine deverá chegar visivelmente mais enfraquecido a Portugal continental, em especial ao litoral Norte e Centro onde deixará rajadas máximas na ordem dos 70 km/h, que alcançarão os 90 km/h nas terras altas. Claro está, também não faltará precipitação que derivará da incursão do sistema frontal até território continental, reforçando-se o carácter chuvoso e instável da segunda quinzena de janeiro.