Modelo de IA funciona como cartógrafo moderno na deteção de doenças
Cientistas desenvolvem nova tecnologia de IA que desenha "mapas do tesouro" para detetar doenças. A ferramenta inovadora não se limita a identificar doenças e tumores em exames médicos, mas cria também "mapas do tesouro" visuais para ajudar a encontrar a doença.
Os investigadores do Beckman Institute for Advanced Science and Technology desenvolveram um modelo inovador de inteligência artificial (IA) que está a estabelecer novos padrões no diagnóstico médico.
A ferramenta inovadora não se limita a identificar doenças e tumores em exames médicos - também cria "mapas do tesouro" visuais para ilustrar o seu processo de diagnóstico. Este avanço permite que os médicos compreendam e verifiquem facilmente as conclusões da IA e expliquem claramente os resultados aos doentes, afirmaram os responsáveis pela descoberta.
"A ideia é ajudar a detetar o cancro e a doença nas suas fases iniciais - como um X num mapa - e compreender como foi tomada a decisão", afirmou o investigador principal, Sourya Sengupta, salientando o potencial impacto do seu trabalho.
"O nosso modelo ajudará a simplificar esse processo e a torná-lo mais fácil tanto para os médicos como para os doentes".
Publicados na revista IEEE Transactions on Medical Imaging, os resultados demonstram as capacidades do modelo e espera-se que sejam promissores para o futuro dos cuidados de saúde.
Detetar doenças com 'e-maps'
O desafio das atuais tecnologias de IA na medicina tem sido a sua natureza de "caixa negra" - podem dar uma resposta, mas não o raciocínio que lhe está subjacente. Esta opacidade tem sido um obstáculo, especialmente quando a exatidão e a confiança são fundamentais nos diagnósticos médicos. O modelo de IA do Beckman Institute resolve este problema produzindo um mapa de equivalência (E-map) para cada diagnóstico, que destaca visualmente as regiões de interesse que levaram às suas conclusões.
Este modelo foi rigorosamente testado em milhares de imagens médicas, demonstrando a sua capacidade de igualar a precisão das ferramentas de diagnóstico de IA existentes, ao mesmo tempo que proporciona a tão necessária transparência. O seu desempenho foi avaliado na deteção de várias condições, incluindo sinais precoces de tumores, degeneração macular e aumento do coração, com resultados promissores.
"A questão era: Como é que podemos aproveitar os conceitos subjacentes aos modelos lineares para tornar as redes neuronais profundas não lineares também interpretáveis desta forma?", afirmou Mark Anastasio, que co-liderou o estudo.
"Este trabalho é um exemplo clássico de como as ideias fundamentais podem conduzir a algumas soluções inovadoras para modelos de IA de ponta."
Os investigadores esperam que os futuros modelos sejam capazes de detetar e diagnosticar anomalias em todo o corpo e até diferenciá-las.
"Estou entusiasmado com os benefícios diretos da nossa ferramenta para a sociedade, não só em termos de melhoria dos diagnósticos de doenças, mas também de aumento da confiança e da transparência entre médicos e doentes", acrescentou Anastasio.
A funcionalidade de auto-interpretação do seu modelo de IA representa um passo em frente potencialmente importante, oferecendo um sistema transparente que melhora a comunicação entre o médico e o doente e que poderá revelar-se mais digno de confiança à medida que a tecnologia avança.