Webb, o telescópio que nos vai mostrar o início do Universo
O Telescópio Espacial James Webb, 100 vezes mais poderoso do que o Hubble, vai ser lançado em dezembro. As suas imagens vão revelar segredos sobre o início do Universo.
Explorar novos mundos, descobrir a origem do Universo, procurar outras formas de vida na galáxia, pode até parecer o enredo de um filme de ficção científica, mas estes são os principais objetivos do Telescópio Espacial James Webb, construído pela NASA em parceria com as agências espaciais da Europa e do Canadá.
O lançamento do telescópio Webb está agendado para 18 de Dezembro de 2021 e, quando for totalmente implantado no espaço, dará início a uma nova era da Astronomia. Webb vai tomar o lugar do Telescópio Hubble, que já está em operação há mais de três décadas e pode parar de funcionar a qualquer momento.
Nos seus 30 anos de serviço, o Hubble ajudou os cientistas a responder a questões, tais como: o que são buracos negros, o que acontece quando as estrelas explodem, e como o universo está a expandir. Com o Webb, os astrónomos vão ser capazes de entender ainda mais: o telescópio será capaz de fotografar o início do Universo.
Como assim, será o telescópio Webb capaz de voltar atrás no tempo?
Na Astronomia, quanto mais distante um objeto estiver, mais antigo ele é. Isto acontece porque a luz de objetos muito distantes demora muito tempo para chegar até nós. Então, observar objetos distantes é como observar o passado do nosso próprio Universo. As galáxias mais distantes já observadas aparecem para nós como eram há biliões de anos atrás.
O gigantesco espelho dourado do telescópio Webb, muito maior do que o do Hubble, será capaz de capturar imagens de objetos tão distantes que nos vão mostrar o Universo no seu início, apenas 250 milhões de anos depois do Big Bang. Estas imagens vão ajudar os cientistas a responder a algumas das maiores questões sobre a origem do Universo.
Antes da primeira luz das estrelas, o Universo estava envolto por uma névoa densa e escura de gás primordial. Nesta época não havia luz para atingir os nossos telescópios. O Webb será capaz de observar o Universo pouquíssimo tempo após esta época, algo que nunca fomos capazes de observar.
Além disso, o telescópio captará radiação infravermelho de uma forma muito mais eficiente que o Hubble, o que permitirá o estudo de planetas fora do Sistema Solar. O Webb será capaz até mesmo de identificar a composição da atmosfera destes planetas, em busca de mundos semelhantes ao nosso.
Construído com um investimento de 10 biliões de dólares, o telescópio é tão grande e ficará tão distante da Terra que o seu lançamento é um desafio de engenharia por si só. Uma vez lançado, o telescópio não poderá receber manutenção, como aconteceu com o Hubble. Precisa de funcionar perfeitamente.
Caso todos os desafios sejam superados em dezembro, começaremos a observar as imagens mais impressionantes jamais obtidas do nosso Universo em 2022. Astrónomos do mundo inteiro aguardam ansiosamente pelo início da contagem decrescente.