O que é um tornado?
Os tornados são fenómenos meteorológicos raros em Portugal. Saiba aqui como se formam e viaje pela história da meteorologia connosco, conhecendo alguns dos mais impactantes no nosso país.
Os tornados são fenómenos tipicamente continentais e a sua formação ocorre através da chegada de frentes frias a regiões onde o ar está mais quente e instável, favorecendo o desenvolvimento de uma tempestade, que, por sua vez, impulsiona a formação deste tipo de ciclone.
Os tornados caracterizam-se como uma forte corrente de ar ascendente, em espiral, na base da nuvem, cuja forma se assemelha a um funil, com elevado poder de destruição, e formam-se pelo choque entre duas correntes de ar, e a rotação do ar.
Como decorre o processo do tornado? A massa de ar frio forma uma “tampa” sobre a massa de ar quente próxima ao solo, impedindo a formação de nuvens. Com a penetração de uma frente fria ou pelo aquecimento excessivo da camada de ar próxima ao solo, o ar quente rasga a tampa e invade a massa de ar frio.
O ar quente sobe e expande-se, com uma velocidade que pode chegar aos 250 km/h. A instabilidade atmosférica poderá contribuir para que o movimento de expansão ocorra em forma espiral.
Por fim, a humidade condensada cai sob a forma de chuva. Devido à evaporação, o tornado forma-se abaixo da “tampa” numa área onde não chove. Ao invés dos furacões, os tornados são compactos e possuem curta duração. Por norma, um tornado apresenta 100 metros de extensão, e a sua duração é de poucos minutos.
Tornados em Portugal
Em Portugal, os tornados são fenómenos meteorológicos raros, na maioria dos casos pouco impactantes. No entanto, há que considerar alguns que, pelo impacto que tiveram, ou pela antiguidade do registo, são considerados importantes. De acordo com os dados oficiais, o mais antigo registo de um tornado na nossa geografia consta de 1936, em Ponte de Sor.
Um dos maiores até hoje registados teve lugar em Castelo Branco, a 6 de novembro de 1954 onde cinco pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas. Na Escala de Fujita – que mede este tipo de fenómeno e que se baseia nos danos observados, este tornado foi avaliado com a categoria F3, considerado um tornado “severo”.
Aquele que terá sido um dos tornados mais intensos desde 2000 teve lugar nos concelhos de Tomar, Ferreira do Zêzere e Sertã a 7 de dezembro de 2010. O tornado de Tomar, como ficou conhecido, registou uma intensidade de nível 3 na escala de Fujita melhorada (substitui a escala de Fujita) (EF3), que varia entre EF0 (nível menos intenso) e EF5 (nível mais intenso).
A 24 de outubro de 2016, ocorreram quatro pequenos tornados nas regiões do Alentejo e do Algarve. O primeiro aconteceu na cidade de Olhão às oito da noite de 24 de outubro. O concelho de Serpa, no distrito de Beja, foi atingido duas vezes. A área rural de Pedrogão (Vidigueira), no Alentejo, também foi atingida ao final da noite desse dia.
Não há certeza, mas fruto das alterações climáticas a que Portugal também está sujeito, poderão estar reunidas condições mais favoráveis à formação de tornados.