Aviso vermelho devido à depressão Dora: chuva, vento e mar agitado!
A depressão Dora promete trazer muita instabilidade a Portugal continental nos próximos dias. Desde chuva a vento forte, a tempestade também deixará neve nas montanhas e mar muito agitado, com aviso vermelho já emitido para alguns distritos. Em que regiões terá mais impacto?
O outono climatológico terminou (a 1 de dezembro arrancou o inverno climatológico, não o astronómico que só começa no próximo dia 21), marcado por vários dias de anticiclone, mas também por gotas frias e pela depressão Clement. O início do inverno climatológico quase coincidiu com a entrada em cena da depressão Dora, uma tempestade que promete trazer tempo muito adverso para os próximos dias, sobretudo amanhã, sexta-feira 4 de dezembro. Será outra razão para nos mantermos confinados neste fim de semana prolongado pelo estado de emergência até ao feriado da Imaculada Conceição.
O anunciado temporal de vento, chuva, frio e neve previsto há alguns dias acaba por se confirmar no final desta semana. Este temporal acaba por se transformar assim na depressão Dora, nomeada pelo serviço meteorológico nacional espanhol (AEMET) tornando-se na quarta tempestade da época 2020/2021 do grupo do sudoeste europeu.
Frio, neve e muito vento
Os efeitos da superfície frontal fria associada a esta tempestade vão começar a ser sentidos no nosso território ainda durante o dia de hoje (3), com a intensificação do vento do quadrante norte e noroeste nas próximas horas, entrando desde o norte de Portugal continental. Além disso, será acompanhado de chuva fraca e de céu muito nublado em todo o país.
Segundo o modelo ECMWF, nas primeiras horas da madrugada de sexta-feira começam a cair os primeiros flocos de neve em alguns dos sistemas montanhosos do Norte e do Centro, inicialmente na cota dos 1400/1600 metros, descendo gradualmente para os 600 metros. Vai nevar em sítios como a Peneda-Gerês (Serra Amarela), Serra do Marão, Serra do Alvão, Serra da Estrela, entre outros. Os acumulados serão interessantes especialmente na Serra da Estrela.
A superfície frontal fria atravessará toda a geografia continental, deixando precipitação generalizada, por vezes em regime moderado e com maiores acumulados nas regiões do Minho e Douro Litoral. Será acompanhada também por uma descida acentuada das temperaturas, sendo que em vários pontos de Trás-os-Montes e da Beira Alta, os termómetros vão assinalar temperaturas mínimas de -3 ºC. O vento soprará moderado, por vezes forte, com rajada máxima até 80 km/h no litoral oeste e de até 95 km/h nas terras altas do Norte e do Centro.
Mar muito agitado e instabilidade continua nos dias seguintes
Além da instabilidade atmosférica gerada pela queda de precipitação, em alguns momentos sob a forma de neve, pelos ventos fortes do quadrante norte e noroeste e pela descida acentuada das temperaturas, a depressão Dora também causará enorme impacto no que toca à agitação marítima. Por isso mesmo, para esta sexta-feira já foram emitidos avisos laranja para todo o litoral Norte e avisos vermelhos para os distritos de Leiria e Lisboa.
As ondas de noroeste terão altura significativa de 7 a 8 metros, atingindo por vezes uns impressionantes 14 metros e colocando em risco extremo as localidades compreendidas no litoral destes distritos.
Para sábado prevê-se nova descida das temperaturas, acompanhada por vento de noroeste ainda muito intenso que fará incrementar o desconforto térmico. A precipitação será mais escassa, distribuindo-se de forma irregular pelo território. Em princípio neste dia já não deverá nevar em Portugal continental, mas o frio intenso persistirá, surgindo também sob a forma de gelo e geadas.
A partir de domingo uma nova frente, associada a outra tempestade, deverá começar a aproximar-se do nosso país, prevendo-se que os dias mais instáveis sejam segunda-feira (7) e o feriado da Imaculada Conceição (8).