Depressão Hannelore não afetará Portugal, mas há riscos à espreita: quais?
O temporal invernal em Portugal atingiu o seu pico entre terça e quarta com a Depressão Fien. Mas, os vestígios de outra depressão entretanto nomeada – Hannelore – deixarão vento pontualmente forte e chuva até sexta. E no fim de semana, que tempo fará? Consulte a previsão!
Esta quinta-feira (19) a Météo-France (Serviço Meteorológico Francês) nomeou outra depressão de grande impacto: Hannelore, a oitava de grande impacto da temporada 2022/2023. Em França esta tempestade deixará a partir desta tarde de quinta (19) rajadas de vento muito fortes e nevões significativos, provocando diretamente alguns efeitos no estado do tempo da nossa vizinha Espanha.
E quanto a Portugal, haverá efeitos da Depressão Hannelore? O que se prevê para as próximas horas e dias, do ponto de vista meteorológico?
A chuva persistirá a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela, até quando?
Hoje tem chovido quase ininterruptamente em mais de metade do território de Portugal continental, com destaque para a porção a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela e, em concreto, na área geográfica a oeste da Barreira de Condensação onde a chuva vai caindo fraca, pontualmente moderada: Minho, Área Metropolitana do Porto, distrito de Aveiro e pontos dos distritos de Vila Real, Viseu e Coimbra.
A sul do acidente geográfico de cariz orográfico (montanhoso) supracitado, a chuva será escassa, praticamente residual, ainda que, de acordo com o nosso modelo de confiança (ECMWF) a ondulação frontal produzida indiretamente pela Depressão Hannelore tenha capacidade para chegar até ao Algarve e descarregar precipitação fraca, embora sob a forma de aguaceiros e apenas no Barlavento. Extensas áreas do Alentejo do Sotavento Algarvio não deverão receber a água gerada indiretamente por Hannelore.
E se esta quinta (19) está a ser prolífica em chuva e na manutenção do tempo frio, sobretudo na metade setentrional do nosso país, o que dizer de sexta (20)? Pois bem, para amanhã prevê-se apenas alguns chuviscos ou aguaceiros fracos, bastante dispersos e irregulares, que se cingirão, uma vez mais, apenas à geografia a norte da Cordilheira Montejunto-Estrela.
Para sexta-feira (20) e sábado (21) o tempo deverá aquecer ligeiramente em altitude, algo que se refletirá na temperatura do ar à superfície graças à passagem de um setor de ar quente produzido pela dita ondulação frontal associada a Hannelore. Mas esta subida térmica será temporária. E porquê? O que poderá chegar a partir de domingo (22) a Portugal continental?
Riscos indiretos de Hannelore e fim de semana de gelo, sol e frio
No sábado (21) o estado do tempo será dominado por céu parcialmente nublado, com períodos de abertas. Poderá haver algum chuvisco na Região Norte de Portugal continental, mas finalmente o sol começará a surgir durante períodos do dia mais longos. A temperatura registará algumas oscilações em relação ao dia anterior.
Prevê-se uma subida generalizada da temperatura máxima em contraste com uma descida significativa dos valores mínimos, especialmente nos territórios do interior. Além disso, o vento passará a soprar de Norte nesse dia, havendo risco de formação de gelo e geadas no Nordeste Transmontano e na Beira Alta.
Para domingo (22) espera-se um domínio das altas pressões, o que se traduziria em céu limpo ou pouco nublado de norte a sul de Portugal continental. Será um dia bem mais frio, com geada localmente intensa nas terras do interior e nas áreas de montanha. O vento soprará maioritariamente de Nordeste, fraco a moderado.
Após domingo (22), a incerteza na previsão meteorológica aumenta consideravelmente, mas, para já, tudo parece apontar para uma maciça entrada de ar frio que provocará uma descida a pique dos valores assinalados nos termómetros. Tal ar frio, de origem possivelmente ártico-continental, viria embebido numa circulação retrógrada Leste-Oeste, bem visível no mapa do tweet acima. Desse lado, mantenha-se diariamente atualizado quanto ao estado do tempo, connosco.