Mosquitos: mais do que sangue, uma história associada à diversidade é referida nos OEB Seminar Series de Harvard

Os mosquitos são muito mais do que simples pragas sugadoras de sangue. São uma teia complexa de biodiversidade e ecossistema. Num recente seminário em Harvard, o entomologista Lawrence Reeves revelou a impressionante diversidade destes insetos.

Os mosquitos têm sido vistos ao longo dos tempos como uma praga, embora alguns dos mosquitos sejam fundamentais para ecossistemas saudáveis.

Desde tempos imemoriais, os mosquitos têm sido vistos como uma praga, uma ameaça sugadora de sangue às quais se associam doenças e desconforto. No entanto, uma perspetiva oferecida por entomologistas como Lawrence Reeves, afiliado no Laboratório de Entomologia Médica da Universidade da Flórida, fala-nos agora sobre a complexidade inerente a estes insetos.

Diversidade surpreendente dos mosquitos: além das crenças comuns

Numa apresentação recente no âmbito de OEB Seminar Series, do Departamento de Biologia Evolutiva e dos Organismos, da Universidade de Harvard, Reeves destacou uma grande diversidade de mosquitos, com mais de 3700 espécies identificadas a nível mundial.

Também numa tentativa de contrariar a crença comum, nesta apresentação deu conta de que os mosquitos não se alimentam exclusivamente de sangue; na verdade, a maioria consome principalmente açúcares de plantas. São apenas as fêmeas que necessitam de sangue para completar o ciclo reprodutivo. De todo o modo, os mosquitos podem ser responsáveis pela morte de mais de meio milhão de pessoas todos os anos.

Para além do seu papel como vetores de doenças, os mosquitos podem igualmente desempenhar funções benéficas, como a predação de larvas de outras espécies de mosquitos e até mesmo a possível polinização de plantas. Reeves destaca a necessidade de investigação aplicada para compreender melhor o impacte dos mosquitos nos ecossistemas.

A diversidade de mosquitos é evidente não só nas suas preferências alimentares, mas também na sua aparência. Desde os mais comuns como o Aedes albopictus, transmissor de doenças como o Zika, até aos menos conhecidos como o Toxorhynchites rutilus, que se alimenta apenas de néctares, os mosquitos apresentam uma variedade de formas, cores e comportamentos.

Adaptação surpreendente e o papel ecossistémico dos mosquitos

A forma como os mosquitos se reproduzem e se adaptam ao ambiente também surpreende os especialistas. Estes insetos depositam os ovos em locais tão diversos como buracos de caranguejos, pneus velhos e até mesmo nas águas de plantas carnívoras.

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Além disso, a especialização das espécies de mosquitos na escolha de hospedeiros de sangue é muito interessante. Alguns alimentam-se de aves, mamíferos, répteis e até mesmo de animais aquáticos como peixes e crocodilos. A capacidade de adaptação destes insetos é verdadeiramente diferenciada.

No final da apresentação de Reeves, os participantes expressaram admiração pela diversidade e importância dos mosquitos.

"Nunca imaginei que os mosquitos pudessem ser tão diversos e interessantes. Para mim, sempre foram apenas uma praga", comentou um dos presentes.

De facto, os mosquitos são muito mais do que meros parasitas. São uma parte integrante e, ao mesmo tempo, fascinante dos ecossistemas, desempenhando um papel que vai além da simples alimentação sanguínea.