Bloqueio em ómega provocará novos fenómenos meteorológicos esta semana
Com o predomínio das altas pressões estão previstos alguns nevoeiros persistentes no interior e níveis elevados de poluição nas grandes cidades. Acontecerá alguma exceção? Até quando vai durar este panorama? Confira a previsão do tempo!
Tal como no domingo, também hoje o sol brilha em quase todo o território de Portugal continental, embora com algumas exceções à escala regional. As temperaturas também não registaram alterações significativas, mostrando valores diurnos semelhantes aos dos últimos dias, iguais ou superiores a 19 ºC na maioria das capitais distritais entre Coimbra e o Algarve.
Nevoeiros persistentes e poluição
No que diz respeito à situação meteorológica, hoje a crista anticiclónica intensificou-se sobre a Península Ibérica, e o maior destaque vai para os nevoeiros em pontos dos vales do Douro (Nordeste Transmontano) e Beira Alta, que poderão ser persistentes. No resto do país predominará um estado do tempo muito estável e seco, com algumas nuvens no Ribatejo, Estremadura e Algarve. Também nos Açores predomina a nebulosidade densa, com alguns chuviscos e vento. Na Madeira alguns aguaceiros e vento de Nordeste moderado a forte.
Amanhã as altas pressões vão reforçar-se na Europa Central, enquanto que uma depressão isolada em altitude irá deslocar-se rumo à Madeira, atingindo este arquipélago com aguaceiros, por vezes de granizo, possivelmente acompanhados de trovoada. De novo, espera-se algumas nuvens no litoral ocidental a sul do Cabo Raso, bem como no litoral algarvio (parte sul), assim como a repetição dos nevoeiros nos vales do Douro (Nordeste Transmontano) e Beira Alta. No resto do país reinará o panorama estável e temperaturas sem grandes oscilações.
O confinamento do ar gerado pelas altas pressões, vai causar um aumento dos poluentes nas duas áreas metropolitanas do Continente. Para esta tarde e amanhã, estão previstas concentrações de dióxido de nitrogénio de até 50 μg/m3 em Lisboa e no Porto, o dobro do limite estabelecido pela OMS.
Bloqueio em ómega e fluxo de Leste
Com base no nosso modelo de referência, na quarta-feira o bloqueio em ómega vai intensificar-se, com o reforço das altas pressões na Europa Central. A depressão isolada em altitude continuará a circular as imediações do Arquipélago da Madeira, deixando por lá mais alguns aguaceiros, por vezes fortes e sob a forma de granizo, acompanhados de trovoada. A instabilidade será mais provável de manhã, esperando-se a sua diminuição durante a tarde. Também o vento ainda irá soprar com alguma intensidade. Quanto a Portugal continental, prevê-se a continuidade de céu pouco nublado ou limpo, com nevoeiros menos densos nos vales do interior do país.
Na quinta-feira o fluxo de Leste aumentará ligeiramente de intensidade em todo o território, com algumas nuvens no litoral a sul do Cabo Mondego, bem como em certas partes do interior alentejano. Não se prevê qualquer pingo de chuva durante os próximos dias, o que só contribuirá para o agravamento da situação de seca que uma grande parte do país já atravessa, após um dos novembros mais secos dos últimos 90 anos. Na Madeira alguns chuviscos residuais e nos Açores um potencial episódio do tempo severo, com chuva abundante e vento forte. No Continente o panorama não irá alterar-se, embora as temperaturas baixem um pouco.
O dia de sexta-feira deverá registar um estado do tempo praticamente igual ao do dia anterior, mas com uma novidade: uma descida assinalável das temperaturas, especialmente no interior das Regiões Norte e Centro. Na Madeira as temperaturas vão subir.
Ao longo do fim de semana o bloqueio em ómega vai persistir, com o anticiclone centrado nas Ilhas Britânicas, a mostrar valores de pressão atmosférica de até 1040 hPa no seu núcleo. Este panorama será muito semelhante ao dos dias que lhes antecedem, com sol e algumas nuvens. No entanto, prevê-se chuviscos fracos na jornada de domingo, sobretudo entre Leiria e o Algarve. Para a Madeira, espera-se um temporal de magnitude destacável durante o fim de semana. Aguardemos pelas próximas atualizações das cartas sinóticas para ver se se confirma esta situação de risco.
Mudanças na altura do Natal?
Tal como já tínhamos avançado na Meteored, houve uma subida em latitude das altas pressões até às Ilhas Britânicas e Mar do Norte, gerando-se um potente bloqueio anticiclónico que obstrui a chegada de depressões atlânticas. O fluxo de Leste parece que irá predominar durante as festividades natalícias, e, dependendo do posicionamento do anticiclone, podem ocorrer três cenários: continuar o tempo estável; aparecimento de depressões a circular na parte sul e a atingir a Península Ibérica; ou, por fim, a interação de massas de ar de naturezas diferentes.