Vírus marinhos podem ser a chave para capturar carbono no oceano e nos solos Árticos
Vírus marinhos revelam potencial revolucionário para a mitigação das alterações climáticas, oferecendo uma solução inovadora para capturar carbono nos oceanos e nos solos do Ártico. Saiba mais aqui!
Numa iniciativa pioneira, investigadores da Universidade Estadual de Ohio estão a estudar a possibilidade de existência de vírus nos oceanos, tendo em conta o contexto atual de alterações climáticas. Ao combinar os dados da sequência genética com a análise de inteligência artificial, foram identificados vírus marinhos com o potencial de ajudar a capturar o dióxido de carbono (CO2 ) na água do mar e até mesmo prevenir a libertação de metano do solo ártico que se encontra em degelo.
Como foi feita a análise dos vírus marinhos?
Através da identificação de genes presentes nestes vírus, que estão envolvidos no metabolismo do carbono, 340 vias metabólicas foram mapeadas nos oceanos a nível internacional. Destas, 128 foram encontradas nos genomas de vírus marinhos. Estas evidências abrem portas para a possibilidade de utilizar vírus como uma ferramenta para manipular os microrganismos marinhos com a finalidade de converter mais carbono em formas que submergem no oceano, contribuindo assim para mitigar os efeitos das emissões de CO2 na atmosfera.
Sullivan, que também foi coordenador da análise vírica para a Fundação Tara Oceans, destacou a importância dos vírus na regulação do ciclo do carbono nos oceanos, e como pode ser crucial para o futuro da mitigação das alterações climáticas.
Em que áreas complementares é que pode ser útil esta investigação?
Além disso, os cientistas estão a avaliar a possibilidade de aplicar estes conhecimentos noutras áreas científicas, como a engenharia de microbiomas em ambientes humanos. Esta abordagem poderia ter aplicações desde a recuperação de lesões na medula espinal até a melhoria dos resultados para bebés nascidos de mães com HIV, ou mesmo o combate a infeções provocadas por queimaduras.
Além dos oceanos, os investigadores também estão a olhar para os solos do Ártico, onde o permafrost está a descongelar devido às alterações climáticas. A libertação de metano deste solo pode ter um impacte muito expressivo no aquecimento global. Com a utilização dos vírus como ferramenta de engenharia genética, os cientistas esperam influenciar os microbiomas do solo para reduzir a libertação de gases com efeito estufa (GEE).
Este estudo multidisciplinar é financiado por várias entidades, incluindo a Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos, a Fundação Gordon e Betty Moore e a Fundação Tara Oceans. Além disso, a investigação sobre os solos árticos conta com o apoio do Departamento de Energia dos Estados Unidos e da Fundação Grantham.
Referência da notícia:Ohio State University. Viruses that can help 'dial up' carbon capture in the sea. ScienceDaily. ScienceDaily (2024).