Chuva forte, trovoada e granizo afetarão Faro e pelo menos outros 7 distritos. Saiba o período mais crítico da gota fria
Uma gota fria chegará em breve a Portugal e provocará chuva, por vezes forte, no Algarve e noutras regiões. Também se prevê granizo e trovoada. Eis os distritos potencialmente mais afetados e o período mais crítico da passagem da depressão.
Esta terça-feira, 12 de novembro, manteve-se o tempo anticiclónico, com céu limpo ou pouco nublado. Mas, o primeiro sinal da anunciada mudança de tempo por parte da Meteored há vários dias já se manifestou hoje: foi registada uma descida generalizada das temperaturas, mais acentuada nas regiões do interior graças à aproximação do ar polar continental vindo de nordeste.
O forte bloqueio anticiclónico que persiste a oeste de Portugal continental, na costa atlântica da Europa, foi o responsável por favorecer a libertação do referido ar frio (polar continental) sobre o nosso país e Espanha e trazer o arrefecimento do tempo.
Amanhã quarta-feira (13), será o primeiro dia de um episódio de chuva, por vezes intensa, provocada pela chegada de uma gota fria que, a partir de quinta-feira (14), evoluirá para uma depressão fria isolada (DFI) e localizar-se-á no sudoeste da Península Ibérica - primeiro no Golfo de Cádiz e posteriormente ao largo da costa de São Vicente (sudoeste de Portugal continental). A partir daí, afastar-se-á ligeiramente para oeste.
Para além de provocar uma queda nas temperaturas, gerada no interior da massa de ar polar continental, esta depressão isolada em altitude (inicialmente gota fria e depois depressão fria isolada) trará precipitação por vezes intensa, acompanhada de trovoada e pontualmente sob a forma de granizo ou neve a várias regiões do país. Saiba quais os distritos que serão potencialmente mais afetados e quando se prevê o período mais crítico da passagem desta depressão.
O frio será efémero. Estes serão os primeiros efeitos da gota fria em Portugal
Esta quarta-feira (13) será o dia mais frio da semana. A descida das temperaturas máximas será gerada pela presença do ar polar em altitude associado à depressão, que passará por Portugal continental justamente amanhã. O céu apresentará períodos de muita nebulosidade, por vezes com boas abertas no litoral Oeste e na região mais austral do país.
A partir do início da tarde prevê-se precipitação, provavelmente em regime de aguaceiros, mais prováveis e frequentes no interior Norte e Centro (distritos de Vila Real, Viseu, Bragança e Guarda), não se excluindo a hipótese de que caia noutros locais de maneira mais suave e dispersa. É possível que a precipitação seja acompanhada ocasionalmente de trovoada.
As últimas saídas do nosso modelo de confiança têm cortado substancialmente na possibilidade de queda de neve. De acordo com a mais recente atualização, esta quarta-feira (13) é o único dia em que se vislumbra a possibilidade de queda de neve durante o período da tarde/noite, mas será tão residual que dificilmente acumulará.
Ficará confinada aos pontos mais elevados da Serra da Estrela. O vento soprará geralmente fraco a moderado de nordeste, mas forte nas terras altas, com rajadas até 75 km/h no Norte e Centro. Além disto, é expectável a formação de geada em locais abrigados do interior Norte e Centro.
Na quinta-feira, 14 de novembro, a gota fria transformar-se-á numa depressão fria isolada basicamente devido ao facto de que, nesse dia, ao circular de forma retrógrada para oeste, entre o Golfo de Cádiz e o Cabo de São Vicente, produzirá uma baixa com reflexo à superfície.
O céu continuará muito nublado e, devido à provável trajetória e posição da depressão, os aguaceiros serão mais frequentes e intensos nas regiões Centro e Sul, especialmente nos distritos de Faro, Évora, Beja, Setúbal, Santarém, Portalegre, Castelo Branco e Leiria. Existirá, novamente, risco de trovoada nos locais supracitados.
O vento manter-se-á dominante do quadrante Leste. Devido à movimentação da depressão para oeste e por se posicionar a sudoeste de Portugal continental, o ar mais ameno das latitudes meridionais será transportado, provocando uma subida da temperatura na nossa geografia, sobretudo nas Regiões Norte e Centro.
Sexta e sábado, os dias mais críticos da depressão fria isolada no Algarve e noutras zonas
Devido ao carácter estacionário da depressão fria isolada, os aguaceiros terão tendência a concentrar-se com mais intensidade e frequência nas mesmas regiões na sexta-feira (15) e no sábado, 16 de novembro.
Para sexta-feira (15) os mapas de referência da Meteored sugerem que os distritos de Faro, Beja, Évora, Setúbal, Lisboa, Portalegre, Castelo Branco e Guarda serão os mais afetados pela precipitação, que poderá ser ocasionalmente de granizo e acompanhada de trovoada.
Poderá chover noutros locais do país, mas sempre com menor intensidade, probabilidade e abundância. Ainda na sexta (15) o vento continuará a soprar de Leste e prevê-se, de novo, subida das temperaturas, especialmente das mínimas.
No sábado, 16 de novembro, a influência da depressão isolada em altitude diminuirá ligeiramente, sobretudo a partir da tarde. Porém, até ao meio-dia de sábado (16) espera-se que os aguaceiros, ocasionalmente de granizo, sejam mais prováveis e frequentes no Algarve (especialmente no Barlavento) e na costa oeste e litoral alentejano (distritos de Lisboa, Setúbal e Beja).
No domingo (17) a instabilidade atmosférica terá tendência a diminuir devido à gradual diminuição da influência da depressão que, com o passar das horas, será absorvida pela corrente de jato. Mesmo assim, preveem-se aguaceiros fracos e dispersos, mais prováveis no Algarve e nalguns locais do interior Centro.