O encanto da borboleta Apolo, uma verdadeira relíquia da Idade do Gelo
Pela sua beleza e pelas inúmeras subespécies e formas descritas, sempre despertou grande interesse e curiosidade entre entomologistas ou simples amadores. É considerada uma verdadeira relíquia da Era do Gelo.

A borboleta Apollo é comum em todas as principais cadeias de montanhas da Europa e da Ásia Central, entre 500 e 2.500 m acima do nível do mar. Em Itália é encontrada entre os Alpes e os Apeninos, enquanto uma subespécie está presente nas áreas montanhosas da Sicília.
Esta borboleta é caracterizada por uma pintura branca, asas salpicadas de pequenas manchas pretas na área das asas inferiores, e duas ou mais manchas vermelhas grandes e circulares com bordas pretas, enquanto as pontas das asas inferiores são frequentemente transparentes, especialmente na fêmea. A envergadura da borboleta é entre 50 e 80 mm.
Uma relíquia da Idade do Gelo
A borboleta Apollo é considerada uma verdadeira relíquia da Era Glacial. Hoje é considerada uma espécie ameaçada de extinção. A principal ameaça é a reflorestação, que em várias áreas da sua distribuição europeia reduziu os ambientes abertos adequados para a sua sobrevivência.
Outra ameaça a esta borboleta é a perturbação humana, principalmente em áreas de forte turismo, com tráfego intenso de veículos.

Devido à sua beleza e às inúmeras subespécies e formas descritas, sempre despertou grande interesse e curiosidade em entomologistas e simples amadores. Mesmo a recolha excessiva de espécimes para fins de estudo pode ser considerada um fator de ameaça adicional, especialmente para pequenas populações locais que já estão ecologicamente stressadas.
Algumas características destes esplêndidos exemplares
As borboletas Apollo adultas podem ser vistas a voar entre maio e setembro, quando se alimentam do néctar das flores de várias plantas, como cardos selvagens.
Frequentam as montanhas europeias entre maio e setembro, sendo facilmente reconhecíveis pelo seu grande porte, pela sua coloração branca e pelas asas salpicadas de pequenas manchas pretas na zona frontal e por duas ou mais grandes manchas vermelhas, circulares e orladas de preto.
Se um exemplar passar perto de si em pleno voo, poderá ouvir o som característico de farfalhar que produz com as suas grandes asas, muitas vezes até mesmo enquanto se alimenta nas flores.
Já a lagarta Apollo caracteriza-se por uma coloração preta com manchas amarelas, que após hibernar dentro do ovo, a partir da primavera passa a viver ao comer folhas de plantas suculentas que crescem entre as rochas, para depois transformar-se em crisálida e finalmente em borboleta no verão.
Distribuição e habitat
Esta espécie, que vive predominantemente em habitats montanhosos, prefere prados e vales floridos, mas também encostas rochosas. Assim como outras espécies do género, é vulnerável devido ao isolamento após a última era glacial, mas nos locais onde está presente é bastante comum.
Típica de grandes altitudes, está presente entre 400 e 2.500 metros, embora seja muito mais presente acima dos 1.000 metros. Estas borboletas estão presentes nas montanhas de Espanha, de França, em redor do Maciço Central e em todas as cadeias montanhosas de Itália, incluindo os relevos da Sicília.
No entanto, as borboletas Apollo também podem ser encontradas nos Balcãs, nos Cárpatos, na Estónia, no sul da Finlândia e em partes da Escandinávia, no Cáucaso, no leste da Sibéria e no Tien Shan.