Truques utilizados por serpente para fugir aos predadores
Denominada Serpente-Dado utiliza uma série de truques para escapar rapidamente aos seus predadores. Fique a saber quais são aqui!
De acordo com um estudo avançado pela Science News, algumas Cobras-Dado, Natrix Tessellata, fingem-se de mortas para escarpar de forma mais rápida aos seus predadores.
Elas enchem a boca com sangue, sujam-se com excrementos evitando assim servir de refeição a outros animais. E, ao que parece, de acordo com um estudo publicado na revista Biology Letters, estas mortes falsas com vários elementos pouco atraentes podem tornar toda a exibição mais eficiente.
As serpentes que sangram pela boca e se cobrem de fezes passam menos tempo a fingir-se de mortas do que as que não o fazem.
Estas defesas, sugerem os cientistas, podem estar a funcionar em sinergia: aumentam o impacto global da exibição e ajudam a cobra a escapar mais rapidamente a um predador.
Morte ficcional como tática defensiva
A falsa morte é uma tática defensiva comum em todo o reino animal. Muitas vezes, a presa fica imóvel enquanto expõe partes vulneráveis do corpo, o que a torna uma manobra de alto risco, mas potencialmente de alta recompensa.
Muitos predadores não tocam em coisas aparentemente mortas, talvez por causa de parasitas, ou talvez porque a falta de movimento não provoca a sua reação predatória.
A cobra-cega é particularmente elaborada quando encena a sua morte. Quando capturada, debate-se e sibila antes de se cobrir com fezes. Para o grande final, abre a boca, põe a língua de fora e enche a boca de sangue.
Combinação de truques torna mais rápido o estratagema?
Os biólogos Vukašin Bjelica e Ana Golubović, da Universidade de Belgrado, na Sérvia, queriam saber se estes esforços defensivos combinados fazem com que todo o estratagema seja mais rápido. Capturaram cerca de 263 serpentes selvagens na ilha de Golem Grad, na Macedónia do Norte, e registaram as manchas de fezes.
De seguida, a equipa colocou as serpentes no chão e desapareceu, imitando as ações de um predador hesitante, antes de registar todos os comportamentos subsequentes. Pouco menos de metade das cobras sujaram-se com fezes, enquanto cerca de 10% sangraram pela boca. Algumas mortes falsas sem fezes ou sangue duraram quase 40 segundos.
As 11 serpentes que combinaram as defesas passaram, em média, cerca de dois segundos a menos a fingir a morte.
Vukašin Bjelica - biólogo da Universidade de Belgrado
Este estudo levantou novas questões, sendo que, segundo a ecologista Katja Rönkä, da Universidade de Helsínquia, o próximo passo é estudar o lado predador deste comportamento: saber como são dissuadidos por animais "mortos", especialmente se acabaram de os ver vivos.
Referência do artigo:
V. Bjelica and A. Golubović, 2024, "Synergistic effects of musking and autohaemorrhaging on the duration of death feigning in dice snakes (Natrix tessellata)."