NASA testa drones meteorológicos na luta contra os incêndios florestais
Uma equipa de investigadores da NASA testou uma ferramenta para medir o vento e melhorar a previsão do comportamento do fogo em incêndios reais.

Uma equipa de investigação da NASA está a desenvolver tecnologia baseada em drones para compreender o comportamento dos incêndios florestais e ajudar a combatê-los.
A peça central do novo desenvolvimento é o quadricóptero Alta X da NASA, equipado com instrumentos para medir a humidade, a temperatura e a pressão. Também transporta sensores de vento que recolhem dados essenciais para antecipar a evolução do incêndio e tomar decisões estratégicas no terreno.

O drone descola com os sensores montados numa estrutura especial concebida para evitar interferências com os rotores. Durante o voo, os sensores captam informações sobre as condições atmosféricas a diferentes altitudes.
Embora os meteorologistas de todo o mundo utilizem balões meteorológicos para recolher dados atmosféricos, estes nem sempre fornecem informações em tempo real em pontos específicos. É aqui que os drones podem fazer a diferença, uma vez que podem ser efetuados voos repetidos sobre o mesmo local para obter medições atualizadas ao longo do tempo.

Ao contrário dos balões meteorológicos, que só podem ser utilizados uma vez, os drones são reutilizáveis, reduzindo os custos e o impacto ambiental. No entanto, a NASA esclarece que os drones não se destinam a substituir os balões meteorológicos.
“O objetivo é obter dados mais frequentes e localizados sobre incêndios florestais para melhorar as previsões e a segurança”, disse Jennifer Fowler, do Centro de Investigação Langley da NASA.
Os dados recolhidos são enviados para as equipas terrestres em tempo real para serem processados e visualizados através de modelos de inteligência artificial e mapas interativos. Esta informação ajuda a prever a forma como o vento pode influenciar o comportamento do fogo e do fumo, permitindo às equipas de emergência tomar melhores decisões.
Testes no mundo real
A iniciativa faz parte do projeto FireSense, liderado pela NASA, que procura fornecer dados meteorológicos mais precisos e sustentáveis para ajudar a combater os incêndios.
Durante uma campanha de três dias em Montana, a equipa realizou oito voos de recolha de dados numa zona montanhosa com incêndios ativos nas proximidades.
A geografia complexa e o fumo proporcionaram um ambiente ideal para avaliar a eficácia do sistema. Paralelamente, equipas de estudantes da Universidade de Idaho e do Salish Kootenai College lançaram balões meteorológicos para comparar dados.

Os resultados preliminares mostraram que os drones podem funcionar em condições adversas e fornecer medições exatas em tempo real. Além disso, por serem reutilizáveis, constituem uma alternativa mais sustentável e económica aos balões meteorológicos, cujos sensores se perdem frequentemente após cada lançamento.
Empresas como a MITRE, a NVIDIA e a Esri participam no projeto com ferramentas de modelação e mapas interativos, que facilitam a rápida interpretação da informação pelos gestores de emergências.
O próximo passo será testar a tecnologia no Alabama e na Flórida até ao outono de 2025, com melhorias baseadas na experiência de Montana. ”Esta campanha aproveitou quase uma década de investigação e desenvolvimento”, disse Robert McSwain, líder do sistema aéreo não tripulado da FireSense. “Desenvolvemos uma capacidade de voo de drones que pode agora ser utilizada em toda a NASA”.
O avanço da FireSense pode transformar a forma como os incêndios florestais são monitorizados, fornecendo dados cruciais em tempo real para melhorar a segurança das comunidades em risco.