Montanha submarina descoberta nas profundezas da Guatemala
Durante uma expedição, para o mapeamento do fundo do mar, foi descoberta uma montanha submarina nas águas internacionais do Pacífico. Fique a saber aqui mais sobre esta descoberta.
De acordo com um comunicado de imprensa publicado pelo Schmidt Ocean Institute foi encontrada, durante uma expedição para o mapeamento do fundo oceânico, uma montanha submarina duas vezes mais alta do que o Burj Khalifa, o edifício mais alto do mundo.
No fundo do mar, nas águas internacionais do Pacífico, ao largo da Guatemala, o monte submarino surge com 1.600 metros e cobre cerca de 14 quilómetros quadrados, situando-se a 2.400 metros abaixo do nível do mar.
Foi durante uma travessia de seis dias, de Puntarenas, Costa Rica, em direção à elevação do Pacífico Oriental, que a equipa de bordo do Schmidt Ocean Institute, confirmou que o monte submarino não constava de nenhuma base de dados batimétricos do fundo do mar.
A montanha do fundo do mar foi assim descoberta a 84 milhas náuticas fora da Zona Económica Exclusiva da Guatemala, através de uma ecossonda multifeixe EM124, no navio de exploração e investigação Falkor do Schmidt Ocean Institute.
As águas internacionais do Pacífico
Segundo a equipa de investigação envolvida, esta é a 9ª descoberta no fundo do mar desde que o navio de investigação Falkor foi lançado em março.
As descobertas incluíram dois montes submarinos adicionais não cartografados na Reserva Marinha das Ilhas Galápagos, três novos campos de fontes hidrotermais, um novo ecossistema sob as fontes hidrotermais e dois recifes de coral de águas frias imaculadas.
"Em todas as expedições, as pessoas a bordo do Falkor encontraram o inesperado, o inspirador, o novo. Embora haja tanta coisa que compreendemos à medida que as descobertas se tornam cada vez mais visíveis, ainda há muito desconhecido no nosso oceano - e estamos entusiasmados por continuar a explorar". afirma Wendy Schmidt, co-fundadora e presidente do Schmidt Ocean Institute.
Mas o que são afinal as montanhas submarinas existentes nas águas profundas?
Os montes submarinos são pontos críticos de biodiversidade que fornecem superfícies para corais de profundidade, esponjas e uma série de invertebrados. De acordo com a NOAA Ocean Exploration, existem mais de 100.000 montes submarinos inexplorados com mais de 1.000 metros de altura.
É por este motivo que a exploração e o mapeamento contínuos das profundezas do mar são essenciais. Os mapas mais pormenorizados e de maior resolução sustentam a investigação científica e as descobertas futuras, ao mesmo tempo que proporcionam uma melhor compreensão acerca dos processos geológicos.
De acordo com o depoimento da Dra. Jyotika Virmani, diretora executiva do SOI, um mapa completo do fundo do mar é um elemento fundamental para compreender o oceano, pelo que é emocionante viver numa era em que a tecnologia nos permite cartografar e ver estas partes espantosas do nosso planeta pela primeira vez.
Schmidt Ocean Institute
O Schmidt Ocean Institute é um parceiro da iniciativa Seabed 2030 liderada pela Fundação Nippon e pela Carta Batimétrica Geral do Oceano (GEBCO). A Seabed 2030 e os seus parceiros estão a acelerar os esforços de cartografia dos oceanos e a trabalhar para o ambicioso objetivo de cartografar todo o fundo do mar até 2030.
A ausência de uma topografia submarina detalhada, ou dados batimétricos, dificulta a capacidade de navegar com segurança no mar, gerir os recursos marinhos de forma sustentável e proteger as comunidades costeiras.
Desde 2013, o Schmidt Ocean Institute cartografou 1,44 milhões de quilómetros quadrados do fundo do mar, descobrindo mais de 20 características subaquáticas. A partir de 2023, estará disponível um mapa de quase 25% do fundo do mar com uma resolução de 100 metros ou superior.
Referência da notícia:
Schmidt Ocean Institute. Massive New Seamount Discovered in International Waters of Guatemala. 2023.