Para que servem os mosquitos? As 3 funções destes insetos no ecossistema que você não conhece
O mosquito é o vetor da dengue e de muitas outras doenças que também podem ser fatais para os humanos. No entanto, são necessários mosquitos saudáveis para manter o equilíbrio do ecossistema.
Se se está a perguntar: para que servem os mosquitos? Porque não os exterminamos completamente para que não transmitam mais doenças? Ou, por que temos que coexistir com eles se eles nos fazem adoecer? Neste artigo trazemos as respostas a todas essas perguntas, enquanto acompanhamos esta difícil situação na Argentina e no Brasil, com um número recorde de casos de dengue.
As duas faces do mosquito
O mosquito é o animal mais mortal do mundo, mas devemos lembrar que para um mosquito ser vetor de uma doença (dengue, Zika, Chikungunya, febre amarela, malária, etc.) ele deve primeiro infetar-se e tornar-se infeccioso. Nem todos os mosquitos estão doentes. Além disso, dependendo da espécie, é capaz de transmitir várias doenças.
Mesmo os mosquitos saudáveis também nos causam desconforto, desde a picada incómoda que causa comichão e nalguns casos pode desencadear reações alérgicas significativas, até perturbar muito o nosso descanso devido ao zumbido.
Embora possa parecer que estes pequenos insetos são apenas uma praga que nos traz problemas, os mosquitos desempenham funções importantes no ecossistema global em todas as etapas da sua vida, seja na selva remota ou nas cidades. Respondemos abaixo porque eles são importantes para o equilíbrio ecológico.
As três funções dos mosquitos
Os mosquitos cumprem três funções principais: o equilíbrio das cadeias alimentares e populacionais, a decomposição da matéria orgânica e a polinização.
1- Equilíbrio das cadeias alimentares e populacionais: os mosquitos são um elo importante na cadeia alimentar de muitos animais, pois são presas de uma infinidade de espécies, tanto diurnas quanto noturnas, graças aos diferentes períodos de atividade desses insetos (do crepúsculo à noite, e algumas espécies diurnas também).
Os mosquitos são alimento diurno para pássaros e noturno para morcegos e lagartixas. Além disso, nas fases da vida em que os mosquitos vivem em águas paradas, eles também servem de alimento para anfíbios e peixes. Até o facto de os mosquitos serem vetores de algumas doenças infecciosas serve para equilibrar a população de algumas espécies.
2- Decomposição da matéria orgânica: estes insetos são fundamentais para a preservação dos ecossistemas porque também têm a capacidade de decompor os restos de matéria orgânica, o que favorece a reciclagem dos nutrientes e a sua contribuição ao solo para que as plantas e outros tipos de organismos possam aproveitá-los.
Durante o ciclo de vida de um mosquito ele passa por quatro estágios de desenvolvimento: ovos, larvas, pupas e adultos. Cada uma dessas etapas é realizada sob determinadas condições ambientais, cumprindo diferentes funções no equilíbrio dos ecossistemas, como a decomposição de restos de matéria orgânica.
3- Polinização: embora os mosquitos fêmeas sigam uma dieta hematófaga, ou seja, alimentam-se de sangue de animais e humanos, os mosquitos machos, por outro lado, alimentam-se de néctar de plantas. Portanto, a função polinizadora destes insetos é muito destacada, o que favorece a reprodução e sobrevivência de milhares de espécies vegetais e em diversas áreas, desde selvas tropicais até grandes cidades.
Repelir e não exterminar o mosquito
Neste momento crítico com recorde de infeções por dengue na Argentina e no Brasil, pode ser um grande tema de debate: se o adequado é tentar exterminar completamente os mosquitos, ou repeli-los para que não nos mordam e continuem a existir no planeta.
Embora muitas vezes pensemos que seria bom que os mosquitos desaparecessem para sempre, a realidade é que as funções que estes insetos desempenham são prioritárias para a vida na Terra. O equilíbrio que os mosquitos em redor do planeta ajudam a manter torna-os essenciais, e por isso é necessária a nossa convivência com eles em vez de exterminá-los.
Para isso, devemos optar por medidas como: isolá-los do nosso ambiente diário para evitar que nos piquem e o imprescindível uso de repelentes que nos protegem das suas picadas e ao mesmo tempo os mantêm vivos.