Onda de calor: o que é e porque acontece?
No verão, as ondas de calor tendem a ser mais comuns. Temos assistido a uma série de eventos de temperaturas elevadas, um pouco por todo o Hemisfério Norte. No entanto, mostra-se essencial perceber o que é uma onda de calor, como se forma e que impactos pode ter. Saiba mais aqui!
Segundo o IPCC, onda de calor existe quando, durante pelo menos cinco dias consecutivos, as temperaturas máximas diárias registadas são superiores em 5ºC ao valor médio diário do período de referência.
Já a Organização Mundial de Meteorologia (OMM), afirma que o termo "onda de calor" aplica-se quando, durante pelo menos seis dias consecutivos, as temperaturas máximas diárias registadas são superiores em 5ºC ao valor médio diário do período de referência.
A definição do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change) e da OMM diferem no período de tempo necessário para se considerar uma onda de calor. O mesmo acontece com a definição do Met Office que afirma que uma onda de calor existe após três dias consecutivos de temperaturas elevadas. Ou seja, há diversas definições deste termo, no entanto, a única coisa em que estas parecem divergir é no período de duração das mesmas.
Porque é que as ondas de calor acontecem? Estão relacionadas com as alterações climáticas?
As ondas de calor são mais comuns no verão, quando um centro de alta pressão se desenvolve numa determinada área. Os centros de alta pressão movem-se lentamente e podem persistir num local durante um período de tempo prolongado, como dias ou semanas. Podem ocorrer no Hemisfério Norte, quando o jet stream se move para norte nos meses de verão. Esta deslocação do jet stream pode permitir que se desenvolvam altas pressões, resultando em tempo seco persistente e estável.
É importante não confundir ondas de calor com massas de ar quente. As primeiras não se movem. Estão "estacionadas" sobre um determinado local, devido a vários fatores, mas principalmente, a centros de alta pressão.
As segundas adquirem as propriedades das regiões sobre as quais estacionaram durante um longo período de tempo e transportam-nas para as regiões para onde se deslocam.
As ondas de calor são eventos climáticos extremos, mas novas investigações mostram que as alterações climáticas estão a tornar estes eventos mais prováveis. Como a concentração de gases com efeito de estufa continua a aumentar, há previsão de que ondas de calor de elevada intensidade podem tornar-se ainda mais frequentes.
Impactos de uma onda de calor
Os impactos deste fenómeno podem abranger vários setores. A saúde e as infraestruturas são dois dos principais.
Já morreram milhares de pessoas devido às temperaturas elevadas. No vídeo acima é possível observar alguns números. Só na Europa, o número de mortes, causadas por uma onda de calor em 2003, ronda os 70 mil. Isto acontece porque o corpo humano opera, em média, nos 37ºC. Quando a temperatura do corpo sobe (acima dos 42ºC), pode causar uma série de impactos, como exaustão, insolação ou morte.
Em relação às infraestruturas, estas podem ceder com o calor. Os prejuízos estimados em vários países do mundo podem chegar aos milhões de euros. Desde falhas de eletricidade a deformações de linhas de comboio, há uma série de riscos associados. A agricultura também é outro setor que pode sofrer bastante com as ondas de calor.