Serão os gatos, considerados anti-sociais, suscetiveis à morte de outros animais? Estudo revela que sim!

Segundo um estudo norte-americanos sugere que o luto dos gatos por outros animais ou até mesmo pelos humanos pode ser universal. Saiba mais aqui!

Gatos
Investigadores norte-americanos concluíram que os gatos são mais sensíveis do que muitos pensam.

Os gatos são frequentemente considerados distantes, independentes e inconstantes nos seus afetos.

Porém, segundo uma investigação avançada pelo jornal The Guardian, e publicada na revista Applied Animal Behaviour Science também mostram sinais de luto após a morte de outro animal de estimação na mesma casa, mesmo quando se trata do cão da família.

Os resultados mostram que alguns gatos tinham mesmo dificuldade em dormir, deixavam de comer ou faziam ruídos de uivo. Outros mostraram-se mais carentes junto dos seus cuidadores ou deixaram de jogar os seus jogos preferidos.

"Os gatos dedicavam-se menos a dormir, comer e brincar, mas mais a procurar a atenção dos humanos e de outros animais de estimação, a esconder-se, a passar tempo sozinhos e a procurar os seus companheiros perdidos". Segundo os autores da Universidade de Oakland, nos EUA.

Estes sinais desafiam assim a ideia de que os gatos são anti-sociais e os investigadores afirmam que a experiência psicológica da perda poderá ser universal.

O luto dos "pequenos felinos"

O luto é um fenómeno bem estabelecido no reino animal, com elefantes, golfinhos e chimpanzés, por exemplo, a desempenharem comportamentos complexos como a guarda do corpo de um companheiro após a morte.

De acordo com alguns outros estudos este fenómeno pode-se ainda estender aos cães, que apresentam alterações de comportamento quando outro cão da casa morre.

O luto dos gatos
O luto dos gatos é maior quando mais tempo juntos gato e outro animal de estimação tenham vivido.

Os resultados da investigação da Universidade de Oakland foram surpreendentes, pois era menos óbvio que um gato apresentasse sinais de luto.

"Enquanto os cães, descendentes de animais de carga, podem razoavelmente responder mais fortemente à morte de um co-específico, os gatos sob cuidados humanos adaptaram-se para viver entre co-específicos e a sua capacidade de responder à perda de um companheiro merece um estudo mais aprofundado", afirmam os autores do estudo.

Os cuidadores de mais de 450 gatos que tinham outro animal de estimação, um gato ou um cão, que morreu recentemente, foram questionados sobre o comportamento do gato vivo. Em cerca de dois terços dos casos, o animal de estimação falecido era outro gato e os restantes eram cães.

Quanto mais tempo vivem com o seu companheiro, mais afetados ficam os gatos quando este falece

O estudo refere ainda que o tempo que os animais de companhia passam juntos, envolvidos em atividades diárias, prevê maiores comportamentos de luto e medo, enquanto que as relações mais positivas entre os animais sobreviventes e os falecidos podem prever diminuições no sono, na alimentação e nas brincadeiras.

Embora os resultados apoiem a ideia de que os gatos sofrem, uma possibilidade alternativa é que os donos estejam a projetar a sua própria dor de cabeça no animal sobrevivente.

Referência do artigo: Greene, B., Vonk J. "Is companion animal loss cat-astrophic? Responses of domestic cats to the loss of another companion animal" Applied Animal Behaviour Science (2024).