Nova teoria de rocha alienígena descoberta no Egito intriga cientistas

Em 1996, a pedra de “Hypatia” foi descoberta no Egito. Inicialmente pensava-se que a sua origem viria de um cometa, mas agora, uma nova teoria fornece provas de que o nascimento desta rocha alienígena tenha sido outro, algo que está a intrigar a comunidade científica. Saiba mais aqui!

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A pedra de "Hypatia" é um dos mais fascinantes objetos jamais encontrados à face da Terra, provenientes do Espaço exterior. O seu nome é uma homenagem à astrónoma egípcia Hypatia de Alexandria.

Em 1996, um arqueólogo chamado Aly A. Barakat estava a fazer trabalho de campo num deserto egípcio e tropeçou numa pedra negra brilhante e invulgar, agora conhecida como pedra de “Hypatia”, em homenagem à astrónoma egípcia Hypatia de Alexandria. Segundo vários estudos realizados nos últimos anos, a pedra possui origem extraterrestre, possivelmente proveniente dum fragmento de cometa.

A pedra de “Hypatia” foi encontrada no Grande Mar da Areia, no sudoeste do Egipto, área conhecida pelo vidro do deserto da Líbia, produzido por um evento de aquecimento de superfície extremo, muito possivelmente devido a um meteorito.

Desde 2013 que um grupo de químicos da Universidade de Joanesburgo, África do Sul, tem vindo a analisar a pedra de “Hypatia”. Estes químicos - Kramer e colegas – publicaram, inicialmente, os resultados de uma análise química que forneceu fortes provas a favor de a pedra ser um fragmento de cometa. Esta análise foi uma sugestão impressionante, uma vez que a maioria dos fragmentos de cometa encontrados na Terra são partículas microscópicas de poeira na atmosfera superior, ou enterradas no gelo antártico.

A hipótese do cometa explicaria a presença de diamantes microscópicos na pedra, provavelmente formados no impacto quando o cometa explodiu sobre o Egipto há cerca de 28,5 milhões de anos, sendo que a presença destes micro-diamantes é provavelmente a razão pela qual a pedra conseguiu chegar à Terra sem se desintegrar.

A teoria acerca da intrigante origem da Pedra de “Hypatia” e a sua cronologia

Agora, segundo um recente artigo publicado na revista Icarus, é provável que o corpo parental da pedra tenha nascido na sequência de uma rara explosão do tipo Supernova Ia. Isto porque, após uma análise realizada a uma pequena amostra de três gramas, observou-se que era completamente diferente de qualquer coisa existente no nosso Sistema Solar ou até mesmo na Via Láctea.

Esta pode muito bem ser a primeira prova na Terra de uma explosão de uma supernova do tipo Ia, uma sub categoria das estrelas variáveis cataclísmicas, que resultam de violentas explosões de estrelas anãs brancas. Uma anã branca é o resíduo de uma estrela que completou o seu ciclo de vida normal e cessou a sua fusão nuclear. Estas são algumas das mais brilhantes que ocorrem no Universo.

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As novas análises químicas sugerem que a Pedra de "Hypatia" descoberta no Egito pode ser a primeira prova tangível na Terra de uma explosão de Supernova do tipo la, um dos eventos mais enérgicos do Universo.

Os cientistas sustentam a sua hipótese acerca da origem da Pedra de “Hypatia”, recorrendo à seguinte cronologia. Primeiramente, uma estrela gigante vermelha presente no interior de uma nuvem de poeira ter-se-á desmoronado, transformando-se numa estrela anã branca. A anã branca tornou-se parte de um sistema binário com outra estrela, a qual acabou por consumir. A estrela anã branca explodiu, então, como uma Supernova do tipo la. Os átomos de gás da explosão foram apanhados na nuvem de poeira, que acabou por formar o corpo parental de “Hypatia”.

Uma grande bolha desse gás e poeira foi-se transformando gradualmente numa rocha sólida nos confins do nosso Sistema Solar. Esta rocha foi projetada em direção à Terra, atingindo a atmosfera, depois o deserto, local onde terá acabado por se estilhaçar.

A primeira prova na Terra de uma explosão do tipo Supernova la?

De acordo com o químico Jan Kramers, "Se esta hipótese estiver correta, a pedra de Hypatia seria a primeira prova tangível na Terra de uma explosão do tipo supernova Ia.” “Talvez igualmente importante, mostra que uma parcela individual anómala de poeira do Espaço exterior poderia realmente ser incorporada na nebulosa solar de onde o nosso Sistema Solar foi formado, sem estar completamente misturado".

“Na análise realizada pelos cientistas foi encontrado um padrão consistente de abundância de vestígios de elementos que são completamente diferentes de qualquer coisa que haja no Sistema Solar, primitivo ou evoluído.”

Durante as experiências realizadas pelos cientistas, “Hypatia” apenas revelou 1% do silício, crómio e manganésio que teria se se tivesse formado dentro do nosso Sistema Solar interior. Também tem demasiado ferro, enxofre, fósforo, cobre e vanádio. "Encontrámos um padrão consistente de abundância de elementos residuais que é completamente diferente de qualquer coisa no Sistema Solar, primitivo ou evoluído", disse Kramers.

Os objetos na cintura de asteroides e meteoros também não correspondem, nem tampouco o pó interestelar do nosso braço na galáxia Via Láctea.

Nem é proveniente de uma estrela supergigante vermelha, que são comuns no universo - tem demasiado ferro, mas não tem silício suficiente. O mesmo pode ser dito em relação a uma Supernova tipo II. Todavia, a pedra de “Hypatia” encaixa no perfil de algo relacionado com a rara Supernova tipo Ia, que acontece uma ou duas vezes, por galáxia, por século, e são responsáveis pela criação da maior parte do ferro no Universo.