Ventos do tempo: a natureza esculpiu a Grande Esfinge?
Já alguma vez se perguntou como é que a Grande Esfinge de Gizé ganhou o seu formato? Alguns investigadores têm uma ideia fascinante: talvez o vento tenha desempenhado um papel, muito antes de as pessoas darem os retoques finais.
Durante anos, a Grande Esfinge esteve envolta em mistério. Qual foi a primeira aparência? Quem representa? Qual era seu nome verdadeiro? Historiadores e arqueólogos cavaram fundo para encontrar essas respostas, mas uma pergunta muitas vezes passa despercebida: como era a paisagem quando os antigos egípcios começaram a esculpir este monumento mundialmente famoso?
Terá tido o mundo natural um papel na sua formação?
Leif Ristroph, um professor da Universidade de Nova York, e os seus colegas criaram uma história interessante que sugere que a erosão eólica pode ter ajudado a formar a Esfinge. Esta investigação foi publicada na revista científica Physical Review Fluids.
A equipa estava curiosa acerca dos “yardangs”, que são formas rochosas incomuns nos desertos, formadas pelo vento que sopra areia e poeira ao longo do tempo. Os investigadores questionam: será que a Grande Esfinge começou como um yardang que as pessoas mais tarde esculpiram, transformando-a na estátua gigante que vemos hoje?
Para descobrir isso, fizeram uma experiência com argila e materiais mais duros num laboratório, de forma a tentar copiar a terra do Egito, onde a Esfinge se situa. Explodiram as mini montanhas construídas com riachos de água, com o intuito de imitar ventos fortes. E conclusão?
Acabaram com formas muito parecidas com a Esfinge! As partes mais duras do modelo eram idênticas à cabeça da Esfinge, enquanto outras partes se moldavam naturalmente, parecendo ter a forma de pescoço, patas e costas curvadas.
Ristroph afirma que os seus experimentos sugerem uma maneira simples pela qual formas semelhantes a uma esfinge podem formar-se: a erosão, que ocorre quando o vento e a água desgastam a rocha. Existem até jardas reais por aí que parecem animais deitados, o que corroboram as suas ideias.
Isto não é interessante apenas para fãs de história. Os geólogos podem achar esta teoria realmente útil, pois reforça a teoria de como as formações rochosas não são todas iguais. Estas alteram com base no seu material e em como o vento flui em torno das partes mais resistentes.
Este estudo recebeu aprovação e financiamento da National Science Foundation. É um lembrete de como a natureza pode criar coisas incríveis ao longo do tempo, possivelmente até inspirando os antigos egípcios a construir uma das estruturas mais icónicas do mundo.