Vai um pezinho de dança? De acordo com um estudo, dançar combate o envelhecimento do cérebro
Sabia que a dança pode trazer mais benefícios ao cérebro do que uma outra atividade física comum? Pois é, uma boa atividade aeróbica, além de ajudar no condicionamento físico, pode auxiliar no combate ao envelhecimento do cérebro.
Desde muito cedo o nosso cérebro funciona a todo o vapor com uma capacidade expandida ao longo da infância. Já na fase adulta, esse desenvolvimento estabiliza até ao momento em que começamos a perder a nossa capacidade cognitiva, por volta dos 60 anos. Nessa idade, a irrigação sanguínea diminui, assim como o número de células nervosas presentes no cérebro.
Algumas práticas podem contribuir para acelerar esse envelhecimento, como o uso excessivo de bebidas alcoólicas ou o tabaco, o aparecimento de doenças degenerativas ou outras enfermidades, como a diabetes. Por outro lado, também é possível retardar essa perda ou até reduzi-la com algumas práticas, como por exemplo a dança.
Quem dança seus males espanta
O declínio da estrutura cerebral relacionada com a idade está associadas a perturbações do equilíbrio e a deficiências cognitivas.
No entanto, de acordo com uma investigação publicada no Jornal Frontiers in Human Neuroscience, a neuroplasticidade é preservada ao longo da vida e os estudos de treino físico realizados com idosos revelaram aumentos de volume no hipocampo, uma região crucial para a consolidação da memória, a aprendizagem e a navegação no espaço, que estavam relacionados com melhorias na aptidão aeróbica. Além disso, foi observada uma correlação positiva entre o volume do hipocampo esquerdo e o desempenho do equilíbrio.
Ou seja, segundo os investigadores, a dança pode ajudar a manter o equilíbrio e auxiliar na luta contra a perda de memória e a demência. Todos esses problemas, mais comuns em idosos, são sinais do envelhecimento do cérebro e da perda da sua capacidade cognitiva.
Kathrin Rehfeld, uma das autoras do estudo.
A dança, que está tão presente na nossa cultura, é assim muitas vezes recomendada para prevenção do Alzheimer.
Para além da mente, não é demais salientar os benefícios que a dança traz ao corpo, como resistência física, perda de calorias, tonificação dos músculos, melhoria da memória muscular, entre outros.
A dança contribui, também, para a socialização e ajuda a combater sintomas de depressão, doença que afeta mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Isto porque durante a atividade, os neurotransmissores ligados à sensação de bem-estar, felicidade e motivação são libertados no organismo, a endorfina, tornando-a muito mais prazerosa.
Desse modo, a dança traz-nos inúmeros benefícios não só para o corpo, mas também para o cérebro. Tais vantagens são nossos aliados para desacelerar o envelhecimento cerebral e conquistar uma maior qualidade de vida e longevidade.
Portanto, levante-se da cadeira, coloque a sua música favorita e dance!
Referência do artigo:
Rehfeld, K., et al, "Dancing or Fitness Sport? The Effects of Two Training Programs on Hippocampal Plasticity and Balance Abilities in Healthy Seniors" (2017)