Seis cidades que podem ficar submersas até 2100
Em 2017, a NASA publicou um modelo segundo o qual quase 300 cidades corriam o risco de desaparecer durante este século, devido à subida do nível do mar, à erosão costeira e ao aumento de eventos climáticos extremos. Saiba todos os detalhes aqui!
Recentemente, a imprensa britânica divulgou a notícia de que Fairbourne, uma pequena cidade na costa do País de Gales, será a primeira no país a ficar submersa devido à subida do nível do mar. O governo concluiu que a manutenção das barreiras de contenção, que protegem esta população desta subida, não é suficiente. Por este motivo, até 2050, os seus habitantes terão provavelmente de deixar a cidade.
Este é um exemplo da realidade que cerca de 300 cidades enfrentam pelo globo fora. Os seus principais inimigos são a subida do nível do mar, a erosão costeira e os eventos climáticos extremos, como furacões e inundações. Abaixo estão listadas apenas 6 das centenas de cidades em risco.
Veneza, Itália
Construída em terreno pantanoso no meio de uma lagoa, Veneza foi um baluarte nos séculos turbulentos que se seguiram à queda do Império Romano do Ocidente. O mar tornou-se o principal elemento natural dos venezianos, que criaram, através dele, um dos maiores impérios comerciais da história. No entanto, atualmente, esse mesmo mar põe em risco a sobrevivência da cidade, devido ao lento afundamento dos alicerces que a suportam, à subida do nível do mesmo, à erosão da costa, às ondas - especialmente desde o surgimento de barcos a motor - e ao fenómeno sazonal de acqua alta - que, no ano passado, causou uma das piores inundações da sua história.
Malé, Maldivas
Malé é a capital das Maldivas, o país mais plano do mundo, e um dos que correm maior risco de desaparecer devido à subida do nível do mar. O tipo de solo de Malé é muito sensível a tempestades e erosões, pelo que a ilha está cercada por uma barragem de contenção para impedir que as ondas cheguem a terra. As tempestades crescentes e o nível do mar podem tornar essa medida de proteção insuficiente e forçar os habitantes - cerca de 100 mil pessoas - a evacuar a cidade, antes do final deste século.
São Petersburgo, Rússia
A segunda cidade mais povoada da Rússia - com mais de 5 milhões de habitantes - está exposta a tempestades violentas provenientes do Mar Báltico, que já a inundaram três vezes, no século passado. Por este motivo, em 1979, começou a construção de uma barragem de 26 km, que, depois de paralisada em 1991, devido ao colapso da União Soviética, foi concluída finalmente em 2011. Mas esta medida poderá não ser suficiente, uma vez que a cidade está construída sob o delta do rio Neva, um terreno frágil, não apenas contra tempestades, mas também contra cheias.
Tóquio, Japão
Durante a maior parte da sua história, Tóquio foi uma cidade fluvial construída em torno de quatro grandes rios e é um facto que alguns dos seus bairros foram construídos em terras recuperadas ao mar. Deste modo, a subida do nível do mar poderá afetar seriamente a capital japonesa, na qual se deve ter em conta também, o fenómeno sazonal das chuvas - entre junho e julho - e os tufões - em agosto e setembro -, que causam precipitações torrenciais e ventos fortes que, muitas vezes, resultam em inundações.
Nova Orleães, EUA
As cidades localizadas à beira-mar são as mais afetadas e podem correr o risco de desaparecer completamente, se fenómenos extremos, como os furacões, aparecerem com maior frequência. Nova Orleães, devido à sua localização no delta do Mississippi, enfrenta um risco adicional: para além das semelhanças com Tóquio e São Petersburgo, também localizados em deltas, os furacões são muito mais agressivos do que tufões ou tempestades no Báltico, tornando o risco aqui muito maior.
Jakarta, Indonésia
A capital da Indonésia detém uma taxa de subsidência que varia entre 9,5 e 21,5 cm/ano (como é possível ver neste artigo) – devido à sua construção num solo pantanoso e irregular -, o que pode resultar no desaparecimento da mesma antes de 2050. A ameaça passa, mais uma vez, pelas inundações, que se tornam inevitáveis em Jakarta já que a cidade é atravessada por 13 rios que frequentemente transbordam devido às chuvas sazonais. Para tentar salvar a cidade, um projeto chamado Great Garuda está a ser construído em contrarrelógio. Este projeto prevê a criação de uma lagoa artificial, cercada por um esporão de 32 km, para drenar o fluxo excessivo dos rios durante os episódios de inundação.