O Dia Zero: a escassez da água
A Terra vista do espaço é o único planeta no universo com água à superfície. A água foi aquilo que possibilitou a civilização e a vida, mas os padrões de água na Terra estão a mudar. Já ninguém tem a certeza de onde virá a água de amanhã.
O dia em que a agua irá acabar tem sido apelidado de Dia Zero, uma vez que a escassez de água já afeta cerca de 4 em cada 10 pessoas da população mundial, em breve será o futuro de muitos de nós, e em muitos lugares a contagem decrescente já começou.
Foi na água, que há 3 mil milhões de anos atrás a vida começou na Terra, e hoje todos os seres vivos dependem dela para sobreviver. De toda a água do mundo, pouco mais de 2% pode ser usada para consumo humano, sendo que a maioria se encontra inacessível, presa em calotes polares e em glaciares.
Estima-se que ⅓ da água doce a que temos acesso encontra-se no subsolo, em vastos aquíferos rodeados por rochas, contendo 100 vezes mais água do que todos os mares e rios juntos. Até agora, tem sido suficiente para manter a vida na Terra, mas a vida moderna na Terra é algo diferente.
Mas o que acontece se a água começar a escassear?
A população humana está a exceder os recursos hídricos. Isto é suicídio. A crise da água é algo que está a acontecer agora e em todo o mundo. Em fevereiro de 2018, com 4 milhões de habitantes, a Cidade do Cabo, na África do Sul, depois de quase 3 anos consecutivos sem chuva somada ao aumento do consumo de uma população em crescimento constante, via os seus reservatórios vazios.
A Barragem de Theewaterskloof, que antes fora o maior reservatório da Cidade do Cabo, um recreio com quase mil milhões de litros de água, e que abastecera a cidade durante os últimos 40 anos, no entanto, em 2018, encontrava-se seca e quando uma cidade começa a ficar sem água, ninguém sabe como pode acabar.
A ameaça para a Cidade do Cabo, tal como chegou assim partiu. Em maio de 2018 a seca de 3 anos chegou ao fim. A chuva voltou a encher rios e barragens, a Cidade do Cabo foi salva, mas durante quanto tempo?
De acordo com o quinto relatório de avaliação do Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas, os modelos climáticos a longo prazo indicam uma tendência de seca significativa na região da África do Sul, podendo mesmo haver reduções pluviais anuais de até 40 por cento.
Neste sentido, as políticas locais vão no sentido da minimização do problema, com a construção de alternativas, como projetos de dessalinização, novas sondagem de aquíferos e reciclagem de água. Soluções que visam esticar a oferta atual.
O acesso à água é um direito humano, mas no mundo real a água é uma bitola da desigualdade. Mais de 2 mil milhões de pessoas ainda vivem sem água potável nas suas casas. O americano comum descarrega mais água pela sanita, do que aquela que os africanos usam todos os dias. Em todo o mundo, condições precárias de saneamento matam quase 1 milhão de pessoas por ano.
É essencial que a humanidade entenda o tipo de risco de corremos. Refira-se a possibilidade de perdermos o nosso habitat, perder o planeta onde evoluímos. Significa perder as capacidade de continuar a viver na Terra.