O paradigma dos veículos limpos!
A qualidade de vida, é cada vez mais, identificada como um estágio almejado pelo ser humano, devendo relacionar-se com a preservação e respeito pelo meio ambiente. Que contribuição dos veículos ditos "limpos"?
Impulsionada por uma crescente cultura consumista, a actual sociedade acompanha o desenrolar de uma verdadeira revolução tecnológica, a qual, para além das melhorias que possibilitam um próspero e contínuo desenvolvimento, acarreta igualmente efeitos negativos nos recursos e ambiente do planeta. A qualidade de vida representa um processo intimamente condicionado pela frenética revolução tecnológica que a sociedade atual vivencia.
É incontornável associar o desenvolvimento ao aumento dos níveis da poluição, os quais, severamente implicam com o meio ambiente. Consideremos, para além do crescimento e desenvolvimento da indústria, o aumento do número de veículos automóveis em circulação, aliado à exaustiva necessidade de combustíveis fósseis que requerem, e obtém-se um impactante panorama mundial!
Efetivamente, nas últimas décadas, o ser humano tem vindo a tornar-se cada vez mais dependente de veículos automóveis para qualquer tipo de deslocação. Uma realidade que tem vindo a despertar para as implicações decorrentes dessa dependência, no que concerne quer a custos ambientais, quer a socioeconómicos, considerando que, em média, os transportes urbanos são responsáveis por cerca de 20% da totalidade da emissão de gases com efeito de estufa.
Carro elétrico: será alternativa ao veículo com motor de combustão?
Talvez não, nos moldes em que atualmente ainda é desenvolvido! Efetivamente, o funcionamento de um carro eléctrico resulta em zero emissões de dióxido de carbono para o ambiente, contudo, existe poluição considerando os processos utilizados para a produção da energia que o veículo eléctrico necessita para circular, podendo eventualmente mascarar-se o veículo “amigo do ambiente”, em perigoso inimigo!
Na realidade, não se tratando de um processo linear, não é de todo limpo. Há que ser considerado, o volume de emissões resultantes da extração e entrega de matéria-prima nas centrais de energia eléctrica, assim como, as emissões geradas pelo uso de combustível específico aquando da produção de eletricidade, as perdas de eletricidade durante a distribuição, a eficiência de combustível do veículo, e a pegada ecológica gerada quer na fabricação do veículo, quer das suas baterias.
Efetivamente, no seu funcionamento, os veículos eléctricos não consomem, não queimam combustíveis fósseis, no entanto, para circularem consomem eletricidade, e para a gerarem, matérias-primas como carvão ou crude são extraídos, refinados e “queimados”.
Não obstante, este tipo de veículos representarem benefícios para a qualidade do ar e por inerência para um melhor meio ambiente, por emitirem menor quantidade de gases poluentes que contribuem para o desregulamento do efeito de estufa, se considerarmos o seu processo produtivo, estes veículos podem representar um pesado problema.
Aludir ainda que as suas baterias necessitam de matérias-primas como cobre e níquel. Se por um lado, a exploração destes minerais potencia a economia das regiões onde eles são extraídos, por outro lado, personifica distorções em termos ambientais e sociais em grande escala, considerando os delicados riscos associados às oportunidades de negócio.
De facto, os convencionais veículos com motor a combustão, gradualmente tenderão a ser substituídos por veículos eléctricos, auspiciando-se a que, progressivamente, a sua fonte de energia venha a ser eólica ou solar, 100% limpas e de custos residuais. Um cenário em que o planeta, e o Homem por consequência, só terão a ganhar!