Temperaturas extremas: como afetam a nossa saúde?

O ambiente do planeta é um empolgante sistema dinâmico, constituído por constantes movimentos interactivos dos continentes, dos oceanos, das massas de gelo e no qual ocorrem trocas de fluxos de água no estado líquido ou gasoso, de radiação electromagnética e trocas de calor.

O clima do planeta Terra vive em constante mudança, encontrando-se desde há cerca de 10 mil anos num período interglaciar.

Remonta ao séc.IV a.C, com Hipócrates, e posteriormente, há cerca de 4600 anos na China, o reconhecimento do clima como um factor natural que, determinantemente condiciona a vida no planeta, e como os seus efeitos influem na saúde humana. As condições meteorológicas adversas (extremas) afectam o conforto e a saúde humana. Sendo a temperatura do ar, uma das variáveis que mais influencia os processos biológicos e as actividades humanas por inerência.

A Antártida é o local mais frio da Terra

Situada no “fundo” do planeta, a Antártida tem mais de 14 milhões de km2 de gelo. Lá, é breu metade do ano. A luz do sol não chega a aquecer a região, que tem uma extensa camada de gelo, que irradia o calor, reunindo condições que a tornam inospitamente muito fria.

Os únicos seres humanos que habitam a Antártida são os investigadores-cientistas, como os da estação russa Vostok, onde em julho de 1983 foi registado o valor recorde de temperatura – aproximadamente 89 ºC negativos. E, obviamente que, quem estiver uns escassos 5 minutos no exterior, com temperaturas desta grandeza, rapidamente ganha frieiras (lesões nos vasos capilares da pele).

No entanto, este recorde tem sido desafiado pela permanente evolução tecnológica. E em agosto de 2010, um satélite americano mediu a temperatura no planalto oriental da Antártida, registando -135,8F (≈ 93⁰ Celsius negativos), despoletando alguma controvérsia por a medição ser feita à distância, a partir do espaço, e não à superfície…

O delicado e auspicioso sistema climático!

E extremos quentes no planeta?

Evidencia-se o Vale da Morte, na Califórnia, com cerca de 7.800km² e a bacia Badwater, 86 metros abaixo do nível do mar, por isso local muito seco, recebendo apenas entre 50 a 100 mm de chuva por ano, e com cerca de 130 a 135 dias com temperaturas superiores a 38⁰C. Aqui, no Dead Valley, destaca-se 10 de junho de 1913, marcado como o dia com a temperatura mais elevada no planeta, em que foram registados 57⁰C, e em 2013, registou igualmente a segunda marca de temperatura mais elevada com 54⁰C.

E ocorrem súbitas amplitudes extremas?

No que toca a oscilações bruscas de temperatura, destaca-se a localidade de Spearfish, no Dacota do Sul (EUA), que, no dia 22 de janeiro de 1943 bateu um peculiar recorde, no espaço temporal de 2 minutos, com uma variação de temperatura de vinte e sete graus! Teve como explicação o vento Chinook (vento catabático). E, para mais facilmente ser percebido, é necessário embarcar no exercício de imaginar acordar numa manhã, com a temperatura no exterior de -20⁰C; em 2 minutos a temperatura subir 27 graus (para os 7⁰C) e, noventa minutos depois, a temperatura atinge os 12⁰C, altura em que o vento pára. E, cerca de trinta minutos depois, o termómetro volta a descer para os -20⁰C!

A exposição do ser humano a temperaturas extremas pode provocar diversos quadros clínicos, para além do agravamento de doenças crónicas, relacionados com o sistema de termo-regulação do organismo, pelo que, quando pensar em experienciar vivências em regiões inóspitas do planeta,... esteja atento e tome cuidado!