Ciclones Tropicais: registos extremos
Os ciclones tropicais, termo mais genérico para furacões em todo o mundo, são dos fenómenos meteorológicos mais devastadores que têm registado recordes na sua intensidade nos últimos anos, sendo os mais intensos os da última década.
Recentemente algumas regiões do globo sofreram mais uma vez os efeitos destruidores dos ciclones tropicais, com perda de vidas humanas, como foi o caso da Carolina do Norte e Carolina do Sul nos EUA, devido à passagem do furacão Florence, com rajadas até 256km/h e das Filipinas, Japão e China, resultante da passagem do tufão Mangkhut, que atingiu rajadas de 250km/h.
Designação dos Ciclones Tropicais
Dependendo de sua localização geográfica os ciclones tropicais podem ter outras denominações, tais como furacão, se ocorre no Oceano Atlântico Norte, Golfo do México, Caraíbas e na região Leste dos Estados Unidos; tufão, se ocorre no Oceano Pacífico Norte, na região Oeste dos Estados Unidos, Japão e China; ciclone tropical severo, se ocorre na região sudoeste do Oceano Pacífico, Austrália, Nova Zelândia, Indonésia e nas Filipinas são apelidados de baguios.
Classificação dos Ciclones Tropicais
A intensidade do ciclone tropical é um assunto complexo. Os ventos são frequentemente usados para medir a intensidade, bem como a pressão mínima que é atingida no centro do ciclone. Com base nestes dois indicadores são definidas escalas para classificar a intensidade/categoria do ciclone tropical.
Estas escalas são definidas por organismos meteorológicos, como o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos EUA, a Organização Meteorológica Mundial, organização das Nações Unidas e o Bureau of Meteorology da Austrália. O Centro Nacional de Furacões (NHC) utiliza a Escala de furacões de Saffir-Simpson para ciclones tropicais que se formam no Oceano Atlântico norte ou no Oceano Pacífico nordeste, no entanto a Austrália utiliza uma escala diferente para a sua região.
Variações no período médio de ventos em diferentes bacias dificultam a comparação entre os diferentes ciclones tropicais no globo. Além disso, outros impactos como chuva, tempestade, área de danos provocados pelo vento e tornados podem variar significativamente em tempestades com velocidades de vento semelhantes, pois depende também da própria vulnerabilidade do território.
Ciclones Tropicais mais Intensos
De acordo com informação do Climate Central e com base nos dados obtidos por instrumentos de aeronaves de reconhecimento, o furacão Irma, que ocorreu no ano de 2017, foi a tempestade mais forte, atendendo à intensidade do vento, registada na bacia do Atlântico, no Mar das Caraíbas e no Golfo do México, com ventos a atingirem valores muito perto dos 300 km/h, e apenas três anos atrás, o furacão Patricia tornou-se a tempestade mais forte do Pacífico oriental, com ventos de 346 km/h.
A intensidade dos ciclones tropicais na bacia do Atlântico é classificada com base na mais alta velocidade do vento de 1 minuto e na pressão mínima observada no seu centro durante a vida da tempestade. O Índice de Extremos Climáticos foi desenvolvido e calculado pelo NCEI (National Centers for Environmental Information) da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) dos EUA.
Para comparar essas tempestades com outras em todo o mundo que não puderam ser medidas por instrumentos das aeronaves de reconhecimento, é usada uma classificação de satélite chamada Advanced Dvorak Technique, baseada em Valden et al. (2017). Esta metodologia utiliza os dados de satélite para determinar a intensidade do furacão remotamente. Com base nessa classificação foram estabelecidos os seguintes registos de intensidade máxima de ciclones tropicais desde 1979: Haiyan em 2013 no nordeste do Pacífico, Pam em 2015 no sudoeste do Pacífico e Fantala em 2016 nas bacias do sul da Índia.
Verifica-se que desde 1979, dois oito ciclones mais intensos ocorridos no globo, seis ocorreram nos últimos seis anos. Embora exista uma forte conexão entre pressões baixas e velocidades de vento mais altas, as tempestades com as pressões mais baixas podem não ter as velocidades de vento mais altas, já que a relação de cada tempestade entre vento e pressão é ligeiramente diferente.
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, a maioria dos ciclones tropicais que atingiram uma pressão de 900 hPa ou menos ocorreu na parte oeste do Oceano Pacífico Norte. O ciclone tropical mais forte registado em todo o mundo, (400) medido pela pressão central mínima, foi o Typhoon Tip, que atingiu uma pressão de 870 hPa em 12 de outubro de 1979.