Rumo à eficiência energética: novo material ajuda a arrefecer edifícios
Um grupo de cientistas coreanos descobriu um material de cobertura de janelas capaz de ajudar a reduzir a temperatura dentro de edifícios, sem gastar energia. Veja mais pormenores aqui!
A gestão térmica de edifícios é vital para alcançar o conforto humano e a eficiência energética. Antes que o calor, o frio, o movimento ou a luz sejam transformados em energia, uma parte significativa é desperdiçada e outra importante que chega ao consumidor final, as nossas casas, nem sempre é bem aproveitada, o que se repercute em desperdícios que são prejudiciais ao ambiente.
Uma parte destas perdas é praticamente inevitável e é explicado por razões de ordem física, mas uma outra parte significativa é desperdiçada devido ao mau aproveitamento e falta de otimização dos sistemas.
A energia tem um papel fundamental na vida das sociedades modernas, sendo a sua disponibilidade um elemento essencial para a manutenção de um acelerado processo de desenvolvimento económico e social a nível global, de forma sustentada.
À medida que as alterações climáticas têm intensificado o calor nas estações mais quentes, a procura por energia nas cidades está em franca ascensão, assim como as novas tecnologias para arrefecer edifícios e economizar energia. A energia utilizada para arrefecimento atingiu agora cerca de 15% do consumo global total de energia.
Também as preocupações com a escassez dos combustíveis fósseis, o aumento gradual e acentuado dos seus preços e problemas ambientais, geram uma cada vez maior apreensão em relação à eficiência energética, sobretudo nos edifícios, que são responsáveis por grande parte do consumo de energia mundial.
A eficiência energética
A eficiência energética pode ser definida como uma atividade que procura otimizar o consumo de energia e que surgiu a partir da necessidade de um uso sustentável dos recursos energéticos.
A eficiência energética pressupõe a realização de um mesmo trabalho ou a conclusão de um mesmo objetivo, como por exemplo o aquecimento das nossas casas no inverno ou o seu arrefecimento no verão, com um consumo de energia inferior.
Ou seja, são consumidos menos recursos energéticos para suprir o funcionamento de um determinado eletrodoméstico ou edifício. No fundo, é a otimização do consumo de energia através da utilização de diversos mecanismos de poupança de energia, que nos permitem manter o nível de conforto e qualidade de vida e evitar desperdícios.
Neste contexto, a eficiência energética dos edifícios pretende, assim, trazer o máximo de conforto aos seus utilizadores sem necessitar de utilizar grandes quantidades de recursos. Um edifício é mais eficiente energeticamente que outro quando proporciona as mesmas condições ambientais com menor consumo de energia.
Com este propósito, um grupo de cientistas coreanos publicou na revista ACS Energy Letters a descoberta de um revestimento transparente para janelas, que poderia reduzir a temperatura dentro de edifícios, sem gastar um único watt de energia.
Partindo do pressuposto de que os edifícios são responsáveis por uma parte significativa do consumo de energia global e por 15% do consumo global para esforços de arrefecimento dos mesmos, estes cientistas coreanos estudaram a possibilidade de reduzir este consumo, através de um revestimento para janelas que fosse capaz de bloquear a radiação ultravioleta e infravermelha do sol, as partes do espectro solar que normalmente passam pelo vidro para aquecer uma sala fechada.
O passo seguinte foi projetar um material capaz de atender simultaneamente a esses critérios e que também possa transmitir luz visível, ou seja, que não interfira na visão. Assim, desenvolveram os "refrigeradores radiativos transparentes (TRC)".
Através de computação quântica, que armazena os dados das partículas subatómicas e é capaz de testar com eficiência todas as combinações possíveis, os cientistas conseguiram alcançar uma forma mais fácil e rapidamente de otimizar o tipo, a ordem e a combinação de camadas de materiais adequados a utilizar.
Foi dado um importante avanço na procura da eficiência energética
Os seus esforços resultaram num produto com capacidade de reduzir até 31%, em cidades quentes e secas, o consumo de energia para arrefecimento, em comparação com as janelas convencionais. Esta solução pode também ser utilizada em janelas de automóveis.
Esta descoberta configura-se como um importante avanço na busca da eficiência energética, tentando, como se disse, garantir o máximo de conforto aos utilizadores dos recursos energéticos, sem necessitar de utilizar grandes quantidades desses mesmos recursos.