Poderá a vacinação contra a Covid-19 ter originado um síndrome? Saiba mais aqui!
No final de 2020 as vacinas contra a Covid-19 chegaram ao mercado, surgindo, após a sua administração, alegações de efeitos secundários. Mas terão estas afirmações fundamento? Descubra aqui!
De acordo com um artigo publicado no jornal Forbes, após a administração das vacinas no final do ano de 2020 contra o Covid-19, foram várias as pessoas que fizeram alegações sobre o aparecimento de efeitos secundários.
Estas afirmações têm vindo a ganhar algum relevo e, a comunidade científica tem descortinado com atenção o que tem vindo a receber. Estes efeitos secundários são designados como Síndrome Pós-Vacinação (SPV), em que as pessoas continuam a sentir muito tempo depois de terem sido vacinadas.
A verdade é que as vacinas contra a Covid-19 evitaram inúmeras mortes e resultados graves da Covid-19 em todo o mundo, contudo, aqueles que sofrem de SPV sentem-se ignorados.
Desta forma, uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Yale, iniciou um estudo, designado de LISTEN - Yale Listen to Immune, Symptom and Treatment Experiences Now (Ouça as experiências imunológicas, sintomas e tratamento) onde 241 pessoas com SPV foram inquiridas.
Até à data, esta investigação é o maior estudo sobre as consequências da vacinação contra a Covid-19 existente, tendo dado origem a um manuscrito publicado no medRxiv.
LISTEN - Experiências imunológicas, sintomas e tratamento
241 pode não parecer um número muito grande, dado o número de pessoas em todo o mundo que foram vacinadas contra a Covid-19, porém, esta amostra é muito mais numerosa do que outras amostras de doentes com SPV que foram relatadas anteriormente.
No total desta amostra, administradas em novembro de 2022 e julho de 2023 e recrutadas através de uma comunidade de pacientes online da Hugo Health Kindred, segundo o manuscrito LISTEN, 80% são mulheres, 87% são caucasianas, 88% residem nos EUA e metade tem menos de 46 anos de idade.
Todas estas pessoas relataram sofrer pelo menos um dos 96 diferentes sintomas possíveis de SPV listados na investigação: 71% referiram sentir intolerância ao exercício, 69% fadiga excessiva, 63% algum tipo de dormência, 53% nevoeiro cerebral e 63% neuropatia (quando se sente algum tipo de dor nos nervos, normalmente uma sensação de punhalada, ardor ou formigueiro).
Relativamente às vacinas contra a COVID-19, 127 pessoas (55%) receberam a vacina da Pfizer-BioNTech e 86 (37%) a vacina da Moderna.
Os sintomas começaram após a primeira dose da vacina para 44% dos inquiridos, a segunda dose para 33%, a terceira dose para 14% e as doses subsequentes para 9%. Estes sintomas começaram também bastante cedo após a vacinação, com 50% dos inquiridos a afirmarem que começaram a notar problemas nos três dias seguintes à vacinação.
Os inquiridos indicaram que estes sintomas persistiram durante bastante tempo, variando entre 40 e 1058 dias, o que significa que mais de metade dos inquiridos sofria destes sintomas há mais de um ano e meio.
Isolamento social
Para além dos sintomas que surgiram após a vacinação, os inquiridos referiram que, proveniente deste mau estado, começaram a sentir medo, desânimo, alguma preocupação, ansiedade, desespero e problemas no sono.
Para além disso, os inquiridos não se sentiram apoiados, tornando-se assim difícil obter assistência para a realização de tarefas como fazer compras ou ir ao médico, muitos deles sentiam-se isolados, excluídos e sozinhos.
E aqui está o problema de quase todas as doenças que não têm recebido a devida atenção: não foi atribuído tempo, esforço e recursos suficientes para estabelecer tratamentos eficazes e cientificamente sustentados para essas doenças, tendo sido o caso da SPV.
Apesar de tudo, o manuscrito da LISTEN tem ainda que passar por rigorosas revisões científicas, no entanto continuam a recrutar pacientes para serem aprofundados os resultados.
Referência do artigo:Bruce Y. Lee, Largest ‘Long Vax’ Study To Date On Post-Covid-19 Vaccination Syndrome.