Preservação da camada de ozono: uma história de sucesso ambiental

Os anos mais recentes marcam o progresso na proteção da camada do ozono através da eliminação gradual dos produtos químicos que destroem a camada de ozono, que também são potentes gases de efeito de estufa.No Protocolo de Montreal sobre substâncias que levam à destruição da camada de ozono, tratado internacional de 1987, os países signatários comprometeram-se a substituir as substâncias que demonstravam ser responsáveis pela destruição do ozono.

O Protocolo de Montreal

O Protocolo de Montreal entrou em vigor a 1 de janeiro de 1989 e passou a regular a produção e o consumo de produtos destruidores da camada de ozono, amplamente utilizados pela indústria de refrigeração. A principal meta foi acabar com o uso de 15 tipos de clorofluorocarboneto, CFC's, que eram as fontes de destruição do ozono.

Foi então proposto um estudo para descobrir uma nova forma de substituir o produto destruidor por um que não tivesse malefícios. Neste tratado foi estipulado um prazo de dez anos para que os países se comprometessem a eliminar o uso desse produto destruidor da camada de ozono. Assim, foi proposto o uso do que hoje é utilizado: o butano e o propano, que apresentam uma boa aceitação por parte das indústrias.

Atualmente, o Protocolo de Montreal é o único acordo ambiental multilateral cuja adoção é universal: 197 estados assumiram o compromisso de proteger a camada de ozono. De acordo com as palavras do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, o Protocolo de Montreal é um exemplo inspirador de como a humanidade é capaz de cooperar para enfrentar um desafio global e um instrumento fundamental para enfrentar a crise climática de hoje. Os países trabalham há 32 anos para reduzir o uso de produtos químicos que destroem a camada de ozono. Como resultado, a camada de ozono está a recuperar-se.

Reduzir o aquecimento global

Ainda segundo o secretário-geral das Nações Unidas, o Protocolo de Montreal pode atualmente fornecer um resultado igualmente significativo em relação às mudanças climáticas através da chamada Emenda Kigali, que tem como alvo os hidrofluorcarbonetos, gases potentes de aquecimento climático ainda usados em sistemas de refrigeração. Eliminar essa possibilidade pode reduzir o aquecimento global até 0,4 °C neste século.

À medida que a indústria redesenha os aparelhos para substituir os hidrofluorcarbonetos, também é essencial melhorar a sua eficiência energética para reduzir ainda mais o impacto no clima. A mais recente avaliação científica da depleção do ozono mostra que a camada de ozono na estratosfera recuperou-se a uma taxa de 1-3% por década desde 2000. Nas taxas projetadas, no Hemisfério Norte, o ozono de latitude média estará recuperado completamente na década de 2030, seguida pelo Hemisfério Sul na década de 2050 e regiões polares até 2060.

O Programa GAW - “Global Atmosphere Watch Program” da Organização Meteorológica Mundial, que abrange cerca de 100 países, fornece informações e dados sobre a camada de ozono, fundamentais para estudos e tomadas de decisão e apoio à política ambiental.