Universidade do Minho lança primeiro satélite para fins pedagógicos

A Universidade do Minho lançou para o espaço um satélite, para fins científicos, que cabe na palma da mão. Fique a saber mais aqui!

Satélite português
PROMETHEUS-1 é o primeiro satélite de cunho educativo que a Universidade do Minho desenvolveu, no âmbito do curso de Engenharia Aeroespacial. Fonte: UMinho

No dia 14 de Janeiro, passada terça feira, ao celebrar os seus 50 anos, a Universidade do Minho colocou em órbita, o satélite PROMETHEUS-1. Este satélite vai ser utilizado para fins científicos, ou seja, irá recolher dados e serão analisados nas diversas disciplinas de Engenharia.

De acordo com Alexandre Ferreira da Silva, investigador responsável, a missão passa por “levar o espaço para a sala de aula”, pois os estudantes irão estabelecer contacto com o satélite e acompanhar a sua vida.

“Acreditamos que vai servir de curva de aprendizagem na universidade para partilhar conhecimento. Poderemos fazer atividades de comando e controlo deste satélite, ou os alunos podem estar em sala de aula a trabalhar com réplicas.”
Alexandre Ferreira.

Segundo o docente do Departamento de Eletrónica Industrial, os alunos passarão a ter a capacitar de montar um satélite, satélite, tal como saber o que implica lançar um objeto desta natureza para o espaço, nomeadamente as licenças, contratualização do serviço de lançamento, ou seja, trata-se de uma “ferramenta de ensino“.

O lançamento do satélite PROMETHEUS-1

O satélite PROMETHEUS-1 da Universidade do Minho, foi lançado a partir do porto espacial Vanderberg, na Califórnia, EUA, à boleia de um foguetão Falcon 9 da Space X.

O lançamento foi acompanhado numa cerimónia especial, no campus de Azurém, em Guimarães, podendo também ser seguido online.

“O primeiro satélite comercial português e que vai monitorizar alterações climáticas e os oceanos”.

UMinho.

O PROMETHEUS-1 deve o nome ao titã grego que roubou o fogo (conhecimento) aos deuses, assemelha-se a um cubo de Rubik, com cinco centímetros de lado e 250 gramas e possui sistemas de gestão de bateria e orientação, microcontroladores e câmara similar à de um telemóvel para captar imagens.

Este satélite deverá ficar numa órbita próxima dos 500 quilómetros de altitude e, vai comunicar com a Terra por períodos de 15 minutos diários.

Primeiro equipamento comercial português

Este satélite resulta num projeto científico homónimo financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, no âmbito do Programa CMU Portugal, e que teve a parceria da Universidade de Carnegie Mellon (EUA) e do Instituto Superior Técnico.

Prometheus-1
O satélite PROMETHEUS-1, muito parecido ao "cubo mágico", é um dos resultados tangíveis do projeto "PROMETHEUS – PocketQube Framework Designed for Research and Educational Access to Space".Fonte: UMinho

Trata-se do primeiro satélite comercial nacional, da empresa portuguesa LusoSpave, onde irá inaugurar uma constelação de 12 satélites, a ATON, que pretende revolucionar as comunicações e o mapeamento dos oceanos.

"É um sistema único a nível mundial que fornecerá informação crucial sobre áreas de maior tráfego marítimo, atividades ilegais, derrames de petróleo, icebergs à deriva e zonas de condições meteorológicas diversas."
Ivo Yves, CEO da LusoSpace.

Os centros científicos e interfaces da UMinho já criaram projetos como a conceção de uma cápsula espacial, o desenho de um fato de astronauta para Marte, a exploração de novos materiais artificiais ou a produção de eletricidade a partir de urina e bio-hidrogénio.

A UMinho é ainda sede do Programa MIT-Portugal, com vários projetos sobre o espaço, e colabora nestas matérias com o CEiiA, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica do Brasil e as universidades de Massachusetts Lowell (EUA) e Vigo (Espanha), entre outros.