Será a exploração nas profundezas do oceano mais perigosa do que a exploração espacial?

Muitos investigadores e cientistas consideram a exploração das profundezas do oceano mais perigosa, devido à elevada pressão e por ser um ambiente difícil para as técnicas de engenharia. Mas será esta a opinião do público em geral?

Profundezas do oceano
Apesar das suas diferenças naturais, o espaço e os oceanos têm algo em comum: transbordam de mistério.


A verdade é que quer o oceano, quer o espaço, são ambientes inóspitos para a vida humana, os humanos não estão adaptados para viver nestes locais, o que nos deixa limitados sem o auxílio da tecnologia.

Quanto aos oceanos, estes apresentam uma vastidão inimaginável, não apenas em tamanho, mas em profundidade. De acordo com o SoCientifica, os oceanos representam cerca de 70% da superfície da Terra, sendo que de todos, só o Oceano Pacífico representa 45% da mesma.

No que respeita à profundidade, em média os oceanos apresentam uma profundidade de 3.688 metros, sendo que o ponto mais profundo da Terra é as Fossas das Marianas com 10.935 metros. Nem mesmo a montanha mais elevada, o Monte do Evereste, consegue alcançar estes valores.

Dado o seu volume, tamanho e profundidade é possível imaginar o quão difícil é explorar a totalidade dos oceanos, tornando-se até mesmo perigosos para os humanos, devido não só às baixas temperaturas da água, mas também devido à forte pressão que a água exerce em profundidade, capaz de esmagar uma pessoa.

Os avanços tecnológicos têm-nos permitido explorar os oceanos, porém as expedições submarinas apresentam um custo elevado, tornando-se numa barreira às investigações.

Até hoje, apenas 5% dos oceanos foram desbravados, permanecendo o restante num autentico mistério.

Quão bem conhecemos o espaço?

Tal como nos oceanos, também no espaço os humanos não conseguem sobreviver sem o recurso às tecnologias.

Telescópio
Atualmente, para além dos telescópios terrestres, a NASA conta com telescópios espaciais, conseguindo desta forma imagens mais precisas do universo, livres das interferências da atmosfera.

Porém, ao contrário dos oceanos, os cientistas podem recorrer ao uso de telescópios de alta precisão para observar o universo, que conseguem chegar até 13 biliões de anos luz de distância.

De acordo com toda a informação existente pode parecer que o Homem explorou mais o espaço do que os oceanos, contudo há um fator importante a considerar: os oceanos podem parecer imensos, mas não se comparam à infinidade do universo.

Mas onde existe mais perigo de colapso?

Há cerca de, sensivelmente, um mês, foi lançado um debate pertinente na plataforma social Reddit onde um utilizador questionou sobre a possibilidade de existir mais perigo de morte: no oceano ou no espaço.

Apesar de algumas dúvidas e da difícil comparação, os utilizadores apontam que o espaço é o “local” que apresenta uma maior perigiosidade.

Os utilizadores Wrathchilde e Insertsociallife argumentam que ao considerar apenas a diferença de pressão no ambiente em relação ao veículo, parece intuitivo que 500 vezes a pressão atmosférica ou mais, seria mais perigoso do que um modesto gradiente de uma atmosfera.

A energia gasta durante o lançamento é incomparável entre um foguetão e um submersível. Além disso, as margens de peso para as viagens espaciais devem ser muito mais baixas do que para o acesso a águas profundas, o que leva à necessidade de equilibrar um veículo robusto de saída e reentrada com a necessidade de prática para conseguir a descolagem.

O espaço tem de lidar com a orientação e o controlo de algo que não tem nada contra o qual fazer força, como a natureza pouco fiável dos motores dos foguetões, as alterações de pressão durante o voo, a reentrada, a aterragem, o fornecimento de oxigénio. - O utilizador Insertsociallife.

Já os utilizadores atomfullerene e Gerald98053 afirmam que os perigos são diferentes, sendo até difícil compará-los.

Para estes utilizadores o ambiente físico atual do oceano é muito mais duro. As diferenças de pressão são muito maiores e a água do mar é corrosiva. O espaço tem mais radiação, mas isso é menos problemático para visitas curtas.

“Ambos os ambientes são impiedosos; estás basicamente morto no instante em que qualquer suporte de vida falha. As profundezas do mar podem ter uma vantagem, uma vez que as falhas menores parecem transformar-se em falhas maiores mais rapidamente. “

O perigo real do ambiente do oceano profundo em si é maior do que o perigo do ambiente do espaço em si. Contudo, as dificuldades de chegar ao espaço (e os condicionalismos que isso coloca ao tipo de nave que pode ser colocada no espaço) tornam uma viagem ao espaço mais perigosa do que uma viagem ao oceano profundo.

Contudo, para uma comparação justa, ambos devem ser comparados em circunstâncias funcionais. Estes utilizadores defendem o espaço, alegando ser possível montar um submersível básico sem tecnologia de ponta, mas no que diz respeito ao mar profundo, especificamente, a fasquia sobe um pouco.

Os problemas de engenharia representados por "não ser esmagado" parecem ser significativamente mais fáceis do que alcançar a órbita. É possível descer e voltar a subir num dia, mas mesmo chegar ao espaço é um obstáculo maior e requer engenharia para pressões muito mais elevadas.