T-Rex: A utilidade dos braços minúsculos
Estudo de paleontólogos na Argentina indica que, apesar de parecerem inofensivos, os membros superiores dos T-Rex tinham um papel importante na vida destes dinossauros. Saiba mais aqui!
Existe um novo dinossauro, conhecido como Meraxes gigas. A descoberta deste (ou o que resta dele) foi anunciada por uma equipa de investigação que trabalha na região da Patagónia, na Argentina.
Com o nome de um dragão do popular livro e série de TV A Song of Ice and Fire/Game of Thrones, Meraxes e os seus parentes de 11 metros de comprimento vagueavam pela região durante o período Cretáceo Superior, há cerca de 95 milhões de anos.
E enquanto as imagens ilustradas deste carnívoro de quatro toneladas têm uma notável semelhança com o Tyrannosaurus rex, os dois nunca dividiram o palco. Meraxes viveu cerca de 20 milhões de anos antes do T-Rex entrar em cena, mas o facto é que ambos compartilhavam braços minúsculos que fascinam os investigadores.
Embora a predação fosse provavelmente desempenhada pela cabeça, os braços curtos podem ter evoluído separadamente em ambas as espécies para desempenhar outras funções.
Ao longo do século 20, quando os primeiros fósseis de tiranossauros foram descobertos e catalogados na América do Norte, os cientistas acreditavam que os membros superiores desses dinossauros eram praticamente inúteis.
De acordo com as primeiras análises feitas pelos paleontólogos, os braços atrofiaram devido ao desenvolvimento da mandíbula do T-Rex, capaz de infligir uma enorme quantidade de dano.
Acontece que, ao analisar a estrutura óssea do dinossauro, os cientistas concluíram que os braços tinham poder suficiente para servir como uma arma de picotar as suas presas. Além disso, o facto do tiranossauro ter apenas duas garras em cada membro superior (sendo que ele tinha três garras em cada pata) indicava uma adaptação capaz de potencializar os danos causados pelos cortes.
A utilidade dos braços minúsculos
De acordo com o líder do projeto, Juan Canale, do Museu Paleontológico Ernesto Bachmann, na Argentina, não existe relação direta entre ambos (T-Rex e Meraxes). O mesmo está convencido de que aqueles braços proporcionalmente minúsculos tinham algum tipo de função. O esqueleto mostra grandes inserções musculares e cinturas peitorais totalmente desenvolvidas, de modo que o braço tinha músculos fortes.
Juan Canale.
Meraxes pertencia a uma família de dinossauros conhecida como Carcharodontosaurids, um grupo que inclui outros pesos pesados como o Carcharodontosaurus de 15 metros de comprimento e o Gigantosaurus de oito toneladas.
A descoberta publicada na Current Biology mostra regiões completas do esqueleto de Meraxes, incluindo braços, pernas, pélvis e parte das vértebras da cauda.
Os restos encontrados pelos investigadores mostram notavelmente ossos dérmicos ornamentados e o crânio consiste em sulcos, saliências e cristas. Os investigadores acreditam que isso pode ter sido útil na atração de parceiros.
Os ossos encontrados na expedição ajudaram a entender algumas tendências evolutivas e a anatomia dos Carcharodontosaurídeos. O fóssil tem muitas informações novas e está em excelente forma.