Bloqueio no norte da Europa pode afetar o tempo em Portugal a partir desta data: saiba como e quais os efeitos previstos
Apesar da aproximação de várias depressões e da chegada das respetivas frentes a Portugal nos próximos dias, um anticiclone de bloqueio poderá desenvolver-se no norte da Europa na reta final da próxima semana. Saiba como poderá afetar o tempo no nosso país!
O panorama atmosférico estável, marcado pela prevalência das altas pressões, chegou ao fim. Nas próximas horas e dias, uma depressão atlântica que se desenvolverá a sudoeste das Ilhas Britânicas irá deslocar-se para a Europa, deixando vento intenso e chuva forte e persistente durante grande parte do primeiro fim de semana de 2025 em Portugal continental.
Nestes próximos dias várias frentes atlânticas regarão a nossa geografia com abundância
Uma frente fria muito ativa, associada à referida depressão, penetrará Portugal continental entre domingo (5) e segunda-feira (6), regando o nosso território com abundância e agravando o estado do tempo na Noite e Dia de Reis.
Este episódio de chuva, que afetará de forma mais incisiva o noroeste do nosso país (distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Vila Real e Viseu), terá tendência a diminuir de intensidade na segunda-feira, 6 de janeiro e Dia de Reis. Porém, é importante realçar que uma segunda depressão produzirá outra frente, responsável por um novo temporal entre terça (7) e quarta-feira (8).
Esta segunda depressão circulará ainda mais perto da costa norte da Península Ibérica, pelo que o impacto em território do Continente será potencialmente mais adverso e geograficamente mais extenso no que toca à chuva, vento e outros fenómenos meteorológicos.
Não obstante, tudo indica que a situação meteorológica voltará a mudar drasticamente a partir de quinta-feira, 9 de janeiro. Ao longo da segunda metade da próxima semana, as altas pressões ganharão terreno progressivamente sobre a Europa Ocidental e uma forte e vasta crista espalhar-se-á para latitudes setentrionais, alcançando a Escandinávia.
A passagem de frentes e depressões sobre a Europa ficará completamente encerrada e um poderoso anticiclone deverá desenvolver e consolidar-se nas latitudes relativamente altas. O bloqueio anticiclónico poderá ser gerado ou em redor das Ilhas Britânicas ou talvez mesmo mais a norte.
A partir de quinta-feira, 9 de janeiro, as altas pressões voltarão a condicionar o tempo
Com este panorama em perspetiva, e após uma breve pausa, prevê-se que o fluxo de Sudoeste de origem atlântica (ar tropical marítimo) se intensifique na terça-feira (7) com a passagem da já referida segunda depressão, afetando com intensidade o território de Portugal continental e, em particular, as Regiões Norte e Centro.
Por outro lado, durante a jornada de quinta-feira (9), as altas pressões galgarão terreno rapidamente, reduzindo a hipótese de precipitação e diminuindo a intensidade do vento. Nos dias seguintes é muito provável que prevaleça o céu nublado, com boas abertas, não se descartando a formação de nevoeiro nos vales e planaltos do Nordeste Transmontano, Beira Alta e outros locais do interior Norte e Centro.
Com o provável bloqueio nas latitudes altas, o que esperar do tempo em Portugal?
Embora a crista anticiclónica que já começa a ‘desenhar-se’ em todos os cenários do modelo de referência da Meteored seja bastante forte, na realidade ainda persiste muita incerteza quanto à sua evolução a partir de finais da semana de 6 a 13 de janeiro.
Deste modo, é importante continuarmos atentos a esta possível situação. Aqui na Meteored iremos manter o foco total na monitorização da evolução das condições meteorológicas.
De momento, e tendo em conta o panorama previsto, é possível afirmar que a semana de 6 a 13 de janeiro irá arrancar com muita instabilidade (chuva forte e vento intenso, e possivelmente neve, granizo e outros fenómenos) e terminará com um final geralmente condicionado pelo anticiclone, com pouca nebulosidade e consequente descida das temperaturas noturnas.
Todavia, é importante realçar que, caso o bloqueio anticiclónico se intensifique no norte da Europa, a probabilidade de as massas de ar frio serem obrigadas a deslocar-se para o sul do continente aumenta e, com isso, a possibilidade de ser registada uma descida acentuada das temperaturas, sem excluir a hipótese de que ocorram outros fenómenos meteorológicos.