Vida explodiu no planeta Terra após grande extinção do Pérmico
A extinção do Pérmico, há 252 milhões de anos, contribuiu para um devaste rápido da vida no mundo. Porém, após esta grande extinção seguiu-se um período de acelerada recuperação durante o Triássico. Saiba mais aqui!
No período final do Pérmico, há 252 milhões de anos, houve uma extinção em massa devastadora, levando a que praticamente toda a vida no planeta Terra tivesse sido extinta. Contudo, a este período precedeu um outro de incrível renascimento da vida na terra e nos oceanos. De 252 a 201 milhões de anos atrás, verificou-se um dos momentos mais extraordinários da história da vida.
Numa investigação recentemente publicada na revista Frontiers in Earth Science, investigadores revelaram que os predadores se tornaram mais agressivos e as presas se adaptaram rapidamente para encontrar novas maneiras de sobreviver. Em espaço terrestre, mamíferos e pássaros tornaram-se de sangue quente e ganharam a capacidade de serem mais velozes.
De facto, tudo acelerou. Tais considerações são tecidas pelo professor Michael Benton, da Escola de Ciências da Terra, da Universidade de Bristol.
Do mesmo modo, em água aconteceu o mesmo fenómeno. Durante o Triássico, peixes, lagostas ou estrelas do mar evidenciaram estilos de sobrevivência ainda mais eficazes.
Grandes mudanças na fauna após grande extinção
Novos estudos surpreendentes de fósseis de peixes do Triássico na China mostram que surgiram métodos de caça bem antes do que se esperava. Nesta investigação, encontraram tubarões de estilo modelo e o Longfish Saurichthys, bem comum em todo o mundo e caçado em emboscadas. Este peixe de um metro aparecia em mares raros e escuros, aproveitando para agarrar os vários tipos de presa nas suas mandíbulas.
Outros peixes tornaram-se também em trituradores de conchas e ainda foi possível identificar o peixe-voador mais antigo do mundo, característica que lhe permitia escapar de novos predadores.
Em terra, os répteis do Pérmico tardio moviam-se lentamente, ao contrário do que se sucederia com o início do Triássico. As evidências de estudos nas células e na química dos ossos sugerem que aves e mamíferos se tornaram de sangue quente após a grande extinção do Pérmico.
As origens da endotermia nas aves e mamíferos acompanharam a adoção de uma postura ereta. Tal como para os cães, os cavalos e os pássaros, isto permitia a estes animais dar passos mais alargados. Estes animais ganharam novas formas de isolamento, como pêlos na linha dos mamíferos e penas na linha das aves.
Triássico dá origem a fenómeno designado de ‘corrida armamentista’
Durante o Triássico, verificou-se uma evolução profunda na capacidade de deslocação dos animais em terra e nos oceanos. Os biólogos chamam aos gastos de energia e à capacidade de locomoção mais rápida de ‘corrida armamentista’.
De facto, se uma parte dos animais aceleram e se tornam mais quentes, os restantes também necessitam. Numa lógica de competição, quer os comedores de plantas, quer os predadores têm que se apressar para conquistar terreno. Rapidamente, os predadores tiveram que se tornar mais rápidos, mais ágeis e mais espertos no ataque às presas.
Aliás, no que respeita às relações predador-presa, é importante perceber que se o predador fica mais rápido, a presa também o procura fazer na tentativa de escapar e criar as suas próprias defesas.
A limpeza maciça de ecossistemas do Pérmico para o Triássico contribuiu para novas oportunidades na biosfera, sendo que a capacidade de reconstrução aumentou e foram dados grandes impulsos para a evolução das espécies.