Por que é que os humanos têm unhas dos pés? A peculiaridade evolutiva que nos distingue

Já alguma vez se perguntou por que é que os humanos têm unhas dos pés? Embora possam parecer uma característica menor da nossa anatomia, as unhas dos pés contêm pistas fascinantes sobre a nossa história evolutiva.

unhas dos pés
As unhas são constituídas pelo mesmo tipo de células que a nossa pele e têm uma clara função protetora.

As unhas dos pés, tal como as unhas das mãos, são feitas de queratina, a mesma proteína que forma o pelo e as garras de muitos animais. Evolutivamente, são uma versão modificada das garras que são comuns na maioria dos mamíferos. Então, por que é que os humanos e outros primatas não têm garras? A resposta está nos nossos antepassados arbóreos.

Há milhões de anos, os nossos antepassados primatas adaptaram-se à vida nas árvores. Ao contrário das garras, as unhas planas proporcionavam uma melhor aderência e precisão para trepar e manipular objetos. As unhas evoluíram como uma cobertura protetora para as pontas sensíveis dos dedos das mãos e dos pés, ajudando ao equilíbrio, à destreza e às capacidades motoras finas.

Humanos: únicos entre os mamíferos

O facto de os seres humanos usarem unhas em vez de garras realça a nossa singularidade entre os mamíferos. Enquanto a maior parte dos animais desenvolveu garras para escavar, caçar ou trepar, as nossas unhas planas distinguem-nos como anómalos evolutivos ou “bichos estranhos” no grande esquema da natureza.

Esta peculiaridade sublinha a forma como os nossos antepassados se adaptaram a ambientes e desafios específicos ao longo de milhões de anos. À medida que o bipedalismo se desenvolveu e o uso de ferramentas se tornou fundamental para a sobrevivência, as unhas dos dedos das mãos e dos pés continuaram a ser vantajosas para tarefas de precisão e equilíbrio.

Unhas
As pessoas que perdem as pontas dos dedos das mãos ou dos pés devido a um acidente compreendem rapidamente as funções vitais das unhas.

"À medida que os humanos evoluíram, mantivemos as unhas herdadas dos nossos antepassados macacos mais recentes. Inicialmente, os teóricos darwinistas consideravam as unhas das mãos e dos pés como vestígios das garras encontradas nos animais 'inferiores' atuais”.

Porque é que ainda as temos?

Embora os humanos modernos já não precisem de se pendurar nas árvores, as unhas dos pés persistem porque ainda servem um objetivo.

  • Proteção: as unhas dos pés protegem os tecidos moles e as terminações nervosas nas pontas dos dedos dos pés contra lesões.
Uma das principais funções das unhas dos pés é proteger a falange distal do dedo, que desempenha um papel crucial na manutenção do equilíbrio e na coordenação dos movimentos de marcha e corrida.
  • Apoio: proporcionam estabilidade e reforço às pontas dos dedos dos pés, o que é essencial para a marcha e o equilíbrio.
  • Inércia evolutiva: uma vez desenvolvida uma característica evolutiva, esta não desaparece simplesmente, a menos que se torne numa desvantagem. As unhas dos pés, embora menos críticas atualmente, continuam a ser funcionais e, por conseguinte, não foram selecionadas.
    • Diagnóstico médico: alguns estudos sublinham também uma outra função importante das unhas dos pés e das mãos: a sua utilização no diagnóstico médico. Estas características aparentemente menores da nossa anatomia podem frequentemente revelar sinais críticos de problemas de saúde iminentes.
    Tanto as unhas dos pés como as unhas das mãos são capazes de mostrar indicadores precoces de várias doenças, anomalias genéticas e disfunções metabólicas.

    Por conseguinte, os médicos examinam-nas frequentemente durante os exames de rotina, uma vez que as alterações no seu aspeto podem fornecer pistas valiosas para o diagnóstico de uma vasta gama de doenças. Este potencial de diagnóstico sublinha a importância das unhas não só em termos de função física, mas também como indicadores vitais da saúde geral.

    Referência da notícia:

    Bergman, J. Fingernails and toenails—useless evolutionary relics or an important part of design?