Amanhã vai chover em Portugal: saiba em que zonas se preveem aguaceiros potencialmente acompanhados de trovoada
Está iminente uma mudança no estado do tempo em Portugal continental. A provável chegada de precipitação amanhã a várias regiões do país constituirá uma ajuda fulcral no combate aos incêndios que assolam o nosso país. Eis a previsão.
Esta quarta-feira (18) o nosso país despertou com um cenário idêntico ao do dia anterior. Céu turvo e em tom amarelado ou escuro, provocado pelo fumo e pelas cinzas e partículas geradas pelos incêndios. O tempo manteve-se bastante seco, apesar de uma ligeira subida dos valores percentuais de humidade relativa do ar (HR).
Destaque-se ainda que o vento do quadrante Leste, dominante durante boa parte do dia, passou a soprar de Oes-Noroeste nas regiões do litoral e do quadrante Sul na Região Sul de Portugal continental.
Já hoje foi igualmente notório um arrefecimento nas condições meteorológicas, sobretudo das temperaturas máximas, associada à aproximação da depressão retrógrada que referimos nas últimas previsões publicadas aqui na Meteored. Nos Açores vigorou uma situação meteorológica, no geral, de céu parcialmente nublado e na Madeira houve períodos de céu nublado, mas também de abertas e aguaceiros fracos.
Esta quinta, dia 19, prevê-se precipitação e nalgumas zonas será potencialmente acompanhada de trovoada
O panorama meteorológico na geografia do Continente vai mudar drasticamente nas próximas horas. Esta quarta-feira (18) a mudança de quadrante do vento (de Leste para Noroeste ou Sul) e a descida das temperaturas, bem como o aumento percentual dos valores de humidade relativa do ar foram apenas os primeiros sinais da iminente mudança de tempo.
A referida depressão retrógrada consiste em baixas pressões isoladas em altitude, com ar frio associado, e é assim designada pois movimenta-se de leste para oeste, ao contrário das depressões típicas das latitudes médias. Já se situa neste momento a oeste do nosso país e vai começar a produzir reflexos à superfície amanhã (quinta-feira, 19).
Amanhã a precipitação em Portugal será intermitente, dispersa (sob a forma de aguaceiros) e com uma distribuição muito desigual em termos geográficos. Sendo uma depressão isolada em altitude, cuja natureza é bastante errática, este tipo de distribuição pluviométrica pelo território é normal de acontecer.
Além disto, as depressões isoladas em altitude costumam gerar precipitação do tipo convectivo, daí a possibilidade de os aguaceiros serem acompanhados de trovoada nalgumas zonas.
De acordo com os modelos de referência da Meteored, esta quinta-feira (19) será provável chover em qualquer ponto dos 18 distritos de Portugal continental. Porém, nalgumas zonas isso será mais provável do que noutras por causa das características do centro de baixas pressões e da orografia do nosso país.
Ainda segundo os mapas de densidade de raios, a ocorrência de atividade elétrica (trovoada) será mais provável nestes distritos: Bragança, Guarda, Viseu, Castelo Branco, Portalegre, Évora, Beja, Aveiro, Coimbra, Santarém e Setúbal.
Onde choverá mais entre a meia-noite e as 23:00 de quinta-feira, dia 19?
De acordo com o mapa de precipitação acumulada da Meteored para quinta-feira, 19 de setembro, está previsto que a quantidade acumulada, medida em milímetros (mm), varie entre <1 mm e pouco mais de 10 mm em cerca de 24 horas.
Como já foi referido anteriormente, a distribuição pluviométrica será muito desigual e os locais onde os aguaceiros serão mais prováveis serão os das regiões do interior - em particular nas que estão mais próximas a Espanha (Bragança, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora, Beja) -, e Sotavento Algarvio (Faro).
Além disto, é possível observar outro dado ‘infeliz’: a precipitação acumulada será mais provável em regiões que neste momento não estão a ser assoladas por incêndios, e muito escassa ou praticamente inexistente nas regiões que mais dela precisam para o combate às chamas. Afortunadamente, tudo parece indicar que a partir de sexta-feira, 20 de setembro, a precipitação alcançará todo o país, praticamente de norte a sul.
Uma boa notícia no meio disto é que regiões habitualmente ‘castigadas’ pela seca, como o Alentejo e o Algarve, receberão alguma precipitação, fundamental para gerir o armazenamento e as reservas de água, após vários meses sem praticamente verem uma pinga de chuva.
Quanto ao vento, de um modo geral soprará fraco a moderado do quadrante Sul, estando associado à instabilidade meteorológica produzida pela mencionada depressão retrógrada.
Além disto, prevê-se novamente uma descida das temperaturas máximas graças à presença de massas de ar frio que acompanharão este sistema de baixas pressões. Exceção feita aos territórios do interior Norte e Centro onde é expectável uma pequena subida das temperaturas mínimas.