Ondas e marés: O que as distingue?
Fruto da agitação marítima dos últimos dias, saiba o que são ondas e marés, o que as associa e o que as origina. Sacie a curiosidade esclarecendo estas e outras questões.
O mar raramente se encontra em repouso devido à sua permanente agitação à superfície. A essa agitação denominou-se de ondulação. Os elementos duma onda são a crista – parte mais alta e convexa; e a cava – parte mais baixa e côncava. O processo de formação de uma onda depende largamente dos ventos. As ondas formam-se e crescem conforme a energia que vão adquirindo do vento que circula sobre a superfície do mar.
A quantidade de energia cinética transferida do vento para as ondas depende da velocidade do vento, da sua duração e do “fetch”. O “fetch” é a distância da superfície oceânica que pode ser alcançada pelo vento, sem obstáculos. Quanto maior o “fetch”, maior a probabilidade de ocorrer ondulação com grande energia associada.
As ondas mais elevadas são produzidas por ventos fortes que sopram regularmente na mesma direção e por longas distâncias. As ondas ativamente originadas pelo vento são extremamente irregulares, têm uma pequena crista e um perfil inclinado.
Do menor para o maior comprimento de onda (ou seja, da mais lenta para a mais rápida), as ondas oceânicas são geradas por perturbações diferentes que as classificam de forma distinta. Perturbações muito pequenas originam ondas capilares, existindo também perturbações causadas pelo vento, pelo balanço da água em espaços fechados (os “seiches”), por atividade sísmica, vulcânica ou por outro deslocamento repentino (tsunamis) e pela atração gravitacional (marés).
As ondas comportam-se em grande medida pela relação estabelecida entre o tamanho da onda e a profundidade da água por onde ela se move. Várias direções podem ser assumidas por uma onda. Ela pode refratar-se, refletir, interferir com outras ondas e quebrar-se. As ondas de comprimento de onda muito grande são ondas em que a profundidade é menor que o comprimento de onda – as chamadas “águas rasas”. As ondas longas viajam em altas velocidades e podem ter efeitos verdadeiramente devastadores. Felizmente, a capacidade de destruição não é proporcional ao seu comprimento de onda.
As marés são oscilações periódicas do mar. De todo o oceano, as marés constituem as maiores ondas oceânicas (ou seja, possuem os maiores comprimentos de onda). Resultam da atração gravitacional exercida em conjunto pelo Sol, pela Lua e pelo movimento da Terra bem como pela tendência da água contida numa bacia oceânica balançar numa frequência específica.
A teoria do equilíbrio das marés aponta principalmente à posição e à atração da Terra, da Lua e do Sol. O oceano responde imediatamente às forças que afetam a posição da sua superfície e o comportamento das marés só pode ser previsto de forma aproximada. O tipo de marés decorrente deste tipo de interações (Sol-Lua-Terra) denomina-se por marés astronómicas. Devido à proximidade da Lua à Terra, o satélite natural do nosso planeta exerce uma atração 2,2 superior à do Sol, apesar da massa deste corpo celeste ser muito maior.
A teoria dinâmica das marés tem por base a velocidade da onda de maré de longo comprimento de onda em águas com profundidades de cariz variável, a presença de continentes e o movimento circular ou para a frente e para trás das águas nas bacias oceânicas. Por oposição à teoria do equilíbrio das marés, esta teoria explica com maior precisão o comportamento das marés. Além das marés astronómicas, existem as marés meteorológicas. As marés meteorológicas são provocadas pelo tempo e podem aumentar ou diminuir a altura das cristas de maré meteorológicas.
Quanto às marés em si mesmas, à posição mais alta chama-se de maré alta, maré cheia ou preia-mar e à posição mais baixa de maré baixa, maré vaza ou baixa-mar. A amplitude de maré trata-se da distância vertical entre estas duas posições extremas. O período de maré é o intervalo de tempo entre a maré baixa e a maré alta e o conjunto completo de características da maré denomina-se de ciclo de maré.