Será a escala de Richter a mais correta ferramenta para medir a magnitude de um sismo?
A escala de Richter é mencionada inúmeras vezes para medir a magnitude dos sismos. Porém, segundo alguns especialistas esta não é a melhor ferramenta para o efeito pretendido. Fique aqui a saber o porquê!
A escala de Richter, também conhecida como escala de magnitude local, é a escala logarítmica mais conhecida, criada pelo sismólogo Charles Francis Richter juntamente com o sismólogo germano-americano Beno Gutenberg em 1935.
Esta escala terá sido concebida, de acordo com Héctor Rodríguez à revista National Geographic, para determinar as forças envolvidas num sismo com uma magnitude entre 2.0 e 6.9, ou seja, para quantificar a energia libertada por um sismo.
A título de exemplo, o sismo que abalou Marrocos na última sexta-feira, dia 8 de setembro, ocorreu a 400 km de profundidade e teve uma magnitude de 6.8, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos. No entanto, segundo Rodríguez é bem possível que, mesmo que o sinta, não compreenda totalmente a que se refere.
No entanto, ainda antes da escala de Richter, como explica Yanes, os sismos eram medidos por escalas de intensidade como a escala de Mercalli, que se baseava na sensação do sismo ou nos danos observáveis que este causava.
Ferramenta obsoleta no início do século XXI
A escala de Richter foi concebida para medir sismos pequenos, relativamente fracos, com magnitudes entre 2.0 e 6.9. Para além disso, com esta escala torna-se difícil relacioná-la com as características físicas da origem do sismo.
Richter concebeu esta escala baseando-se em condições específicas do sul da Califórnia, como a configuração do terreno tal como os aparelhos utilizados a uma determinada gama de distâncias dos epicentros dos sismos, tornando-se adequada e eficaz na medição da força relativa dos sismos neste estado americano.
Todavia, os sismólogos queriam uma escala universal e a escala de Richter não era totalmente exata aquando aplicada em outro contexto, especialmente em magnitudes elevadas.
Assim, no início do século XXI os sismólogos começaram a utilizar uma escala mais adequada baseada na medição da energia total libertada num terramoto: a escala sismológica de magnitude de momento.
Esta escala foi apresentada em 1979 por Thomas C. Hanks e Hiroo Kanamori tendo como vantagem a ponderação de energia libertada em sismos de magnitude superior a 6,9.
Desta forma, a escala de magnitude de momento acabou por se generalizar e se aplicar a qualquer sismo em qualquer parte do mundo, apesar da escala de Richter ainda ser mencionada por alguns sismólogos.