Depressão Claudio trouxe tempo outonal: irá chover mais no resto da semana?
Uma frente fria galgou todo o território de Portugal continental e, na sequência disso, virá uma massa de ar mais fria, típica desta altura do ano. Mas, durante os próximos dias as altas pressões deverão voltar a afirmar-se, juntamente com o calor fora do comum. Consulte a previsão!
Nas últimas 24 horas foi nomeada a depressão Claudio, a terceira tempestade de alto impacto da temporada 2022/2023. Nasceu e desenvolveu-se a oeste de Portugal continental e da Galiza e, durante alguns instantes, entrou mesmo em pleno processo de ciclogénese.
Esta depressão deu origem a fortes ventos em vários pontos da nossa geografia. No litoral norte, o vento soprou fraco a moderado do quadrante Sul, até ao meio da manhã, tendo atingido rajadas de até 70 km/h. Já nas terras altas, a rajada máxima de vento atingiu cerca de 80 km/h, proveniente de Sul e até final da manhã.
Entretanto, à tarde, o vento diminuiu imenso de intensidade e passou a soprar do quadrante Norte. Todavia, foi o Météo France o serviço meteorológico que a nomeou, dado que será no noroeste de França que a tempestade, já em pleno desenvolvimento, terá um impacto elevado. As rajadas de vento nas áreas costeiras da Bretanha Francesa e no Canal da Mancha poderão roçar os 120 km/h localmente!
A frente fria lançada pela depressão Claudio foi progredindo, durante as primeiras 16 horas desta segunda-feira de Halloween (31 de outubro), de oeste para leste, tendo inclusive desdobrado em duas linhas de instabilidade que voltaram a regar Portugal continental de lés a lés. Até mesmo as regiões do Alentejo e Algarve voltaram, de novo, a registar precipitação.
No entanto, esta frente enfraqueceu e dissipou-se muito rapidamente à medida que foi progredindo para oriente, rumo a Espanha. No nosso país, os distritos mais beneficiados pela chuva despejada por esta frente, em termos quantitativos, foram: Viana do Castelo, Braga, Porto e Aveiro.
Na sequência da passagem da precipitação, aquilo que acontecerá será que a massa de ar frio posterior à passagem da frente frio irá regularizar a temperatura em toda a Península Ibérica, baixando-a para valores normais para a época do ano. Isto será temporário e muito breve, devendo ocorrer somente durante o Dia de Todos os Santos (terça-feira 1 de novembro).
Calor fora do comum regressará em novembro
Apesar da descida da temperatura para valores mais típicos desta época do ano, o tempo nunca chegará a estar verdadeiramente frio durante o Dia de Todos os Santos, exceto em pontos do interior transmontano e beirão.
Já durante a noite do dia 1 de novembro, isto é, na noite de terça (1) para quarta (2), aí sim, o tempo tornar-se-á mais gélido, com provável registo de mínima inferior a 8 ºC em vários pontos da metade setentrional do país (Norte e Centro de Portugal continental).
Destaque para as capitais distritais de Bragança e Guarda que registarão, respetivamente, mínimas de 3 ºC e 5 ºC. A precipitação desaparecerá por completo do país, subsistindo apenas este ambiente notoriamente mais fresco.
Na quarta (2) o panorama meteorológico será semelhante. Céu parcialmente nublado em praticamente todo o território de Portugal continental, ambiente fresco com pouca oscilação térmica e vento, em geral fraco, e de direções variáveis. Ao final da noite de quarta-feira (2), quase a bater a meia-noite, poderá chegar a Portugal continental uma nova frente fria, que atingiria, primeiro, o Minho e o distrito do Porto.
Na quinta-feira (3) prevê-se a possibilidade de chuva abundante, despejada pela dita nova frente fria, durante as primeiras 12 horas do dia, com maior acumulação nas regiões do Minho, Douro Litoral, Aveiro, Coimbra e também alguns pontos de Leiria. Poderá chover à tarde, noutros pontos do país, mas em menor quantidade e de forma mais dispersa. Na sexta-feira (4) prevê-se tempo soalheiro, embora com períodos de alguma nebulosidade e um arrefecimento generalizado.
Espera-se uma deslocação da crista anticiclónica para norte, a ocupar novamente o sudoeste da Europa, o que resultaria neste estado do tempo de céu pouco nublado durante os últimos dias da semana de norte a sul de Portugal. Ao mesmo tempo, também se estima um aumento gradual da temperatura, sobretudo da mínima, e ao longo do fim de semana.
Para a reta final da semana, o aparecimento de uma nova depressão atlântica, próxima da nossa latitude, ainda não está descartado. Esta situação poderá favorecer a subida de massas de ar quente de origem subtropical, o que uma vez mais, originaria temperaturas fora do comum e com valores elevados para a época do ano.
E nos Açores e na Madeira?
No Arquipélago dos Açores haverá chuva e ventos fortes, em geral do Sudoeste, na terça (1) e na quarta-feira (2). Resto da semana mais tranquilo, com períodos nublados. Para Ponta Delgada prevê-se, esta semana, temperatura máxima entre 18 ºC e 21 ºC e mínima entre 15 ºC e 19 ºC.
Quanto à Madeira espera-se um panorama meteorológico mais calmo, mas algo variável, com períodos de nuvens, sol e aguaceiros, vento de direções diversas, mas tendencialmente fraco e do quadrante Norte. Para o Funchal prevê-se esta semana temperatura máxima entre 22 ºC e 23 ºC, e mínima entre 19 ºC e 20 ºC.