Um ar e uma vida mais saudáveis?
O CO₂ é um dos componentes atmosféricos, contudo, consequência das mais diversificadas acções humanas, diariamente são emitidas pesadas quantidades deste gás para a atmosfera, o que implica directamente com o equilíbrio bioclimático.
É na Troposfera (camada mais baixa da Atmosfera), onde ocorrem a maioria das alterações climáticas, essencialmente porque, quando a energia proveniente do Sol atravessa a Atmosfera Terrestre, aquece esta camada assim como a Litosfera, fazendo o ar circular. Falemos então de poluição atmosférica.
Através da queima de combustíveis fosseis, de processos de mau uso da terra pela conversão de florestas em uso agropecuário, desflorestação, queimadas, enfim, um substancial número de acções que emitem dióxido de carbono e comprometem o efeito de estufa (por influírem nas temperaturas, humidade, vento) da atmosfera do planeta, propiciando a dispersão de poluentes atmosféricos. Em sequência, são exponenciados sérios problemas de saúde pública, assim como, nefastos impactes no meio ambiente.
Ora, os efeitos na saúde humana causados por partículas poluentes suspensas no ar, representa cada vez mais uma premente necessidade dos Estados em mitigar os seus efeitos a fim de minimizar os encargos que estas problemáticas de saúde podem representar nas politicas orçamentais.
Uma vez suspensas no ar, as partículas poluentes mais grossas, ficam retidas no nariz e garganta, provocam incomodo, irritação nos olhos, (…) além de propiciar patologias como gripe, rinite / bronquite alérgica, ou asma, sendo que, analogamente, as partículas mais finas, causam danos na parte interna do aparelho respiratório, atingindo os alvéolos pulmonares, brônquios, (…), potenciando a um grau de problemas mais severos, como cancro ou pneumoconiose.
Existem já pretensas soluções?
Claro que sim! Destaca-se a iniciativa de âmbito nacional promovida pelo Ministério do Ambiente sob égide do Fundo Ambiental para a criação de um “Laboratório Vivo para a descarbonização”, que de entre a selecção de 12 cidades portuguesas, atribuiu à proposta apresentada pela cidade da Maia, a segunda melhor pontuação a nível nacional. Parabéns Maia!
O corpo do “projecto BaZe” – o primeiro território onde se pretende atingir um balanço zero em termos de emissões de carbono, propõem-se a fomentar a descarbonização, inicialmente numa parcela do território que compreende o quarteirão Parque Central - Praça Doutor José Vieira de Carvalho, através da implementação de soluções tecnológicas que aumentem a eficiência e reduzam o consumo de energia, da cocriação de soluções inovadoras, sustentáveis e inclusivas que permitam melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e da mudança de hábitos relacionados com o consumo, mobilidade e logística. O campo de actuação do projecto BaZe abrange desde a reabilitação de edificado e utilização com cariz lúdico-didático de espaços públicos, à integração de soluções em domínios como transportes e mobilidade, eficiência energética em edifícios, serviços ambientais inovadores, e promoção da economia circular, numa lógica de interação entre: Município – Centros de Conhecimento – Empresas – Indústrias – Cidadãos.
Com a implementação do BaZe, será possível vivenciar uma série de experiências que visam transformar o futurismo em “presentismo”, sendo possível encontrar candeeiros que nos ajudam a medir emissões de carbono ou os níveis de ruído, a carregar o telemóvel, a estacionar ou a ter acesso à internet! Tornará igualmente possível a informação em tempo real, sobre diferentes temas como p.e. a produção de energia com o apoio do sol ou do vento, gerir de forma eficiente a iluminação, a rega dos jardins ou a energia e água consumida nos edifícios, promoverá ainda a produção de alimentos com métodos alternativos, o tratamento de resíduos de forma diferenciadora, e a adaptação das coberturas dos edifícios, para a instalação de jardins ou hortas.
A cidade Maia, na vanguarda da qualidade de vida, num ambiente mais saudável e feliz por inerência! As boas iniciativas devem propagar-se!