Após a gota fria, a chuva volta a Portugal na ponte do Carnaval
Os aguaceiros provenientes da gota fria já estão a cair em Portugal continental e por cá vão continuar nos próximos dias, regando várias regiões. Depois o tempo estável regressa… temporariamente. Na ponte do Carnaval a chuva deverá regressar ao país. A que regiões? Confira a previsão!
O anticiclone de bloqueio, situado a oeste de Portugal continental, foi finalmente quebrado esta quinta-feira, permitindo a chegada dos vestígios da gota fria que esteve a “bombardear” os Arquipélagos da Madeira e das Canárias nos últimos dias. A precipitação entrou no Continente luso esta madrugada através do Barlavento Algarvio.
Tal como se previa, o tempo instável está a fazer-se sentir esta quinta-feira pelo Sudoeste Peninsular ao sabor de aguaceiros fracos e irregulares, concentrados sobretudo a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela. As regiões mais beneficiadas pela água têm sido o Algarve, Alentejo (sobretudo parte sul e litoral) e Lisboa e Vale do Tejo.
O risco de aguaceiros acompanhados de trovoada mantém-se até sábado
Além da chegada da precipitação, que ainda assim é deveras insuficiente para atenuar a grave seca que afeta o país - graças também à sua distribuição muito irregular -, é de salientar a notória descida das temperaturas, especialmente na Região Sul, área do país por onde a gota fria primeiramente fez a sua incursão. O ambiente fresco acentuar-se-á nos próximos dias com gradual descida, tanto dos valores das máximas, como das mínimas. Isto será potenciado pelo fluxo de Nordeste, que durante boa parte das próximas 48 horas, soprará com moderada a forte intensidade, um pouco por todo o território nacional.
Eventualmente, graças à concentração de poeiras saarianas em suspensão na atmosfera, a precipitação poderá ocorrer sob a forma da sobejamente conhecida “chuva de lama”. Além disso, não é de descartar, sobretudo no Algarve e Alentejo, a possibilidade de a precipitação vir acompanhada de atividade elétrica (trovoada). Mais tarde, já depois da rega desta quinta e sexta-feira (25) nas regiões Centro e Sul do país, é possível que a meio da tarde do dia de sábado (26) a instabilidade se expanda para outras zonas do país, prevendo-se queda de aguaceiros fracos e dispersos em vários pontos da Região Norte.
Domingo e segunda-feira de tréguas... à espera da chuva de Carnaval
O tempo estável, seco e soalheiro, influenciado pelo anticiclone de bloqueio voltará a impor-se no domingo (27) e na segunda-feira (28) com um panorama que se antevê de céu pouco nublado no Norte e limpo no Centro e Sul do país. Para além disso, o vento diminuirá de intensidade, soprando em geral fraco do quadrante Norte, e claro, os termómetros vão voltar a registar valores acima do habitual para a época do ano, com várias capitais de distrito a registar máximas iguais ou superiores aos 20 ºC, tais como Coimbra, Leiria, Lisboa, Santarém, Setúbal, Évora e Beja.
No entanto, é de destacar o acentuado arrefecimento noturno previsto para estes dias, sobretudo nos territórios do interior transmontano, duriense e beirão, mais sujeitos ao efeito da continentalidade.
É para o dia da ponte do Carnaval, na terça-feira 1 de março, que, embora exista alguma incerteza no seu prognóstico, o modelo Europeu antevê um novo episódio de chuva em boa parte do território de Portugal continental. À data de hoje, os mapas preveem a incursão de uma frente atlântica algo debilitada que deixaria chuva moderada no Alto Minho, e fraca no resto da Região Norte. Inclusive, parte desta precipitação poderia chegar mais a sul, a pontos da Beira Litoral.
Agora sim, num espaço de poucos dias, parece que começaremos a sentir os efeitos da entrada na primavera climatológica (a primavera em climatologia inicia precisamente a 1 de março), ao registarmos a variabilidade típica do tempo que costuma fazer nesta estação do ano. Isto porque, além da alternância de dias húmidos e frescos, com dias soalheiros e quentes, para além da provável chuva da próxima terça-feira de Carnaval no Norte do país, as temperaturas deverão baixar para valores mais normalizados e condizentes com a normal climatológica.