Tornado: o poder do vento!
Os desastres naturais sempre acompanharam e continuarão a fazer parte da história do planeta. Ao Homem cabe a missão de desenvolver tecnologia que possa prever os eventos extremos, assim como, mecanismos que mitiguem os seus efeitos.
Da família dos CFT (ciclones, furacões e tufões), os Tornados são igualmente poderosas forças da natureza, de beleza fascinante, mas com efeitos devastadores! A maior parte dos Tornados tem origem em grandes nuvens de natureza convectiva, as supercélulas (células convectivas de amplas dimensões, com diâmetros superiores a 60Km). A característica mais marcante destes sistemas está no seu notável desenvolvimento vertical, sendo que os topos das nuvens podem atingir altitudes superiores a 15mil metros, penetrando a tropopausa e a baixa estratosfera.
Os Tornados são uma forte corrente de ar ascendente, em espiral, na base da nuvem, cuja forma se assemelha a um funil, com elevado poder de destruição, e formam-se pelo choque entre duas correntes de ar, e a rotação do ar.
Quando o ar seco e frio avança em direcção a uma massa de ar quente e húmida, o ar frio desce e o ar aquecido sobe, levando a humidade para a atmosfera superior formando nuvens (Cumulonimbus) – as supercélulas. As nuvens pesadas crescem, as correntes ascendentes ganham força absorvendo mais ar quente, e quando o topo dessa camada gigante atinge a camada fria da estratosfera, o ar arrefece e desce. Este processo gera fortes correntes descentes que provocam uma série de temporais com raios e trovões, a chamada linha de tormenta.
E, neste momento entra em consideração um factor determinante para que o Tornado se forme - a rotação do ar. O forte vento cruzado (o cortante) que atravessa a Cumulonimbus, faz as correntes ascendentes girarem em espiral, sugando ainda mais ar quente para o topo da tempestade. Mais compacta, a nuvem adquire um formato de funil, vai girando cada vez com mais rapidez, e, tocando no chão, forma um Tornado.
E onde os encontramos?
Os EUA são a capital mundial dos Tornados, onde podem ocorrer, (em média) cerca de 800 por ano! Podem ter desde 90 m a 3000 m de diâmetro, e raramente ficam no solo por mais de 15 minutos, deslocando-se em média, de entre 40 a 85km/h. Podem percorrer até 100km de distância, e a sua acção é rápida e geograficamente cirúrgica. A sua força é medida pelo nível de destruição que provoca, de acordo com a escala Fujita-Pearson , com um rácio de “EFO” com 105km/h até “EF5” >322 km/h. Nas estações de transição (primavera e outono), podem igualmente ocorrer na América do Sul (brasil).
Existem também os “tornados de fogo”, comumente associados a incêndios florestais. O grande calor gerado faz com que o ar suba e, se as condições estiverem favoráveis, formar-se-à um tornado que poderá percorrer alguns metros de distância.
A intensidade dos ventos de um Tornado pode destruir casas e edifícios, arrancar árvores, e arremessar para bem alto e longe tudo o que encontrar no caminho, sejam pessoas, animais, veículos, etc. Daí que, a monitorização e planos de emergência e protecção eficazes, sejam mecanismos essenciais para mitigar os efeitos deste tipo de eventos meteorológicos.