O poder dos morangos: potencial proteção contra o Alzheimer

A doença de Alzheimer é uma doença cerebral devastadora que pode apagar memórias, perturbar o raciocínio e, eventualmente, privar as pessoas da sua capacidade de realizar tarefas quotidianas básicas.

morangos na dieta
Adicione alguns morangos ao seu lanche ou refeição. O seu cérebro poderá agradecer-lhe nos próximos anos.

Um novo estudo, publicado no Journal of Alzheimer's Disease, sugere que uma simples adição à nossa dieta pode ajudar a proteger o nosso cérebro contra a doença de Alzheimer. Falamos do humilde morango, um fruto saboroso que é um dos favoritos em cereais, saladas e batidos.

Os investigadores do RUSH descobriram que os morangos contêm um composto chamado pelargonidina. A pelargonidina pode proteger o cérebro envelhecido do desenvolvimento da patologia da doença de Alzheimer.


A autora principal do estudo, Dr.ª Julie Schneider, sugere que as propriedades anti-inflamatórias da pelargonidina podem reduzir a neuroinflamação geral no cérebro. Isto poderia reduzir a produção de citocinas - proteínas produzidas pelas células que regulam várias respostas inflamatórias.

A investigação

A equipa de investigação analisou os dados de um estudo, feito a longo prazo, e que ainda está em curso, denominado Rush Memory and Aging Project, que teve início em 1997.

Este projeto inclui residentes de mais de 40 comunidades de reformados e unidades de habitação pública para idosos em todo o norte do estado de Illinois, nos EUA.

Um longo estudo, que teve início em 1997 e que inclui uma amostra significativa de idosos, mostra que a pelargonidina pode reduzir os efeitos do Alzheimer. Contudo, como a amostra de pessoas que têm o gene APOE 4 ainda não é significativa, o resultado acaba por ser inconclusivo.

Os investigadores dispõem de informações dietéticas completas e autópsias cerebrais de 575 participantes falecidos, com uma idade média de morte de 91,3 anos.

Entre estes participantes, 452 pessoas não eram portadoras do gene APOE 4, que é um forte fator de risco genético para a doença de Alzheimer, enquanto 120 participantes eram portadores deste gene.

Os resultados

Apesar deste estudo concluir que a pelargonidina pode proteger o cérebro envelhecido do desenvolvimento da patologia da doença de Alzheimer, os investigadores não observaram o mesmo efeito em pessoas com o gene APOE 4, possivelmente devido a um tamanho de amostra mais pequeno de indivíduos com este gene no estudo.

Este estudo foi observacional e não estabelece uma relação causal direta. É necessária mais investigação para compreender o papel da nutrição na doença de Alzheimer. No entanto, o estudo oferece esperança de que os componentes da dieta, como as bagas, possam contribuir de forma positiva para a saúde do cérebro.

Embora seja necessária mais investigação, este estudo sugere que comer morangos pode potencialmente ajudar a proteger o cérebro da doença de Alzheimer.