O planeta, os polímeros e a saúde
Todas as formas de vida e matéria constituintes do planeta, provém das mesmas fontes e nanopartículas disseminadas com o Big Bang cosmológico que impeliu ao desenvolvimento expansivo do Universo. Aqui contamos-lhe a relação dos polímeros com a saúde, o planeta e perigos pandémicos.
A constituição de tudo é partilhada por tudo, e assim, Homem e Natureza são parte integrante de uma mesma energia e matéria natural. Da ínfima diversidade microbiana à panóplia de biomas e seres vivos, o planeta vive na mais intrincada interdependência . Todavia, a relação entre o Homem e o meio ambiente vai-se agudizando, com a natureza a ser apropriada pelo capitalismo moderno, tornando insustentável um equilíbrio que devia refletir a harmonia entre a biologia e o clima do planeta .
Vivenciam-se antagonismos indicadores de uma humanidade robotizada, mecanizada para a degradação, a um ritmo que impossibilita a recuperação natural pelo tempo geológico. São milhares as espécies de fauna e flora extintas, impera a poluição do ar, da água e dos solos, a exploração exaustiva dos recursos naturais, a desflorestação, condições que se refletem em alterações nos padrões climáticos, em fome, pobreza, assim como, no exponenciar de patologias diretamente relacionadas com problemas ambientais, como as respiratórias e as infecciosas .
Antinomicamente, neste mesmo mundo, criam-se microcomputadores ultra eficientes de reduzidíssima dimensão, e poderosos satélites capazes de transmitir informações instantaneamente para todo o planeta , o mesmo corpo celeste, onde uma quantidade desmesurada de crianças morre a cada dia, vítimas de desnutrição, e de doenças , que a ciência praticada nas superpotências mundiais já encontrou, tanto a prevenção quanto a cura.
Todavia, a ritmo mais pausado que o desejável, a Humanidade tem despertado para a necessidade de mitigar os efeitos decorrentes da sua incessante busca pela evolução e desenvolvimento. Vão surgindo projetos inovadores, numa tentativa de curar problemas ambientais nefastos para o equilíbrio dos ecossistemas, como o sistema desenvolvido pela ONG The Ocean CleanUp . Trata-se de uma embarcação movida a energia solar, com capacidade para recolher cerca de 50 toneladas por dia, de resíduos de plástico dos rios, impedindo-os de desaguar nos mares.
A clarividente importância que os polímeros representam no quotidiano humano
Cientificamente, polímeros definem-se como conjuntos de átomos ligados covalentemente entre si, macromoléculas, capazes de adquirirem condições plásticas, por ação de calor e pressão. E, enquanto a ciência não cria alternativa, e com praticamente todas a áreas de atividade humana dependentes, viver sem a funcionalidade dos polímeros demonstra ser impraticável, devendo assim o mote ser o de implementar mecanismos que permitam minimizar os impactes da vivência humana na biosfera.
Cerca de 18% do organismo humano é constituído por polímeros naturais - macromoléculas, as proteínas. Foi em meados da primeira metade do séc. XX, com a descoberta da sínteses de polímeros (polimerização), que estes deixaram de ser apenas um processo natural, e passaram a acompanhar o estilo de vida das sociedades contemporâneas. A quantidade de bens produzidos a partir de materiais poliméricos é gigantesca. Das embalagens ao vestuário, ao isolamento de cabos elétricos e à indústria automóvel, a abrangência da sua utilidade é transversal, sendo de saliente importância o seu papel na área da medicina .
De facto, as suas diferentes tipologias possibilitam uma panóplia de utilizações – os polímeros vinílicos transformam-se em blisters de comprimidos, o polietileno em embalagens de detergentes, invólucros, doseadores, o poliestireno nos copos, pratos e talheres descartáveis (indispensáveis em cenário epidemiológico), as poliamidas dão corpo às escovas de dentes, os elastómeros, o poli-isopreno na forma de latex, dá forma às luvas cirúrgicas, e o polipropileno que origina as importantíssimas máscaras cirúrgicas descartáveis.
É inegável a presença de algum tipo de polímero, desde num simples procedimento médico, com seringas para injeções, bolsas de sangue ou de soro, corações artificiais, ou peças usadas em próteses, ao revestimento de pisos hospitalares com PVC enriquecido com partículas antimicrobianas .
A indispensabilidade do plástico
A controvérsia que representa a utilização do plástico, vulgo polímeros sintéticos, particularmente pelo impacte dos seus resíduos, urge pela implementação de mecanismos que mitiguem a pegada ecológica que figura o descartável. Destaque-se no entanto, o importante papel impermeabilizador do plástico nos aterros sanitários, selando-os, impedindo que a decomposição de lixo penetre nos solos, contaminando-os, atingindo inclusive lençóis de água.
Uma vez que nada é interminavelmente durável, a fomentação de processos não nocivos para a biosfera, mas aceleradores da decomposição dos plásticos, torna-se cada vez mais premente , considerando problemáticas como a substituição de embalagens plásticas por embalagens de papel, porquanto o que isso significa em termos de desflorestação.
A perda de edificado arbóreo é adversa para a biosfera, refletindo-se na fragilidade dos solos provocada pela erosão, em severos impactes na biodiversidade, alterações nos ciclos biogeoquímicos da água, do oxigénio e do carbono, inferindo nos padrões climáticos, e potenciando a disseminação de doenças infecciosas. Assim, proteger o ambiente e viver harmoniosamente nele, ajudará cada vez mais a proteger a saúde humana .